terça-feira, 30 de abril de 2013

Ataque químico é prólogo de uma grande guerra


© Colagem: Voz da Rússia


Dúvidas sobre o uso na Síria de agentes químicos de guerra atormentam os altos funcionários dos países da OTAN. O próprio fato de discussões sobre o tema de armas químicas sírias é um sintoma de uma iminente guerra em grande escala que está chegando à região, alertam especialistas.


O governo e autoridades competentes francesas ainda não receberam provas de que as partes em conflito na Síria têm usado armas químicas. “Nós não temos certeza nenhuma. Há dados providenciados pelos britânicos e norte-americanos, nós estamos agora a verificá-los”, disse na segunda-feira o ministro das Relações Exteriores francês Laurent Fabius através da emissora de rádio Europe 1.

No entanto, a escalada do conflito na Síria já foi tão longe e tomou formas tão sofisticadas que não podemos excluir nenhum cenário, acredita o especialista do Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Azhdar Kurtov:

“Geralmente, se em tais condições não se consegue a vitória de uma parte ou outra, muitas vezes as partes recorrem a meios de influencia mais fortes. Ou seja, inclusive a armas mais letais. Eu acredito que não há razões suficientes para acusar o governo de Bashar Assad de uso de armas de destruição em massa, particularmente de armas químicas. Há uma lógica simples: contra este país já está lançada uma campanha internacional por parte de vários estados líderes mundiais, e o uso de armas por parte do governo de Assad só daría um pretexto para uma intervenção militar aberta. Afinal, Bashar Assad não é um suicida para agir desta forma. Portanto, eu tendo a acreditar que essas armas poderiam ter sido usadas pelos rebeldes.”

No entanto, nos EUA já se fala de que a Síria cruzou a fatídica “linha vermelha” que a Casa Branca definiu para o regime de Bashar Assad. Esta linha, como já disse várias vezes o presidente dos EUA Barack Obama, seria o fato de qualquer uso de armas químicas na Síria. Washington aumentou o volume de sua chamada assistência não-letal à oposição síria, enviou para a vizinha Jordânia 200 especialistas de inteligência e condução de operações especiais, e pretende deslocar para lá uma divisão de blindados e sistemas de defesa aérea Patriot. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse recentemente que a administração “não rejeita nenhuma opção” de influenciar Damasco. Normalmente, esta expressão é utilizada nos EUA para referir a possibilidade de guerra, ou, pelo menos, de bombardeamentos desde o ar. São evidentes todos os sinais de preparação para a implementação na Síria do “roteiro líbio”.

Primeiro de tudo, uma eventual operação contra a Síria será apoiada pelo Reino Unido e a França, supõe Azhdar Kurtov. Também é possível o cenário de uma tentativa de realizar uma intervenção militar pelas mãos das monarquias conservadoras do Golfo Pérsico, Arábia Saudita e Catar. Talvez eles irão organizar uma invasão pelas forças de mercenários comprados com os enormes fundos que já foram investidos em desestabilizar a situação no Oriente Médio, acredita o perito. Segundo ele, os adversários de Bashar Assad procuram eliminar o seu regime como uma condição, indispensável de seu ponto de vista, para o início de uma agressão militar aberta contra o principal aliado da Síria – o Irã.

O desenvolvimento da situação em torno da Síria é improvável de repetir os acontecimentos na Líbia ou no Iraque, e em qualquer caso este será um novo cenário, acredita o presidente do Instituto do Oriente Médio Evgueny Satanovsky. Mas os escaramuçadores de todas as ideias de intervenção do exterior na guerra civil da Síria são a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia, disse ele à Voz da Rússia:

“Os ataques contra depósitos de armas químicas ou contra grupos de militantes, se eles começarem a obter armas químicas, serão provavelmente realizados por americanos ou israelenses, envolvendo forças aéreas britânicas ou francesas. O Ocidente, neste caso, é o cão que está sendo abanado pela cauda em forma de Doha, Riade e Ancara. Assad terá o apoio do Irã e, em menor medida, de Hezbollah, para o qual será suficiente manter posições no Líbano. No Oriente Médio tudo pode se transformar numa guerra regional, mas vamos entender que estamos caminhando para uma grande guerra com o Irã. E um ataque contra a Síria, se isso acontecer, será o primeiro arauto do início dessa campanha militar.”

É evidente que para o Ocidente a derrubada do governo em Damasco tornou-se uma questão de honra. O regime de Bashar Assad mantêm-se já durante dois anos, e isso é inaceitável para as potências ocidentais. E nem sequer se trata dos benefícios da posição geográfica ou geopolítica da Síria. A vitória ou uma campanha militar bem sucedida aqui permitirão, pelo menos até certo ponto, compensar o fato de que no Afeganistão a OTAN e os Estados Unidos de facto foram derrotados.

Rússia-Brasil: dos helicópteros para os caças de quinta geração?


T-50 
© aviasalon.com



A Rússia e o Brasil intensificam a sua cooperação técnico-militar. Após a exposição LAAD 2013 está sendo discutido a possibilidade de desenvolver em conjunto sistemas antiaéreos, assim como aumentar a exportação de armamento russo para o Brasil.


América Latina – uma entrada cautelosa

Os helicópteros russos são populares na região, na América Latina eles podem ser encontrados praticamente em todos os países, desde o México até à Argentina. Eles são muito usados por países como o Peru, a Venezuela e Cuba, tendo também aparecido nos últimos anos nos principais países da região – no Brasil e na Argentina.

A cooperação técnico-militar da Rússia com os países da América Latina já se desenvolve há bastante tempo, mas a sua escala tem sido bastante limitada. A situação começou a se alterar nos anos 2000 graças à cooperação com a Venezuela, que continua a ser o parceiro mais importante da Rússia nessa região. Entretanto, foram também concluídos pequenos contratos com outros países, do Uruguai ao Brasil.

Os primeiros contratos com o Brasil datam de meados dos anos 2000, quando esse país recebeu sistemas portáteis de mísseis terra-ar russos Igla no valor de 20 milhões de dólares. Em 2009, foi assinado um contrato para o fornecimento de 12 helicópteros de combate Mi-35 por mais de 200 milhões de dólares. Já no final de 2012, se chegou a um acordo para a instalação no Brasil de uma unidade de montagem de helicópteros Mi-171 e de um centro de assistência aos Mi-35. Nos próximos tempos é esperada a assinatura de um contrato de fornecimento de sistemas antiaéreos, os complexos de artilharia e mísseis Pantsir e mais sistemas móveis Igla, num total de um bilhão de dólares.

Além disso, também o empreendedorismo brasileiro se começou a interessar pelo material russo. Em dezembro de 2012, o fabricante russo Helicópteros da Rússia (Vertolety Rossii, em russo) firmou um contrato para o fornecimento em 2015 de 7 helicópteros Ka-62 à empresa brasileira Atlas Táxi Aéreo, com opção de compra para mais 7 aparelhos. É de referir o fato de este ser o primeiro contrato de exportação de aparelhos Ka-62, cuja produção em série deverá ter início apenas em 2014.

O T-50 para o Brasil será uma realidade aguardada?

O potencial de cooperação aeronáutica da Rússia com o Brasil não se esgota nos helicópteros. Uma das intrigas principais dos últimos anos são os resultados do concurso para o fornecimento de caças à Força Aérea Brasileira. Ele já dura há 10 anos com periódicas interrupções. O concurso para a compra de caças para a FAB segundo o programa F-X foi anunciado em 2001 e cancelado em 2005. Em 2008, ele foi retomado como F-X2 e voltou a ser interrompido em 2010. No concurso participaram, nas diferentes fases, o caça norte-americano Boeing F/A-18E/F Super Hornet, o francês Dassault Rafale, o sueco Saab JAS 39 Gripen NG e o europeu Eurofighter Typhoon.

Durante algum tempo, a Rússia tentou entrar no concurso com o caça Su-35S, mas essa tentativa não teve sucesso. Entretanto, muitos especialistas referem o interesse brasileiro relativamente ao caça de quinta geração T-50. A aquisição desse aparelho com a instalação da montagem no Brasil poderia aumentar consideravelmente as capacidades da FAB e da indústria aeronáutica brasileira.

