domingo, 2 de junho de 2013

Mesmo com crise na classe média, bancos dos EUA registram recorde de lucro

Sistema bancário ganhou 40,3 bilhões de dólares no primeiro trimestre; "eles voltaram", afirma economista norte-americano

O departamento de Finanças do governo dos EUA divulgou na última semana um relatório que aponta o desenvolvimento da atividade bancária no país. Nos primeiros três meses de 2013, os bancos norte-americanos lucraram 40,3 bilhões de dólares. O valor constitui um novo recorde: maior lucro trimestral da história das instituições financeiras.

“Os bancos voltaram. Há quatro anos o sistema bancário estava olhando para um abismo. E agora lucram largamente”, afirma o economista Mark Zandi, especialista no sistema bancário, em entrevista ao jornalWashington Post.

Os valores divulgados revelam a retomada do poder dos bancos nos EUA. Por exemplo, no primeiro semestre de 2009, após a turbulência financeira ocasionada pela crise imobiliária em 2008, o lucro das instituições bancárias chegou ao número de dois bilhões de dólares. Comparado ao primeiro trimestre deste ano, o crescimento chega a cerca de 2000%.

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Prédio do US Bank em Los Angeles: as gigantes instituições financeiras dos EUA voltaram a registrar lucros históricos

A explicação de especialistas para o número recorde é o baixo índice de inadimplência e o compromisso do governo e da população em honrar compromissos financeiros – como empréstimos, por exemplo. Além disso, os bancos utilizaram fundos de reserva para estabilizar a economia e garantir os vencimentos mensais, que deram liquidez para garantir os índices de lucro.

Na contramão dos bancos está a classe média. Mesmo com leve baixa do desemprego registrada no começo deste ano, o número de pessoas sem ocupação profissional é muito maior atualmente do que antes da crise econômica. Os índices sociais também continuam baixos, sem nenhum indicativo de melhora para os próximos anos.

O padrão de vida da classe média também foi enxugado. De 2001 para 2010, a média dos vencimentos de uma família norte-americana caiu de $130,000 mil dólares para 93 mil – diminuição de cerca de 28,5%. Levando em conta o alto valor do custo de vida no país, afirmam os especialistas, a queda traduz que as famílias vivem com a mesma renda dos norte-americanos de 30 anos atrás.

Segundo informações do Departamento de Trabalho dos EUA e da Agência AFP, o número de trabalhadores norte-americanos, sobretudo na classe média, que entrou pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego subiu de 10 mil para 354 mil nas últimas semanas. Foi o terceiro aumento em quatro semanas. Em meados de maio, o número total de norte-americanos que recebiam auxílio-desemprego aumentou em 63 mil pssoas - totalizando 2,986 milhões. A atual taxa de desemprego para trabalhadores com seguro-desemprego equivale a 2,3% dos trabalhadores empregados.

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