sexta-feira, 12 de julho de 2013

Às vésperas de encontro, Foro de SP é alvo de ameaças de grupos direitistas

Páginas e eventos na web foram criados contra evento, que reúne partidos e movimentos da esquerda latino-americana

A página “manifestação contra o Foro São Paulo” foi criada no Facebook em junho de 2013, na esteira dos protestos pela redução das tarifas de ônibus no Brasil. O objetivo, segundo a descrição oficial, é “organizar ações contra o Foro de São Paulo, visando investigar e divulgar as intenções dessa cúpula socialista latina. AUDITORIA JÁ no Foro SP!”

Assim como esta, diversas outras páginas e eventos foram criados nas últimas semanas na rede social contra o grupo, que reúne partidos políticos e organizações da esquerda latino-americana. Criado em 1990, os encontros anuais servem para discutir e promover a integração econômica, política e cultural da região. Nesse ano, o Foro acontece em São Paulo, de 31 de julho a 4 de agosto.

Detalhe curioso é que a foto de exibição da comunidade é do ex-presidente Lula, trajado nas roupas e com o aspecto sombrio de Don Vito Corleone, "o poderoso chefão", clássico personagem fictício do romance de Mario Puzzo - adaptado ao cinema por Ford Coppola. São mais de dois mil “curtir” à página.

Divulgação Facebook
Página inicial da página contra o Foro São Paulo

“Enquanto essa turma do Foro São Paulo estiver no poder, não há horizontes para a América Latina. Não haverá projeto de país, não haverá projeto de indivíduo... (Eles) só visam ganhar poder, com as alianças mais imorais possíveis entre as instituições humanas. Governos ligados à MIR, FARC, Sendero Luminoso... onde vocês acham que vamos chegar”, indagam na página após publicar foto de Dilma e Cristina Kirchner.

A direção do Foro São Paulo acredita que a maioria das pessoas que protesta contra o evento “tem a cabeça na década de 50, promovendo o pensamento da esquerda diabólica, com teorias da conspiração e sobre um golpe comunista do país”.

[Cartaz distribuído em São Paulo contra realização do evento]

“É muita desinformação que vemos nessas páginas. É assustador do ponto de vista intelectual que algumas pessoas acreditem em golpe comunista ou que o Foro São Paulo tenha a intenção de tomar o poder. Desde 1998, todos os líderes ligados ao Foro foram eleitos de forma democrática por mecanismos que eles (de direita) criaram”, afirmou a Opera Mundi o secretário-executivo do Foro SP, Valter Pomar.

São grupos de diversas naturezas que atacam a organização do evento: "mulheres conservadoras", "comando de caça aos corruptos", "direita realista", "direita política", "marcha da família" e, até mesmo, "meu professor de história mentiu pra mim". O ponto em comum entre todas elas, além é claro da oposição ao Foro SP, é a agenda conservadora em relação às questões vitais dos direitos civis.

O que chama a atenção é que, pela primeira vez desde a fundação do Foro São Paulo, os olhares conservadores se voltaram para o evento. Pomar, no entanto, afirma "não ser possível ter com precisão se a oposição ao evento é orquestrada" ou não.


No total, são mais de dez páginas no Facebook. Em uma delas, criada pelo perfil Golpe Militar em 2014, mais de 500 pessoas já confirmaram presença na “passeata contra o Foro”, marcada para o dia 03 de agosto. Já a página do “Fora Foro de São Paulo” publicou nesta terça-feira (09/07) um texto do Facebook Brasil, reclamando “de outros perfis fechados” pela empresa por conteúdo impróprio.

Reprodução Facebook
Conservadores são opositores da realização do Foro SP 

Em alguns dos textos compartilhados, os opositores apresentam teorias que a mídia privada – como o Jornal Nacional da TV Globo, por exemplo – está omitindo o evento com o objetivo de “não deixar a população brasileira saber sobre a possibilidade do golpe de esquerda”.

Opera Mundi procurou os responsáveis pelas páginas do Facebook, mas até o fechamento não houve resposta.

Algumas manifestações na rede social, porém, ultrapassaram a fronteira do protesto, tornando-se agressões e ameaças à realização do evento. Segundo a direção, são centenas de mensagens na página oficial do Foro São Paulo com ameaças violentas.

“Não há problema em manifestar seu pensamento. Porém, quando isso se converte em ameaças e tentativas de impedir a realização do Foro São Paulo, nós temos um ato violento. Esse é um discurso fora da lei”, ressaltou Pomar.