A possível aquisição pelo Brasil do T-50, ou de uma versão desse avião especialmente desenvolvida para esse país, já está a ser discutida há algum tempo e o aparelho russo tem hipóteses de sucesso: de fato, este é o único caça de quinta geração que o Brasil poderá receber num futuro previsível. Entretanto, e considerando o crescimento do potencial econômico desse país, um avião deste tipo não seria nenhum luxo supérfluo, especialmente numa atual situação política pouco previsível.

Essa aquisição estaria dentro da lógica geral do reequipamento das Forças Armadas brasileiras, que visa desenvolver capacidades de uma potência de primeira linha tais como uma aviação de convés e uma frota de submarinos nucleares. Um avião de quinta geração, na atual situação, seria não só um elemento de prestígio, mas também um meio dissuasor. Ele poderá ser muito útil no caso de o desenvolvimento da economia brasileira e a defesa dos seus interesses criarem um antagonismo político entre o Brasil e alguma das principais potências mundiais.



Voz da Rússia (Pequenas adptações para o português brasileiro foram feitas pelo Guerra & Armas).

FAB pode ser a primeira organização militar do mundo a ter o jato KC-390

‘O projeto foi feito para a Força Aérea Brasileira, a tendência é que ela receba os primeiros aviões’, afirmou executivo da Embraer



O vice-presidente Executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, José Antonio de Almeida Filippo, disse que a tendência é de que a Força Aérea Brasileira (FAB) seja a primeira organização militar do mundo a adquirir o jato de transporte militar KC-390, que está sendo desenvolvido pela companhia.

“O projeto foi feito para a Força Aérea Brasileira, a tendência é que ela receba os primeiros aviões”, afirmou o executivo. No primeiro trimestre de 2013 a FAB e a unidade de Defesa e Segurança da Embraer concluíram a revisão crítica do projeto (CDR, na sigla em inglês) do KC-390.

Nesta etapa, considerada pela empresa um dos principais marcos do programa, foram confirmadas as configurações aerodinâmica e estrutural definitivas da aeronave, a arquitetura e a instalação de sistemas. A Embraer prevê que o primeiro voo do KC-390 seja realizado no final de 2014.


FONTE: Exame Via Poder Aéreo

IMAGENS: FAB / Embraer

Ação europeia na OMC contra Azevedo ameaça parcerias estratégicas com Brasil

A forte campanha movida pelos governos do Reino Unido e da França contra o candidato brasileiro à direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, revelada ontem pelo Valor, leva autoridades em Brasília a falar em revisão da “aliança estratégica” com esses dois países. Com informações de que, já na primeira rodada de votações em Genebra, o governo britânico teria tentado vetar a permanência de Azevedo na disputa, os ministros de Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, falaram do desconforto brasileiro ao ministro do Comércio britânico, Vince Cable, que, na semana passada, chefiou uma delegação empresarial ao Brasil.

O governo brasileiro admite que os países com quem tem alianças votem em outros candidatos, mas fazer campanha contra e tentar bloquear a candidatura de Azevedo foi visto como um ato hostil ao Brasil, segundo comunicaram as autoridades de Brasília diretamente ao alto escalão do governo do Reino Unido.

No encontro com Patriota e Pimentel, Vince negou que tenha havido um esforço contra o brasileiro. Informações de Genebra dão conta, porém, de que a diplomacia britânica trabalhou para que, em lugar de Azevedo, segundo nas preferências, fosse levada à fase seguinte de votações a candidata da Indonésia Mari Pangestu, terceira mais votada pelos governos da OMC.

A intenção dos britânicos era fazer com que o único latino-americano a seguir na disputa fosse o mexicano Hermínio Blanco, preferido de uma parte dos países europeus por seu histórico de defesa do livre comércio.

“Sabemos agora quem são nossos amigos na Europa”, comentou, reservadamente, um integrante do governo que acompanha de perto as negociações para a sucessão do francês Pascal Lamy, cujo mandato acaba em agosto. Uma autoridade brasileira chegou a lembrar, ao Valor, que os países europeus com maior resistência à candidatura brasileira são, exatamente, os três com interesses em negócios na área de defesa com o Brasil: França, Inglaterra e Suécia.



Os suecos e franceses disputam o fornecimento de caças para a Força Aérea Brasileira, e os britânicos negociam o fornecimento de fragatas para a patrulha do litoral brasileiro, negócio calculado em US$ 4,5 bilhões. O maior programa na área de defesa, atualmente, é o da construção de submarinos, com a França.

Oficialmente, o governo nega qualquer intenção de responder bilateralmente ao veto a Azevedo. Mas uma prova de a disputa na OMC já começa a ter reflexos sobre as relações comerciais é o fato de o tema ter sido levado à reunião com o secretário de Comércio britânico, que foi a São Paulo e Recife com uma delegação de empresários das áreas de portos e construção naval.


FONTE: Valor Econômico, via Notimp (reportagem de Sergio Leo)

COLABOROU: Penguin


No ta do GeD:  Creio que o FX-2  está tendendo bem mais ao lado oposto aos EUA, na direção Russa, principalmente pelo fato de este país ter lançado recentemente um caça de 5ª geração muito menos custoso que os F-35 estadunidenses. 

domingo, 28 de abril de 2013

Rússia vai promover as tecnologias Glonass em novos mercados


RIA Novosti



Nos próximos anos, a Rússia irá consolidar as suas posições no mercado de serviços de posicionamento global, utilizando para isso o Sistema Global de Posicionamento por Satélite, chamado Glonass.


O seu funcionamento realiza-se graças a um conjunto de satélites. O processo do seu aperfeiçoamento e modernização tem um caráter ininterrupto. O último passo neste sentido foi o lançamento de mais um satélite da série Glonass-M, a partir do cosmódromo de Plessetsk.

Agora este conjunto inclui 29 satélites. 23 deles, da série Glonass-M, funcionam no quadro do Sistema de Posicionamento Global. Quanto à produção de receptores do sistema de posicionamento, em 2012 a sua saída no mercado russo quase duplicou . Durante o ano em curso, no país serão levados a cabo vários grandes projetos de introdução de tecnologias Glonass. Todavia, o presidente da parceria não-comercial Glonass afirma que chegou a hora de apresentar estas tecnologias nos mercados prioritários internacionais dos países da Ásia, África e América Latina.

“A Índia declarou há pouco que deseja participar da realização do programa Glonass na qualidade de investidor. Além disso, ela pretende desempenhar o papel de parceiro tecnológico no processo de criação do próprio sistema. O mercado indiano cresce rapidamente e faz lembrar o mercado russo de há 6 ou 7 anos, quando o nível de desenvolvimento da cartografia ainda era insuficiente e a difusão das tecnologias de telecomunicação ainda era pequeno. Esperamos que o mercado de sistemas de posicionamento global deste país cresça significativamente. Podemos oferecer tanto soluções corporativas para a polícia, sistemas de transporte de passageiros e sistemas informativos, assim como produtos interessantes para os mercados de consumo. O mercado brasileiro é muito bem desenvolvido no plano de serviços de busca com base nos sistemas de posicionamento. Mas, quanto ao segmento do posicionamento global, este mercado apenas começa a evoluir. Podemos oferecer-lhes soluções interessantes para o posicionamento pessoal na base do sistema Glonass-GPS. Eles estão interessados também em nossos terminais especializados”.

No continente africano estão bem desenvolvidos os sistemas de direção dos sistemas de transporte, idênticos aos que se utilizam também na Rússia. Por isso, os parceiros têm o que oferecer no tocante a serviços de software e sistemas, instalados a bordo. É de se notar que o sistema Glonass não precisará concorrer com o GPS, dado que o mundo inteiro utiliza já há vários anos equipamento que permite a utilização dos dois sistemas, o Glonass-GPS. A companhia russa Transas tem promovido com êxito os produtos de alto conteúdo tecnológico, na base de respectivas pesquisas tecnológicas de Glonass, para os transportes marítimos e fluviais, – informa o presidente desta companhia Konstantin Lebedev.

“Se desenvolvermos o sistema Glonass somente no território da Rússia, a sua eficiência será de uma ordem mais baixa. A partir de janeiro deste ano, todos os nossos sistemas que fornecemos para o estrangeiro estão munidos da aparelhagem Glonass–GPS. Hoje em dia esta companhia controla mais de 30% de todo o mercado mundial de sistemas de posicionamento, utilizados nas marinhas mercantes. Trata-se, portanto, de um passo importante destinado a fazer que os consumidores estrangeiros conheçam a tecnologia Glonass”.

Nos próximos anos as companhias russas, que lidam com as tecnologias Glonass, irão aumentar a sua presença no mercado mundial de sistemas de posicionamento global. Na Rússia existem numerosas companhias que dominam, da mesma maneira que a Transas, as tecnologias de ponta e elas devem marcar a sua presença o mais rápido possível.


OVNI: O medo da Verdade







Forças Armadas desrespeitam determinação legal e protelam entrega de documentos sobre fenômenos UFO.


Mesmo sendo centro do universo o planeta Terra está ameaçado. Discos voadores foram vistos nos quatro cantos do nosso planeta retangular. Achou esta afirmação ridícula? 

O que soou mais estranho? A Terra como centro do universo, o planeta retangular ou a existência de discos voadores ou Ovnis como são chamados os objetos voadores não identificados? 

Pense bem, lembre-se que um dia a humanidade acreditou que a Terra era o centro do universo e tinha forma retangular e nesta época, as pessoas que acreditavam no contrário foram ridicularizadas como foi o caso de Galileu Galilei, físico e astrônomo, Italiano, que em julho de 1609, construiu e aperfeiçoou uma luneta com a qual pode observar corpos celestes. 

Algumas de suas descobertas só poderiam ser explicadas se fosse aceita a hipótese heliocêntrica de Nicolau Copérnico. Porém em 1616 a igreja decretou que as idéias de Copérnico eram falsas. 

A repercussão foi tamanha que o próprio papa Paulo V pediu para Galileu a renegar suas afirmações. Hoje, quase quatrocentos anos depois qualquer criança sabe que a Terra é esférica e que não é o centro do universo. Então pense bem antes de responder: você acredita em vida extraterrena? 

Historicamente as autoridades sempre foram muito conservadoras e relutaram muito para aceitar novas verdades. Assim como a Teoria Heliocêntrica (Sol como centro do sistema solar) foi renegada no passado a presença de OVNIS em nosso espaço aéreo é tratado como tabu. 

A Ufologia como é conhecido o estudo de relatos, registros visuais, evidências físicas e demais fenômenos relacionados aos objetos voadores não identificados, ou OVNI ainda não recebe a devida importância do meio científico. 

Em dezembro de 1997 o Núcleo de Pesquisas Ufológicas em conjunto com a revista UFO e com apoio da Legião da Boa Vontade (LBV) realizou em Brasília o 1º Fórum Mundial de Ufologia trazendo para o Brasil alguns dos principais nomes da Ufologia na atualidade. 

Devido às gigantescas proporções o evento mobilizou as atenções das mídias nacional e mundial por 9 dias, reunindo 70 expositores de 25 países e cerca de 700 espectadores. 

Dentre os participantes estavam o então ufólogo A. C. Volpone, goiano, considerado um dos principais estudiosos da Ufologia no País. 

O evento foi a maior reunião de ufólogos de que se tem registro e após a sua realização a o mundo experimentou um cenário em ebulição da Ufologia internacional. 

Toda esta movimentação forçou governantes do mundo todo a "abrir" suas caixas-pretas culminando na Coalisão pela Liberdade de Informação (Coalition for Freedom of Information - CFI), um movimento formado principalmente por militares, ex-militares e cientistas que defende a reabertura das pesquisas oficiais e governamentais sobre o fenômeno UFO e pretende pressionar os governos pela liberação de documentos secretos relativos a OVNIs. 

No Brasil a Casa Civil determinou às Forças Armadas que lhe fosse entregue todo acervo relativo a OVNIs, porém, até o momento apenas a Aeronáutica parece querer colaborar entregando parte de seu acervo. Qual é o verdadeiro interesse em ocultar estes fatos? Será que somos o Galileu da vez? Até quando tentarão nos vendar? 


Coincidências 

O escritor suíço Erich Von Daniken, publicou em 1967 o livro Eram Os Deuses Astronautas? A obra era composta por perguntas sobre um conjunto de fatos que a nossa Ciência não tem resposta ou simplesmente evita buscá-las devido o embaraço que tais especulações podem causar. 

Quando nos deparamos com antigas lendas onde deuses têm o poder de voar ou com figuras de divindades que usam capacetes e roupas muito diferentes das utilizadas pelas civilizações que as desenharam deveríamos pelo menos especular qual a sua origem pois simplesmente dizer que era alguma religião antiga é muito simplório. 

O mundo como conhecemos é repleto de fatos que isoladamente não chamam a atenção mas que se comparados com outros acontecimentos são no mínimo curiosos como é o caso do desenvolvimento da informática: no ano de 1946 foi construído o Eniac, calculadora de grande porte precursora do computador, com 17.468 válvulas a vácuo e 6 mil computadores manuais, pesando mais de 30 toneladas e ocupando uma área de 160 metros quadrados, efetuava a adição de dois números de 12 algarismos em 200 microssegundos. 

Oito anos mais tarde, em 1954, surgia o computador IBM 650 medindo 1,5 m x 0,9 m x 1,8 m pesando 892 Kg. 

Analisando apenas estas duas informações salta aos olhos o avanço tecnológico obtido em oito anos, mas se lembrarmos que em 1947, a cidade de Roswell, no Estado americano do Novo México, teria sido palco não só do sobrevoo de um Ovni, mas de sua queda e resgate, veremos que mesmo com o governo americano liberando documentos sobre o caso e alegando que o que caíra em Roswell eram restos de uma série de balões interconectados do Projeto Mogul, ação ultrassecreta que utilizava aeróstatos gigantes com detectores acústicos de baixa frequência para espionar possíveis explosões nucleares soviéticas e que os “corpos de alienígenas” resgatados eram bonecos de outro projeto, o High Dive, usados em estudos ligados ao desenvolvimento de cápsulas de escape para astronautas fica o questionamento: Será que é mesmo coincidência o imenso avanço tecnológico neste período, ou recebemos informações preciosas que nos levaram a esta nova tecnologia? 


História oficial dos OVNIs no Brasil 

Após determinação do governo federal o comando da Aeronáutica entrega parte dos arquivos que revelam a missão especial que filmou e fotografou aparições de óvnis no País e mostram como funcionava o departamento criado pelos militares para investigar os relatos sobre discos voadores. 
A mais famosa das operações já realizadas no Brasil envolveu mais de 20 oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) em uma missão sigilosa no Estado do Pará, 35 anos atrás. Operação Prato, como batizada, é a mais completa investigação de fenômenos UFO realizada pela FAB. 

Nos Estados Unidos o caso Roswell, marco da Ufologia mundial, os militares entraram em contradição ao primeiro admitirem a existência dos ovnis e depois negaram, já os relatórios brasileiros não deixam dúvidas: parte dos oficiais designados para a Operação Prato, que ocorreu em 1977, afirmam ter presenciado – mais de uma vez – UFOs cruzando o céu da Amazônia. 

Os documentos enviados ao Arquivo Nacional também mostram que a FAB contava com um departamento específico entre 1969 e 1972, o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani) que funcionava nas instalações do IV Comar, em São Paulo. Os relatórios apontam que aproximadamente 70 casos foram apurados pelo departamento, todos retratados com desenhos feitos pelos militares. 

Mas definitivamente a Operação Prato é considerada a mais intrigante de todas as investigações. Porém do total de cerca de 2 mil páginas de relatórios, 500 fotografias e 16 horas de filmagem documentadas pelos militares do I Comar, de Belém, apenas 200 páginas e 100 fotos tornaram-se públicas. 

O comissário de bordo Uyranê Soares de Hollanda irmão do coronel Uyrangê Hollanda Lima comandante da Operação Prato concedeu entrevista a uma revista nacional em que confidencia: "Meu irmão viu várias naves", Uyranê citou uma ligação feita por Uyrangê, no auge das investigações. "Ele me disse: 'Hoje, um disco voador ficou a 50 metros da minha cabeça. 

Era do tamanho do (avião) DC-10 que você voa. Filmei e fotografei tudo." Curiosamente o coronel Uyrangê foi encontrado morto em sua casa dois meses depois de dar a última entrevista em que afirmava ter visto OVNI's durante a Operação Prato. 