Opera Mundi

Combate ao terrorismo não é justificativa para espionagem, diz Dilma

Presidente também opinou que todos os presidentes do Mercosul deveriam viajar a Assunção para posse de Horacio Cartes

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (12/07), pouco antes de deixar a sede do Mercosul, em Montevidéu, que o combate ao terrorismo não é uma justificativa aceitável para a espionagem praticada pelos Estados Unidos. Recentemente, reportagem do jornal britânico The Guardian revelou que o Brasil é um dos principais alvos de espionagem dos EUA no mundo. 

“A cooperação transnacional no combate ao terrorismo e outros crimes não é justificativa para a violação de direitos individuais de qualquer cidadão em qualquer estado”, afirmou Dilma. Ela também reiterou que o Brasil já pediu explicações sobre o caso para os Estados Unidos. 

Na declaração final da reunião na capital uruguaia, o Mercosul definiu os programas norte-americanos como a "maior operação de espionagem conhecida no mundo até o momento". 

A presidente também disse que todos os presidentes do Mercosul devem viajar a Assunção no próximo dia 15 de agosto para assistir à cerimônia de posse de Horacio Cartes, em uma tentativa de convencer o paraguaio a recuar e aceitar voltar ao bloco sob a liderança venezuelana. “Temos todas as condições de receber o Paraguai de volta ao Mercosul” com a posse de Cartes, salientou.

Vitor Sion/Opera Mundi
Dilma, Mujica e Maduro deixam palco onde foto oficial do evento foi tirada nesta sexta-feira

Com relação ao fechamento do espaço aéreo de quatro países europeus ao avião do presidente boliviano, Evo Morales, na semana passada, Dilma disse que a decisão feriu “a cada um de nós, presidentes do Mercosul, da Unasul [União de Nações Sul-Americanas) e da Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos]”.

Na ocasião, Portugal, Itália, Espanha e França proibiram a aeronave presidencial boliviana de pousar em seus territórios para abastecimento, o que acabou sendo feito em Viena. Na capital austríaca, o avião foi vistoriado para confirmar que o ex-agente da CIA Edward Snowden, responsável pelo vazamento dos programas de espionagem dos Estados Unidos, não estava lá. "Foi uma situação extremamente constrangedora. É algo que nunca foi feito e não tem respaldo em nenhum tratado internacional", argumentou Dilma 

Segundo o comunicado do encontro, todos os países do bloco convocarão seus embaixadores em Portugal, Espanha, Itália e França para pedir explicações sobre o veto à aeronave boliviana.

Snowden: Rússia e países latino-americanos ganharam "respeito do mundo"

Ex-consultor da CIA, em carta difundida pelo Wikileaks, afirmou não querer "vender" os segredos dos EUA e sim "justiça"

O ex-agente da CIA e da NSA (Agência de Segurança Nacional norte-americana, na sigla em inglês) Edward Snowden, emitiu uma declaração, nesta sexta-feira (12/07), na qual agradece e aceita formalmente todas as ofertas de asilo que recebeu. O texto, difundido pelo Wikileaks, também antecipou que o norte-americano pedirá asilo temporário na Rússia até que sua viagem a algum país da América Latina seja viabilizada.

Efe
Snowden em reunião com ativistas de direitos humanos no aeroporto de Moscou, onde está refugiado há três semanas

Segundo ele, o posicionamento da Rússia e dos países latino-americanos que prontamente lhe ofereceram asilo faz com que estas nações ganham o respeito do mundo “por se negar a comprometer seus princípios frente à intimidação”. “É minha intenção viajar a cada um destes países para dar meu agradecimento pessoal a seus povos e seus líderes”, garantiu, pedindo assistência para garantias de segurança em seu translado para a América Latina, e afirmando que pedirá asilo na Rússia até que sua viagem seja autorizada legalmente.

Para o Snowden, perseguido pelos Estados Unidos por revelar os programas de espionagem do país, países como Venezuela, a Bolívia, Nicarágua, Equador e Rússia foram os “primeiros a se levantar contra as violações aos direitos humanos”. “Alguns governos da Europa Ocidental e Estados norte-americanos têm demonstrado uma vontade de agir fora da lei, e esse comportamento persiste até hoje”, ressalta no texto.

O ex-técnico da CIA, que há dias se encontra na área de trânsito do aeroporto de Moscou, afirma ainda que as ofertas de asilo feitas por presidentes latino-americanos como Nicolás Maduro, da Venezuela, fazem com seu status de asilado seja formal e que “nenhum Estado” possa “limitar ou interferir” no seu direito de usufrui-lo.