Até o momento, apenas os relatórios de UFOs classificados como reservados e confidenciais da Aeronáutica foram disponibilizados à Casa Civil e tornaram- se públicos. 

A lei determina que os arquivos que cumpriram 30 anos de ressalva deveriam ser públicas, mas na prática isto não vem acontecendo. 

Segundo o brigadeiro José Carlos Pereira ex-comandante da FAB não se devem divulgar documentos que podem ferir a privacidade das pessoas, induzir pânico à população ou que de alguma forma coloquem a segurança do País em risco. 

Os arquivos disponíveis podem ser vistos em http://www.fenomenum.com.br/ufo/governo/brasil/docbra.htm. 


Pioneirismo 


A Força Aérea Brasileira regulamentou os procedimentos da Aeronáutica em notificações de objetos voadores não identificados no espaço aéreo brasileiro determinando o que fazer em casos de avistamentos de UFOs. O Brasil é o primeiro País no mundo a regulamentar procedimentos em caráter oficial 

O texto, portaria Nº 551/GC3, de 9 de agosto de 2010, aponta ainda o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), ligado ao Comaer, como responsável por receber e catalogar as notificações referentes a UFOs. 



Apollo 14 

Edgar Mitchell, 82 anos, doutor em Ciências pelo Massachusetts Institute of Technology foi um dos astronautas que participaram na missão da Apolo 14. 

Detentor do recorde do maior passeio lunar, com 17 minutos sobre a superfície de nosso satélite em sua missão de 1971, dr. Mitchell assegura que uma fonte da NASA teve contato com extraterrestres reais, que supostamente são pequenos e com olhos e cabeça grandes. 

Para o dr. Mitchel o caso Roswell é totalmente verdadeiro, estas declarações foram dadas em uma entrevista de um programa de rádio comandado por Nick Margerrison, porém na NASA desmentiram rapidamente estes comentários. 

As declarações do dr. Mitchell colocam mais lenha na fogueira, será que o mistério sobre a questão da existência dos “verdinhos” é verdade ou senilidade?




POR: Anderson Kiyoaki - Fonte: Diário da Manhã

sábado, 27 de abril de 2013

Coréia do Norte: entre a guerra, a paz e o futuro






(Nota Política do PCB)

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) repudia as ameaças de agressão militar imperialista à República Popular Democrática da Coréia e presta total solidariedade ao governo e ao povo nortecoreanos na defesa de sua soberania, de seu direito de desenvolver-se plenamente e de seguir com o caminho que escolheu para sua construção socialista.

Nesse momento de provocações por parte do imperialismo, queremos ressaltar que a Coréia do Norte precisa do apoio solidário dos governos e povos amantes da paz, de todos os que se opõem ao imperialismo, para que possa desenvolver-se livre e plenamente, em todas as esferas da vida social, para um futuro de igualdade e justiça social.

Constatamos que é grande a pressão internacional contra o país, comandada pela grande mídia burguesa e pelo governo dos EUA, centrada, principalmente, em ações de propaganda anti-socialista, em medidas políticas e econômicas e em mobilização militar para impedir que a Coréia do Norte desenvolva plenamente a capacidade nuclear de que necessita para fazer mover sua economia, movimento que se intensificou a partir dos anos 90, com o fim da União Soviética. São freqüentes palavras como “ditador”, usadas para referência ao dirigente máximo (o termo não é usado para os Emires, Príncipes e outros monarcas absolutistas que governam países árabes) e alusões à “ajuda humanitária” da qual a população nortecoreana dependeria para sobreviver. As reportagens falam do “autoritarismo” e do “atraso” da Coréia do Norte, atribuídos, é claro, ao estilo do socialismo lá vigente. O objetivo dessas ações é isolar o país, destruir as conquistas sociais e tentar agredir e ocupar militarmente o país, em função de sua localização estratégica na disputa hegemônica com a China e a Rússia. .

A imprensa, naturalmente, não traz informações sobre as conquistas sociais do país, atestadas por fontes insuspeitas como o Banco Mundial e o Factbook da agência de inteligência dos EUA, a CIA: 60% da população vive em cidades; 97% da água consumida é tratada; a expectativa de vida é, hoje, 69 anos (era 67 anos em 2001); o acesso ao saneamento chega a 80% dos domicílios, o anafalbetismo é de 1%. A saúde, a educação, os esportes e outros serviços sociais são gratuitos, há moradias para todos. O país tem centrais nucleares, termo e hidroelétricas, produz automóveis, tratores, aço, máquinas diversas, cimento, tecidos, fertilizantes e um grande número de outros produtos industriais. Além do domínio do ciclo do urânio, a Coréia do Norte logrou pôr um satélite em órbita com um foguete construído no próprio país.

A história recente do país ajuda a explicar o quadro atual: com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a União Soviética passou a controlar a região norte da península coreana, ao passo que os EUA controlavam a parte sul. Em 1948, após 3 anos de negociações frustradas para uma possível reunificação do país, foi criada a República Popular e Democrática da Coréia, na região norte, após a realização de eleições gerais ganhas pelos comunistas e outros partidos aliados (dois dos quais participam até hoje da coalizão que governa o país). No sul seria criada, na mesma época, a República da Coréia. Após a guerra entre os dois lados, no começo dos anos 50 - uma guerra provocada pelos EUA, que iniciava assim a Guerra Fria -, a Coréia do Norte viveria um período de crescimento e prosperidade que duraria mais de duas décadas.

No entanto, a situação econômica do país viria a deteriorar-se após a queda da União Soviética, país que lhe oferecia equipamentos, petróleo e muitas outras formas de cooperação econômica e técnica, além de ser seu principal aliado político. Sem a URSS, aumentaria sobremaneira a pressão dos EUA e seus aliados sobre a Coréia do Norte.

No campo econômico, o país já vinha tomando iniciativas para atrair investimentos externos desde os anos 1980, e esforços vêm sendo feitos para uma aproximação com a Coréia do Sul, a China e outros países. Entre outros empreendimentos conjuntos, há um complexo industrial gerenciado pelas duas Coréias. Mas esses esforços não têm sido suficientes para reverter o quadro de dificuldades por que passa o país.

O anúncio feito há poucos dias pelo governo sulcoreano, de que estaria disposto a abrir uma rodada de negociações, pode ser o primeiro sinal de que a crise pode estar começando a se dissipar. Mas as pressões para impedir o desenvolvimento da Coréia do Norte, por parte dos EUA, certamente continuarão.

Não cabe aos comunistas do PCB dizer como deve ser o governo da Coréia do Norte, como se dá a escolha de seus dirigentes ou quais devem ser as suas prioridades. Tampouco nos cabe questionar o mérito ou as bases teóricas do pensamento político que orienta as decisões do estado. Mas repudiamos fortemente as ameaças de agressão militar imperialista àquele país, e prestamos total solidariedade ao governo e ao povo nortecoreanos na defesa de sua soberania, de seu direito de desenvolver-se plenamente e de seguir com a sua forma de construção socialista.

PCB – Partido Comunista Brasileiro

Comissão Política Nacional (abril de 2013)

NOTA: Este texto esclarece alguns fatos sobre a coreia, fatos que são ocultados pela midia corporativa.

Dias de Abril: o piloto sumiu?

Há três semanas, o conservadorismo comanda as expectativas do país. 

O carnaval do tomate e a furor rentista marcaram a segunda quinzena de abril. 

Deu certo. 

No dia 17, o BC elevou os juros.

Ato contínuo, vários indicadores desautorizaram as premissas da terapia ortodoxa. 

Os preços dos alimentos – não o único, mas um fator sazonal importante na pressão inflacionária – perderam fôlego. O do tomate desabou. 

Não apenas isso. 

O cenário internacional desandou.

Recordes de desemprego na Europa vieram se somar à deflação das commodities, ademais da decepção com a velocidade da retomada nos EUA.

Tudo a desaconselhar o arrocho pró-cíclico evocado pelos especialistas em incursões aos abismos e às bancarrotas. 

Há cinco anos eles advertem que a resistência do Brasil à crise é um crime contra o mercado. (Leia também: ‘O Brasil é um crime contra o mercado’)

Nenhuma voz do governo ou do PT soube salgar o diagnóstico conservador com a salmoura pedagógica das evidências opostas.

Dilma poderia ter ido à TV. É sua responsabilidade esclarecer a opinião pública quando o futuro do país esta sendo ostensivamente jogado na sarjeta das manipulações.

Não significa mistificar os problemas, que existem.

Mas, sim, separa-los de interesses que não são os do país. 

Disputar as expectativas, em certos momentos, é mais decisivo do que acionar medidas no varejo.

Se Lula ficasse mudo em 2008, o jogral pró-cíclico faria do Brasil um imenso Portugal . 

O quadro hoje é outro?

Sempre é outro. 

É para isso que existe governo. Se a história fosse estável e previsível , bastariam burocracias administrativas. 

Veio a terceira quinzena de abril. 

Enquanto o PT se preocupa com Eduardo Campos,o verdadeiro partido oposicionista alimentava um clima de dissolução institucional. 

É só aquecimento: o lacerdismo togado e seu diretório midiático podem muito mais. 

A pauta da ‘caça ao Lula’ voltou às manchetes.

Grunhida pela boca do casal Gurgel e esposa, sub-procuradora Claudia Sampaio. 

Em linha com a nova tradição latino-americana, a da implosão institucional de governos progressistas, o lacerdismo togado avança na sua especialidade: a farsa em forma de grave denúncia.

O STF desautorizou o Congresso a analisar a PEC sobre novos partidos, subtraindo o espaço do Legislativo na divisão dos poderes. 

A ideia de um Judiciário que determine o que o Congresso pode e o que ele não pode discutir e votar é estranha à democracia. 

Mas não ao método conservador.

Que pauta um Brasil cada vez mais explícito, à direita, em seus duetos e sintonias .

Há certeza de uma impunidade consagrada no poder de difusão conservador.

Ela explica a desenvoltura de personagens que se dispensam do recato e da liturgia observada nos velhos conspiradores. 

Joaquim Barbosa se manifesta como uma extensão de Merval Pereira. 

E vice-versa. 

Gurgel acossa Lula e agasalha o líder de Carlinhos Cachoeira no Congresso, Demóstenes Torres, com uma aposentadoria de R$ 22 mil. 

E ninguém dá gargalhadas. 

Como diz o senador Requião, falta humor à crítica política. 

Falta também capacidade de se escandalizar.

Um delegado ex-integrante do aparato da ditadura diz que Otávio Frias e Sergio Fleury eram parceiros de teoria e prática. 

Tomavam chá das cinco no DOPS. 

Dá para acreditar? 

Dá para ter certeza de que as veladas ligações entre o dispositivo midiático e a ditadura precisam ser investigadas. Por uma comissão de verdade.

Quem se dispõe? 

Silêncio constrangedor.

O ministro Mercadante defende a Folha e o ‘seu’ Frias – como ele se refere ao falecido pai de Otavinho, em nota tocante.

Toffoli, ministro do Supremo, dá ultimato à Câmara: os representantes do povo tem 72 horas para explicar o que estão pretendendo com a PEC-33 que determina que algumas decisões do STF sejam submetidas ao Congresso e eleva de seis para noves votos o quórum do Supremo ao invalidar emendas constitucionais do Legislativo. 

Paulo Bernardo alia-se ao oligopólio da mídia . 

A Secom sustenta a Globo. 

E o sub do sub do Banco Central vai discursar no Banco Itaú, espécie de diretório informal do PSDB. Prega o choque de juros.

O piloto sumiu.

Esse filme não é novo.

E nunca acaba bem.

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* Texto retificado e atualizado em 27/04, às 11hs31

Postado por Saul Leblon às 21:39

EUA temem sucessos do exército sírio


© Voz da Rússia


A histeria provocada pelos EUA em redor de uso de armas químicas na Síria está relacionada com os sucessos do exército governamental sírio, declarou o ministro da Informação da Síria Omran al-Zoubi durante sua conversa com o vice-presidente do Conselho da Federação da Rússia, Ilias Umakhanov.


Omran al-Zoubi salientou que “as autoridades da Síria não usaram e nunca usarão armas químicas”.

Ao mesmo tempo, nas audiências à porta fechada no Congresso dos EUA, o secretário de Estado John Kerry declarou que, caso as informações sobre o uso de armas químicas na Síria fossem confirmadas, os EUA podem introduzir zonas de exclusão aérea e começar a fornecer armas à oposição síria.



Voz da Rússia

Drones: EUA e Paquistao fizeram acordo secreto?

Nek Muhammad sabia que estava sendo seguido. Em um dia quente de junho de 2004, esse membro da tribo pashtun estava dentro de uma construção de barro no Waziristão do Sul conversando por telefone via satélite com um dos muitos jornalistas que regularmente o entrevistavam a respeito de como ele enfrentara e humilhara o Exército do Paquistão nas montanhas do oeste do país. Ele perguntou a um dos seus seguidores sobre o estranho pássaro metálico que pairava acima dele.

Menos de 24 horas depois, um míssil destruiu o casebre, arrancando a perna esquerda de Muhammad, que morreu junto com várias outras pessoas, incluindo dois meninos. Os militares paquistaneses rapidamente assumiram a autoria do ataque.

Era mentira.

Muhammad e seus seguidores haviam sido mortos pela CIA, que, pela primeira vez, usava no Paquistão um "drone" (avião teleguiado) Predator para realizar um "assassinato seletivo". O alvo não era um dirigente da Al Qaeda, mas um aliado paquistanês do Taleban que comandava uma rebelião tribal e estava marcado pelo Paquistão como inimigo do Estado. Num acordo secreto, a CIA concordou em matá-lo em troca de acesso ao espaço aéreo paquistanês para poder caçar os seus próprios inimigos com os "drones".

A barganha, descrita em entrevistas com mais de uma dúzia de funcionários públicos no Paquistão e nos Estados Unidos, é crucial para entender a origem de uma dissimulada guerra com "drones" que começou no governo Bush, foi ampliada pelo presidente Barack Obama e é agora motivo de intenso debate nos EUA.

O acordo, um mês depois de um cáustico relatório interno sobre abusos nas prisões secretas da CIA, abriu caminho para que a agência priorizasse a morte de terroristas (em vez da sua captura) e contribuiu para que ela -um serviço de espionagem da época da Guerra Fria- se transformasse em um serviço paramilitar.



A CIA, desde então, já conduziu centenas de ataques com "drones" no Paquistão que mataram milhares de pessoas -militantes e civis. Ela acabou por definir a nova forma americana de combate, criando um atalho nos mecanismos pelos quais os EUA vão à guerra.

Nem as autoridades americanas nem as paquistanesas jamais admitiram o que realmente aconteceu com Muhammad -os detalhes continuam sob sigilo.

Mas, nos últimos meses, parlamentares dos EUA fizeram apelos por transparência, e críticos à direita e à esquerda passaram a pressionar Obama e seu novo diretor da CIA, John Brennan, para que eles ofereçam uma explicação mais completa sobre os objetivos dos "drones".

Ross Newland, que ocupava um cargo graduado na CIA quando a agência foi autorizada a matar integrantes da Al Qaeda, diz que a CIA parece ter ficado muito à vontade com as mortes por controle remoto.

ASTRO INCONTESTE

Em 2004, Muhammad havia se tornado o astro inconteste das áreas tribais, as ferozes terras montanhosas habitadas pelos wazirs, mehsuds e outras tribos pashtuns que há décadas vivem de forma independente do governo paquistanês.

Muhammad, um ousado membro da tribo wazir, havia montado um exército para combater as forças oficiais e forçara o governo a negociar.

Muitos nas áreas tribais viam com desdém a aliança forjada pelo então presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, com os EUA depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Nascido perto de Wana, centro comercial do Waziristão do Sul, Muhammad passou a adolescência como ladrão de carros e balconista no bazar da cidade. Achou sua vocação em 1993, mais ou menos aos 18 anos, quando foi recrutado para lutar pelo Taleban no Afeganistão. Ele ascendeu rapidamente na hierarquia militar do grupo.

Quando os EUA invadiram o Afeganistão, em 2001, ele aproveitou a oportunidade para hospedar combatentes árabes e tchetchenos da Al Qaeda, que entravam no Paquistão ao fugir dos bombardeios americanos.