Nuremberg

Explicando sua decisão que o obrigou a afastar-se da vida “em grande conforto” com sua família e uma “casa no paraíso” que conta ter tido antes até revelar os programas de espionagens dos EUA, Snowden alega acreditar no princípio declarado em Nuremberg na Alemanha, em 1945: “Os indivíduos têm obrigações internacionais que transcendem as obrigações nacionais de obediência. Portanto, cidadãos individuais têm a obrigação de violar leis domésticas para prevenir que crimes contra a paz e a humanidade aconteçam”.

“De acordo com isso, eu fiz o que acreditava certo e comecei uma campanha pra corrigir essas ações erradas. Eu não busquei enriquecer. Eu não busquei vender os segredos dos EUA. Eu não fiz acordos com nenhum governo estrangeiro para garantir minha segurança. Ao contrário, levei o que sabia a público para que o que afeta todos nós possa ser discutido por todos à luz do dia, e pedi justiça ao mundo. A decisão moral de contar ao público sobre a espionagem que afeta a todos foi custosa, mas foi a coisa certa a fazer e não tenho arrependimentos”, expressa.

Para Snowden, a perseguição pelo governo e serviços de inteligência dos EUA é uma tentativa de advertência a outras pessoas que possam revelar informações secretas. “Até levou ao passo sem precedentes de ordenar aliados militares a posar o avião de um presidente latino-americano em busca de um refugiado político”, diz, sobre o bloqueio a Evo Morales e sua comitiva na Europa, que considera “uma ameaça não só à dignidade da América Latina, mas aos direitos básicos de cada pessoa, de cada nação, de viver livre da perseguição, e de procurar e desfrutar asilo”.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

De olho no programa nuclear do Irã, Israel acelera o desenvolvimento de mísseis de defesa



Arrow 3 disparado durante um teste de lançamento.

Coronel Aviram Hasson, presidente d projeto Arrow 3, diz que o programa de defesa aérea de Israel está focado na ameaça nuclear do Irã

Israel está acelerando o seu desenvolvimento do sistema de intercepção de mísseis de longo alcance Arrow 3.

O sistema Arrow 3 seria capaz de rastrear e interceptar mísseis nucleares ou convencionais de entrada em uma altitude mais elevada do que seu antecessor, o Arrow 2, relatou o coronel Aviram Hasson, durante a conferência intitulada “Ameaças Aéreas na Idade Moderna. “

“Nós estamos pensando principalmente sobre a ameaça nuclear”, disse ele. Capacidade de alta altitude do Arrow 3 torna um interceptador ideal para mísseis nucleares e minimizar a ameaça.

Hasson descreveu a estratégia de Israel de quatro camadas de defesa antimísseis:
Iron Dome, protegendo contra ameaças de curto alcance (até 70 km);
David’s Sling, cobrindo ameaças médio alcance (70-200 km);
Arrow 2, para longo alcance (acima de 200 km);
Arrow 3, para até 2.500 quilômetros de distância.

Israel em novembro realizou sua primeira interceptação bem sucedida de um míssil-alvo com o sistema de defesa de mísseis David’s Sling (funda de David), que está previsto para entrar em operação em 2014.

O ministro da Defesa, Moshe Yaalon, disse há dois anos, na Conferência de Herzliya, que o Irã está desenvolvendo um míssil balístico intercontinental (ICBM), com um alcance de 10.000 quilômetros – capaz de atingir os Estados Unidos.

O Irã afirma que seu programa nuclear não sancionado é para fins pacíficos, e não militares.

“Queremos chegar a uma situação em que Israel tenha uma defesa pronta para qualquer ameaça, no presente e no futuro”, afirmou Hasson.

FONTE: reportagem de Mitch Ginsburg – TRADUÇÃO: CAVOK

DEFESA - Amorim defende o uso de tecnologia nacional para redes de comunicação do País


O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu hoje no Senado a necessidade de que o Brasil desenvolvasoftwares e outras ferramentas nacionais para proteção das redes de computadores de seus órgãos de Estado. "O desafio principal que temos é o de desenvolver ferramentas nacionais com brasileiros para nos defender", afirmou.

Na companhia do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito de Carvalho Siqueira, Amorim participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da casa legislativa. O convite teve como motivação as denúncias de espionagem de comunicações de cidadãos, empresas e órgãos públicos por agências de inteligência dos Estados Unidos.

Durante a reunião, o ministro Amorim admitiu haver fragilidade nos mecanismos de defesa das redes cibernéticas do País. "Porém, acho que, como em toda situação, o primeiro passo para se resolver o problema é diagnosticá-lo", afirmou. "E acho que estamos diagnosticando corretamente que existe uma vulnerabilidade em termos de defesa cibernética".