Para Muhammad, isso era um ganha-pão, mas ele também viu outra utilidade nos recém-chegados. Com a ajuda deles, nos dois anos seguintes, lançou ataques contra instalações militares paquistanesas e bases americanas no Afeganistão.

Agentes da CIA em Islamabad pediram a espiões paquistaneses que pressionassem membros da tribo wazir a entregar os combatentes estrangeiros. Relutantemente, Musharraf enviou tropas às montanhas para caçar Muhammad e seus homens. Em março de 2004, helicópteros paquistaneses bombardearam Wana.

Um cessar-fogo foi negociado em abril, durante uma reunião no Waziristão do Sul na qual um comandante paquistanês pendurou uma guirlanda de flores no pescoço de Muhammad.

A trégua deu mais fama a Muhammad, mas logo se revelou um blefe. Ele retomou seus ataques contra as forças paquistanesas.

OFERTA AMERICANA

A CIA vinha monitorando a ascensão de Muhammad, mas as autoridades o viam mais como um problema do Paquistão do que dos EUA. Em Washington, havia crescente alarme quanto à presença de membros da Al Qaeda nas áreas tribais, e George Tenet, então diretor da CIA, autorizou seus agentes em Islamabad a pressionar as autoridades paquistanesas para permitir os "drones" armados.

Enquanto as batalhas eram travadas no Waziristão do Sul, o chefe do escritório da CIA em Islamabad fez uma visita ao general Ehsan ul Haq, chefe da Inteligência Interserviços (ISI, a espionagem paquistanesa), e lhe apresentou uma oferta: se a CIA matasse Muhammad, a ISI autorizaria voos de "drones" armados sobre as áreas tribais?

A barganha foi selada. Autoridades paquistanesas insistiram em aprovar cada ataque, o que lhes dava controle sobre os alvos. A ISI e a CIA concordaram que todos os voos de "drones" no Paquistão seriam operados sob a autoridade dissimulada da CIA -o que significava que os EUA jamais admitiriam ter conhecimento dos ataques e o Paquistão assumiria o crédito por eles ou ficaria em silêncio.

NOVA DIREÇÃO

Enquanto as negociações transcorriam, o inspetor-geral da CIA, John Helgerson, havia acabado de concluir um duro relatório sobre os abusos a detentos em prisões secretas da CIA. Era talvez a mais importante razão individual para que a CIA passasse a matar suspeitos em vez de prendê-los.

Autoridades de contraterrorismo começaram a repensar a estratégia para a guerra secreta. Os "drones" armados ofereciam uma nova direção. Matar por controle remoto era a antítese do trabalho duro e íntimo do interrogatório. Os assassinatos seletivos foram saudados por republicanos e democratas.

Três anos antes da morte de Muhammad e um ano antes de a CIA realizar seu primeiro assassinato seletivo fora de uma zona de guerra -em 2002, no Iêmen-, houve um debate sobre a legalidade e a moralidade do uso de "drones" para matar supostos terroristas.

John McLaughlin, então subdiretor da CIA, disse que não se podia subestimar a mudança cultural que advém da obtenção da autoridade letal. "Quando as pessoas me dizem que 'não é grande coisa', eu lhes digo: 'Você já matou alguém?'", afirmou. "É grande coisa. Você começa a pensar de um jeito diferente."

Depois do 11 de Setembro, porém, essas preocupações foram rapidamente postas de lado.

Depois que Muhammad foi morto, o general Shaukat Sultan, um porta-voz paquistanês, disse a jornalistas que o "facilitador da Al Qaeda" Nek Muhammad e quatro outros "militantes" haviam sido mortos por um foguete disparado por forças paquistanesas. Qualquer insinuação de que Muhammad teria sido morto por americanos ou com assistência americana, disse ele, era "totalmente absurda".

Fonte: The New York Times - Via GBN

Obrigado Globo, pelos seus 48 anos de vida nos ensinando….

A Rede Globo completou ontem seus 48 anos de puro serviço ao povo brasileiro, com sua qualidade em jornalismo, grandes produções, qualidade incomparável que trouxeram aos brasileiros experiências jamais vividas pelos brasileiros.


A Globo nos trouxe grandes nomes que marcaram nossas vidas como o Chacrinha, Os Trapalhões, a Xuxa, Caceta e Planeta, Sai de Baixo e tantos outros nomes que ainda estão ai fazendo nossa alegria, mas o que a Globo nos ensinou?
A Globo nos ensinou a protestar, nos ensinou que não somos idiotas surdos e mudos.






A Globo nos ensinou como se esquecer dos problemas da vida, afinal enquanto o Brasil parava com a greve dos professores, víamos no Jornal Nacional a nova cor das cortinas do Palácio do Planalto (Para quem sabe ler, um pingo é uma letra).






Obrigado Rede Globo pelos 48 anos que nos ensina a ver novelas quando nosso país esta mergulhado em greves, e não podemos deixar de esquecer das constantes alterações dos horários dos jogos dos nossos times do coração que você nos faz perder mudando o horário para exibir suas novelas, e nos faz irmos para as chatas de nossas mulheres em casa, elas agradassem!


Francisco Santos do Guerra e Armas

NOTA G&D:
eu queria agradecer a globo pois vc salvou minha vida, eu tava em coma no hospital e a enfermeira que tomava conta de mim saiu da sala e deixou a TV ligada no PIG ops na globo, ai não teve jeito, tive que levantar pra desligar.por isso estou aqui hoje.

50 verdades sobre as sanções econômicas dos Estados Unidos contra Cuba

O estado de sítio econômico mais extenso da história voltou a atrair holofotes após a visita de Beyoncé à ilha


A visita da estrela estadunidense da música Beyoncé e de seu marido Jay-z à Havana voltou a levantar polêmica sobre a manutenção das sanções contra Cuba, em vigor há mais de meio século. Eis aqui alguns dados sobre o mais extenso estado de sítio econômico da história.

1) A administração republicada de Dwight D. Eisenhower impôs as primeiras sanções econômicas contra Cuba em 1960, oficialmente por causa do processo de nacionalizações que o governo revolucionário de Fidel Castro empreendeu.

2) Em1962, o governo democrata de John F. Kennedy aplicou sanções econômicas totais contra a ilha.

3) O impacto foi terrível. Os Estados Unidos sempre constituíram o mercado natural de Cuba. Em 1959, 73% das exportações eram feitas para o vizinho do norte e 70% das importações precediam deste território.

4) Agora, Cuba não pode exportar nem importar nada dos Estados Unidos. Desde 2000, depois das pressões do lobby agrícola estadunidense que buscava novos mercados para seus excedentes, a cidade de Havana está autorizada a importar algumas matérias-primas alimentícias, com condições draconianas.

5) A retórica diplomática para justificar o endurecimento deste estado de sítio econômico evoluiu com o tempo. Entre 1969 e 1990, os Estados Unidos evocaram o primeiro caso de expropriações de suas empresas para justificar sua política hostil contra Havana. Em seguida, Washington evocou sucessivamente a aliança com a União Soviética, o apoio às guerrilhas latino-americanas na luta contra as ditaduras militares e a intervenção cubana na África para ajudar as antigas colônias portuguesas a conseguir sua independência e a defendê-la.

6) Em 1991, depois do desmoronamento do bloco soviético, em vez de normalizar as relações com Cuba, os Estados Unidos decidiram reforçar as sanções invocando a necessidade de reestabelecer a democracia e o respeito aos direitos humanos.

7) Em 1992, sob a administração de Bush pai, o Congresso dos Estados Unidos adotou a lei Torricelli, que recrudesce as sanções contra a população cubana e lhes dá um caráter extraterritorial, isto é, contrário à legislação internacional.

8) O direito internacional proíbe toda lei nacional de ser extraterritorial, isto é, de ser aplicada além das fronteiras do país. Assim, a lei francesa não pode ser aplicada na Alemanha. A legislação brasileira não pode ser aplicada na Argentina. Não obstante, a lei Torricelli é aplicada em todos os países do mundo.

9) Assim, desde 1992, todo barco estrangeiro – qualquer que seja sua procedência – que entre em um porto cubano, se vê proibido de entrar nos Estados Unidos durante seis meses.

10) As empresas marítimas que operam na região privilegiam o comércio com os Estados Unidos, primeiro mercado mundial. Cuba, que depende essencialmente do transporte marítimo por sua insularidade, tem de pagar um preço muito superior ao do mercado para convencer as transportadoras internacionais a fornecer mercadoria à ilha.

WikiCommons - Fidel Castro durante Assembleia da ONU
11) A lei Torricelli prevê também sanções aos países que brindam assistência a Cuba. Assim, se a França ou o Brasil outorgarem uma ajuda de 100 milhões de dólares à ilha, os Estados Unidos cortam o mesmo montante de sua ajuda a essas nações.

12) Em 1996, a administração Clinton adotou a lei Helms-Burton que é ao mesmo tempo extraterritorial e retroativa, isto é, se aplica sobre feitos ocorridos antes da adoção da legislação, o que é contrário ao direito internacional.

13) O direito internacional proíbe toda legislação de ter caráter retroativo. Por exemplo, na França, desde 1º de janeiro de 2008, está proibido fumar nos restaurantes. Não obstante, um fumador que tivesse consumido um cigarro no dia 31 de dezembro de 2007 durante um jantar não pode ser multado por isso, já que a lei não pode ser retroativa.

14) A lei Helms-Burton sanciona toda empresa estrangeira que se instalou em propriedades nacionalizadas pertencentes a pessoas que, no momento da estatização, dispunham de nacionalidade cubana, violando o direito internacional.

15) A lei Helms-Burton viola também o direito estadunidense que estipula que as demandas judiciais nos tribunais somente são possíveis se a pessoa afetada por um processo de nacionalizações era um cidadão estadunidense quando ocorreu a expropriação e que esta tenha violado o direito internacional público. Veja só, nenhum destes requisitos são cumpridos.

16) A lei Helms-Burton tem como efeito dissuadir numerosos investidores de se instalarem em Cuba por temer represálias por parte da justiça estadunidense e é muito eficaz.

17) Em 2004, a administração de Bush filho criou a Comissão de Assistência a uma Cuba Livre, que impulsionou novas sanções contra Cuba.

18) Esta Comissão limitou muito as viagens. Todos os habitantes dos Estados Unidos podem viajar a seu país de origem quantas vezes quiserem - menos os cubanos. De fato, entre 2004 e 2009, os cubanos dos Estados Unidos só puderam viajar a ilha 14 dias a cada três anos, na melhor das hipóteses, desde que conseguissem uma autorização do Departamento do Tesouro.

19) Para poder viajar era necessário demonstrar que ao menos um membro da família vivia em Cuba. Não obstante, a administração Bush redefiniu o conceito de família, que se aplicou exclusivamente aos cubanos. Assim, os primos, sobrinhos, tios e outros parentes próximos já não formavam parte da família. Somente os avós, país, irmãos, filhos e cônjuges formavam parte da família, de acordo com a nova definição. Por exemplo, um cubano que residisse nos Estados Unidos não poderia visitar sua tia em Cuba, nem mandar uma ajuda econômica para seu primo.

20) Os cubanos que cumpriam todos os requisitos para viajar a seu país de origem, além de terem de limitar sua estadia a duas semanas, não podiam gastar ali mais de 50 dólares diários.

21) Todos os cidadãos ou residentes estadunidenses podiam mandar uma ajuda financeira a sua família, sem limite de valor, menos os cubanos, que não podiam mandar mais de 100 dólares ao mês entre 2004 e 2009.

22) Não obstante, era impossível a um cubano da Flórida mandar dinheiro à sua mãe que vivia em Havana – membro direto da sua família de acordo com a nova definição –, se a mãe militasse no Partido Comunista.

23) Em 2006, a Comissão de Assistência a uma Cuba Livre adotou outra norma que recrudesceu as restrições contra Cuba.

24) Com o objetivo de limitar a cooperação médica cubana com o resto do mundo, os Estados Unidos proibiram a exportação de equipamentos médicos a países terceiros “destinados a serem utilizados em programas de grande escala [com] pacientes estrangeiros” mesmo apesar de a maior parte da tecnologia médica mundial ser de origem estadunidense.

25) Por causa da aplicação extraterritorial das sanções econômicas, uma fabricante de carros japonesa, alemã, coreana, ou outra, que deseje comercializar seus produtos no mercado estadunidense, tem de demonstrar ao Departamento do Tesouro que seus carros não contêm nem um só grama de níquel cubano.

26) Do mesmo modo, um confeiteiro francês que deseje entrar no primeiro mercado do mundo tem de demonstrar à mesma entidade que sua produção não contém um só grama de açúcar cubano.

27) Assim, o caráter extraterritorial das sanções limita fortemente o comércio internacional de Cuba com o resto do mundo.

28) Às vezes, a aplicação destas sanções toma um rumo menos racional. Assim, todo turista estadunidense que consuma um cigarro cubano ou um copo de rum Havana Club durante uma viagem ao exterior, na França, no Brasil ou no Japão, se arrisca a pagar uma multa de um milhão de dólares e a ser condenado a dez anos de prisão.

29) Do mesmo modo, um cubano que resida na França, teoricamente não pode comer um sanduíche do McDonald’s.

30) O Departamento do Tesouro é taxativo a respeito: “Muitos se perguntam com frequência se os cidadãos estadunidenses podem adquirir legalmente produtos cubanos, inclusive tabaco ou bebidas alcóolicas, em um país terceiro para seu consumo pessoal fora dos Estados Unidos. A resposta é não”.


31) As sanções econômicas também têm um impacto dramático no campo da saúde. Com efeito, cerca de 80% das patentes depositadas no setor médico provêm das multinacionais farmacêuticas estadunidenses e de suas subsidiárias e Cuba não pode ter acesso a elas. O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos sublinha que “as restrições impostas pelo embargo têm contribuído para privar Cuba de um acesso vital a medicamentos, novas tecnologias médicas e científicas”.

32) No dia 3 de fevereiro de 2006, uma delegação de dezesseis funcionários cubanos, reunida com um grupo de empresários estadunidenses, foi expulsa do Hotel Sheraton María Isabel da capital mexicana, violando a lei asteca que proíbe todo tipo de discriminação por raça ou origem.

33) Em 2006, a empresa japonesa Nikon se negou a entregar o primeiro prêmio – uma câmera – a Raysel Sosa Rojas, jovem cubano de 13 anos que sofre de uma hemofilia hereditária incurável, que ganhou o XV Concurso Internacional de Desenho Infantil do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A multinacional nipônica explicou que a câmera digital não poderia ser entregue ao jovem cubano porque continha componentes estadunidenses.

34) Em abril de 2007, o banco Bawag, vendido ao fundo financeiro estadunidense, fechou as contas de uma centena de clientes de origem cubana que residiam na república alpina, aplicando assim, de modo extraterritorial, a legislação estadunidense em um país terceiro.

35) Em 2007, o banco Barclays ordenou às suas filiais de Londres que fechassem as contas de duas empresas cubanas: Havana International Bank e Cubanacán, depois de a Ofac (Office of Foreign Assets Control, ou Oficina de Controle de Bens Estrangeiros) do Departamento do Tesouro, efetuar prisões.

36) Em julho de 2007, a companhia aérea espanhola Hola Airlines, que tinha um contrato com o governo cubano para transportar pacientes que padeciam de doenças oculares no marco da Operação Milagre teve de por fim às suas relações com Cuba. Com efeito, quando solicitou ao fabricante estadunidense Boeing que realizasse consertos em um avião, este lhe exigiu como condição que rompesse seu contrato com a ilha caribenha e explicou que a ordem era procedente do governo dos Estados Unidos.

37) No dia 16 de dezembro de 2009, o banco Crédit Suisse recebeu uma multa de 536 milhões de dólares do Departamento do Tesouro por realizar transações financeiras em dólares com Cuba.

38) Em junho de 2012, o banco holandês ING recebeu a maior sanção jamais aplicada desde o início do estado de sítio económico contra Cuba em 1960. A Ofac, do Departamento do Tesouro, sancionou a instituição financeira com uma multa de 619 milhões de dólares por realizar, entre outras, transações em dólares com Cuba, através do sistema financeiro estadunidense.