O ministro da Defesa frisou, entretanto, que a fragilidade dos meios de segurança das redes de computador não é uma peculiaridade do Brasil, como pode ser observado em declarações recentes de líderes mundiais europeus e sul-americanos a respeito das denúncias espionagem. "A Alemanha e a França, países que dispõem de sistemas muito sofisticados, a julgar pela declaração dos seus próprios líderes, também foram tomados de surpresa pela escala e pela amplitude dessas ações", ressaltou.

Amorim lembrou que até mesmo o ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, admitiu que seu país estava sujeito a ter um "Pearl Harbor cibernético". "Se o secretário de Defesa dos EUA diz isso é porque é algo complexo de se conseguir resolver de um dia para outro", disse, acrescentando que ele próprio mantém cuidados especiais com suas comunicações eletrônicas.

Satélite brasileiro

O ministro da Defesa, em resposta às perguntas feitas pelos parlamentares, também tratou do projeto de construção de um satélite geoestacionário a ser colocado em órbita por um consórcio brasileiro. O projeto prevê investimentos de R$ 720 milhões. A licitação deve ser concluída no fim do mês e a assinatura do contrato está prevista para agosto deste ano. A previsão é que o satélite geoestacionário entre em funcionamento 32 meses após o contrato assinado.

Amorim afirmou que o projeto é prioridade. Ele explicou que a Defesa terá uma banda específica para comunicações militares, a chamada banda X. O ministro assinalou aos parlamentares a necessidade de o Brasil desenvolver satélites exclusivos para a defesa, além do geoestacionário em curso. "É um projeto e esses projetos custam caro, como custa também caro o Sisfron, que é uma prioridade nossa", afirmou, fazendo referência ao sistema do Exército de monitoramento de fronteira.

A audiência no Senado começou com o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, lendo a nota oficial divulgada mais cedo pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República sobre as medidas tomadas pelo governo em relação às denúncias de espionagens. Os senadores fizeram perguntas sobre temas como a possibilidade de o Brasil conceder asilo ao ex-agente norte-americano Edward Snowden, apontado como o autor do vazamento dos documentos referentes à espionagem, bem como questões ligadas à internet e defesa das redes de computadores públicas e privadas.

Ao término da reunião, os ministros conversaram com os jornalistas, ocasião em que Amorim voltou a defender a solução desoftwares livres para os sistemas de comunicação nacionais.


Fonte: Ministério da Defesa

Enquanto isso, Uganda recebe mais Sukhois


A revista Combat Aircraft de julho de 2013 informou que a Força Aérea de Uganda (Uganda People’s Defense Air Force – UPDAF) pode estar recebendo um lote adicional de jatos Su-30MK2. De acordo com informes de Kampala, outra entrega foi feita em maio.


Em setembro de 2012 uma agência russa de notícias informou que Uganda tinha iniciado negociações com a Rosoboronexport para uma possível compra de seis caças adicionais, para complementar a compra inicial de 6 jatos Su-30MK2. As fotos são dos aviões do primeiro lote.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

A presidenta está nua

Mário Maestri

CORREIO DA CIDADANIA

Desta vez, foram multidões, e não uma criança, que gritaram, impiedosas, o “rei está nu”, pondo fim às construções fantasmagóricas sobre o sucesso social do modo de governar petista. Conto da carochinha divulgado pela grande mídia no país e no mundo, já que celebrava o sucesso de administração convertida ao social-liberalismo. Apesar dos gritos populares crescentes sobre sua impudicícia, Dilma manteve-se quietinha, fazendo-se de morta, rezando para que acreditassem que a luta contra o aumento das passagens não lhe dizia respeito.

As multidões desbordantes puteavam os aumentos dos transportes e os estádios faraônicos, apontando para a indecente degradação da saúde e da educação públicas. Muito logo, registraram em forma desorganizada a insatisfação com as condições gerais de existência, sobretudo nas grandes metrópoles. Rolaram pelo ralo das elucubrações marqueteiras as propostas do Brasil potência, país onde dominaria majoritariamente pujante nova classe média, que entrava garbosamente no mercado consumidor, arrancada da penúria pelos doze anos de reino petista.

A sustentação irresponsável da produção nacional por meio de consumo financiado, sem expansão substantiva do valor dos salários, tencionara a economia popular e o tecido metropolitano, atulhado de automóveis, com meios de transporte caros e deficientes e população trabalhadora enviada às periferias distantes. As populações urbanas levantavam-se contra a proposta social perversa de que pagassem o transporte, o colégio privado, o plano de saúde, a segurança e os cambaus, com seus magros salários, para a alegria de insaciáveis interesses privados.