39) Os turistas estadunidenses podem viajar para a China, principal rival econômica e política dos Estados Unidos, para o Vietnã, país contra o qual Washington esteve mais de quinze anos em guerra, ou para a Coréia do Norte, que possui armamento nuclear e ameaça usá-lo, mas não para Cuba, que, em sua história, jamais agrediu os Estados Unidos.

40) Todo cidadão estadunidense que viole esta proibição se arrisca a uma sanção que pode alcançar 10 anos de prisão e um milhão de dólares de multa.

41) Depois das solicitações de Max Baucus, senador do Estado de Montana, o Departamento do Tesouro admitiu ter realizado, desde 1990, apenas 93 investigações relacionadas ao terrorismo internacional. No mesmo período, efetuou outras 10.683 “para impedir que os estadunidenses exerçam seu direito de viajar a Cuba”.

42) Em um boletim, a Gao (United States Government Accountability Office, ou Oficina de Responsabilidade Governamental dos Estados Unidos) apontou que os serviços aduaneiros (Customs and Border Protection – CBP) de Miami realizaram inspeções “secundárias” sobre 20% dos passageiros procedentes de Cuba em 2007 com a finalidade de comprovar que não importavam tabaco, álcool ou produtos farmacêuticos da ilha. Por outro lado, a média de inspeções foi só de 3% para o restante dos viajantes. Segundo a GAO, este enfoque sobre Cuba “reduz a aptidão dos serviços aduaneiros para levar a cabo sua missão que consiste em impedir que os terroristas, criminosos e outros estrangeiros indesejáveis entrem no país”.

43) Os ex-presidentes James Carter e William Clinton expressaram várias vezes sua oposição à política de Washington. “Não deixei de pedir pública e privadamente a eliminação de todas as restrições financeiras, comerciais e de viagem”, declarou Carter depois de sua segunda estadia em Cuba em março de 2011. Para Clinton, a política de sanções “absurda” tem sido um “fracasso total”.

44) A Câmara de Comércio dos Estados Unidos, que representa o mundo dos negócios e as mais importantes multinacionais do país, também expressou sua oposição à manutenção das sanções econômicas.

45) O jornal The New York Times condenou “um anacronismo da Guerra Fria”.

46) O Washington Post, diário conservador, aparece como o mais virulento quando se trata da política cubana de Washington: “A política dos Estados Unidos em relação a Cuba é um fracasso […]. Nada mudou, exceto que o nosso embargo nos torna mais ridículos e impotentes que nunca”.

47) A maior parte da opinião pública estadunidense também está a favor de uma normatização das relações entre Washington e Havana. Segundo uma pesquisa realizada pela CNN no dia 10 de abril de 2009, 64% dos cidadãos estadunidenses se opõe às sanções econômicas contra Cuba.

48) De acordo com a empresa Orbitz Worldwide, uma das mais importantes agências de viagem da internet, 67% dos habitantes dos Estados Unidos desejam ir de férias para Cuba e 72% acreditam que “o turismo em Cuba teria um impacto positivo na vida cotidiana do povo cubano”.

49) Mais de 70% dos cubanos nasceram sob o estado de sítio econômico.

50) Em 2012, durante a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, 188 países de 192 condenaram pela 21ª vez consecutiva as sanções econômicas contra Cuba.


Para aprofundar-se sobre o tema:


(*) Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade de Paris Sorbonne-Paris IV, Salim Lamrani é professor-titular da Universidade de la Reunión e jornalista, especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos. Seu último livro se chama The Economic War Against Cuba. A Historical and Legal Perspective on the U.S. Blockade, New York, Monthly Review Press, 2013, com prólogo de Wayne S. Smith e prefácio Paul Estrade. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Cortes no Exército regular norte-americano fazem crescer papel de exércitos privados


EPA


O sequestro do orçamento do Pentágono pode conduzir a uma redução significativa da potência do exército regular dos Estados Unidos. De acordo com alguns especialistas, isso só incentivaria o desenvolvimento do negócio militar privado no mundo.


O Exército dos EUA já tem prevista uma redução de suas tropas em quase cem mil pessoas. No entanto, se o sequestro continuar, o exército terá que fazer cortes adicionais, inclusive na Guarda Nacional e na reserva do Exército. Neste caso, será posta em causa a capacidade do Exército de participar em combates de grande escala.

Entretanto, especialistas acreditam que o problema não está no sequestro do orçamento. Pessoas simplesmente não querem ir para o exército. Eis o que pensa o primeiro vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sivkov:

“O fato de que esses problemas surgiram no Exército dos EUA há muito tempo era óbvio para especialistas militares. Primeiro de tudo, pela natureza da guerra no Iraque e no Afeganistão. O Exército dos EUA demonstrou uma evidente indisponibilidad e moral e psicológica do pessoal para a realização de operações contra gerrilha. E por consequente, para o objetivo fundamental de qualquer guerra – a retenção de território. O Exército dos EUA é um dos mais aptos para combate. Mas isso é em guerras contra tropas regulares. Quando o Exército dos EUA tem a possibilidade de usar armas remotamente, sem arriscar as vidas de seus soldados. Mas quando se trata de combate corpo a corpo (o que é característico para guerras de guerrilha), os soldados norte-americanos não querem morrer. Esta é uma doença de qualquer exército mercenário. Arriscar a vida só se pode por uma ideia.”

O problema de pessoal coloca o Pentágono à mercê de exércitos privados. Seu papel vai aumentar com o tempo, como mostram as guerras no Iraque e no Afeganistão. Na verdade, hoje em dia existem mais de 3 mil empresas que oferecem serviços semelhantes, operando em mais de 60 países ao redor do mundo. Elas são cada vez mais frequentemente consideradas estruturas que poderiam, em princípio, substituir os exércitos de contrato nacionais.

No entanto, o diretor do Centro de Conjuntura Estratégica, Ivan Konovalov, não está totalmente de acordo com esse ponto de vista:

“Durante algum tempo houve a tendência de realizar muitas operações militares usando empresas militares privadas. Porque elas agem com mais rapidez, e porque podem ser contratadas por prazos mais curtos, por exemplo, por um ano com uma subsequente terminação do contrato (um exército regular, no entanto, é um valor constante). Eventualmente perceberam que isso era impossível. E essa ideia foi abandonada. Mas elas continuam desempenhando suas funções. Porque nos mesmos Iraque ou Afeganistão o exército não guarda o oleoduto. Isso é feito por operadores privados, no interesse de uma ou outra empresa particular. E eles são pagos por isso. Comerciantes privados nunca irão substituir o Exército. Mas as corporações que operam em zonas de guerra – elas são principalmente de extração de petróleo e gás e mineração de diamantes – não serão capazes de funcionar sem corsários. Porque o exército não irá defender seus interesses.”

No entanto, são justamente os exércitos privados, segundo muitos especialistas, que são os mais eficazes para conduzir conflitos armados locais. E já que a época de guerras de grande escala, onde era necessário envolver tropas maciças, aparentemente, passou, os “mercenários” estão se tornando um instrumento popular de aplicação prática de doutrinas geopolíticas.

Hipoteticamente, Washington pode conduzir guerras no estrangeiro exclusivamente com forças de “mercenários”. Especialistas notam os benefícios de tal solução. A ausência de um exército regular estrangeiro não permite falar de ocupação. Mortes de “mercenários” não contam como baixas do Exército dos EUA. A ausência da necessidade de prestar contas às autoridades norte-americanas e o fato de não se encontrarem sob a jurisdição nos países de permanência dá-lhes a oportunidade de ampliar significativamente o escopo do que lhes é permissível para alcançar seus objetivos.

Por outro lado, as desvantagens são a sequência das vantagens (e possivelmente, até mesmo são mais). Por isso, é pouco provável que “mercenários” substituam por completo os exércitos nacionais. Embora, de fato, eles estejam a fazer a mesma coisa, o exército regular protege os interesses políticos do estado, e os “mercenários” continuam sendo comerciais. Provavelmente, no futuro, iremos ver uma simbiose invulgar, que se enquadra na lógica das guerras modernas por recursos. A crise do exército nacional do jogador geopolítico mais ambicioso dos nossos tempos – os Estados Unidos – apenas contribui para dar a este fenômeno um estatuto internacional oficial.