Reeleição garantida

Para reeleger-se, Dilma Rousseff apostou todas as suas fichas na interpretação dos interesses privados dominantes, nacionais e internacionais. Construiu mega-ministério de quase quarenta picaretas e base parlamentar de centenas de outros roedores. Seguiu privatizando, sem pena, bens públicos, como aeroportos, portos, petróleo, estradas, ferrovias.. Fez do BNDES sucursal do grande capital, patrocinando em primeira pessoa aventureiros como Eike Baptista, o inacreditável senhor das empresas X.

A presidente fechou a cara para os anseios populares e nacionais. No altar do agronegócio, sob os auspícios da bruxa de Abreu, sacrificou as reivindicações dos, e, se preciso, os sem-terra, quilombolas e nativos. Seduziu os fundamentalistas, vestindo as pudicas vestes de primeira carola nacional. Pisoteou sem dó o laicismo e direitos cívicos nacionais: interrupção da gravidez; criminalização da homofobia; casamento homoafetivo; isenção fiscal, direitos e privilégios legislativos e de Estado para lideranças fundamentalistas etc. Liquidou o pouco de independência que mantinha a política externa brasileira. Cria sua reeleição certa e segura.

Tudo inutilmente. Ao explodir, o desgosto popular farejou culpados subalternos para terminar apontando para o governo federal, responsável maior pelo destino da nação. Então, das elevadas alturas, as avaliações de Dilma Rousseff despencaram ladeira abaixo. Pior ainda, no calor da crise, a presidenta expôs seu enorme despreparo para enfrentar semelhantes conjunturas. A lembrança de Lula da Silva como eventual candidato em 2014 confirmou a cabotinice do ex-presidente em designar substituta pouco qualificada para posto ao qual sonha retornar.

Surpreendida em pleno abandono da orientação neodesenvolvimentista, Dilma Rousseff prosseguiu, sem correção de rumo, a orientação autista e conservadora de sua administração. No dia 24, monologou com a nação, propondo cinco pactos nacionais. Iniciou pelo fiscal, ou seja, pela promessa ao grande capital de contenção de gastos públicos e cortes de investimentos. Portanto, deixou de saída claro que eram retóricas as promessas referentes à saúde, educação e transportes ..

Com enorme sem-cerimônia, limitou-se a reafirmar projetos anteriores sobre a educação e saúde. Relembrou as propostas de contratação de médicos estrangeiros, de ampliação dasvagas nas escolas de medicina, de desonerações de impostos do transporte público, de emprego de 100% dos royalties do petróleo para a educação ─ ou seja, bem menos de 10% da renda petrolífera entregue ao grande capital privado.

Pega-bobo eleitoral

De novo, apenas a proposta retirada do bolso do colete de seus marqueteiros de plebiscito sobre constituinte restrita que abordasse a ... reforma política, eterna preocupação das classes dominantes, necessária ao reequilíbrio da expressão de suas forças e à consolidação da desprestigiada democracia representativa. Paradoxalmente, questão com alguma ressonância nos setores sociais atrasados, incorporados às mobilizações após sua massificação, setores sob a influência da mídia e dos partidos da direita tradicional.

A população exige passagem livre e hospitais, farmácias, escolas, universidades, postos de saúde públicos de qualidade. A presidenta oferece a discussão das coligações; listas eleitorais; voto distrital puro ou misto etc. Pega-bobo lançado à população enfarada com a representação parlamentar burguesa, que sonha, ingenuamente, como meio de reforma social, a redução radical do número, salários e privilégios de parlamentares, secretários, ministros, caso não possa fazer mais.

A reforma política não é pauta popular. É enorme o consenso que, mutatis mutandis, tudo permanecerá, no essencial, como “dantes, em nosso triste quartel de Abrantes”! Sequer o financiamento público das campanhas, proposta querida dos partidos de esquerda seduzidos pela integração parlamentar ao Estado, conta com largo apoio. Com razão, teme-se financiamento público milionário de partidos, reais e biônicos, associado ao financiamento privado direto ou indireto, por de baixo do poncho!

A rejeição da constituinte seletiva para a reforma política pelos órgãos máximos das classes dominantes nacionais ensejou que fosse substituída por proposta ainda mais acanhada e esdrúxula, de pronunciamento plebiscitário sobre questões apresentadas pelos picaretas no congresso e no governo! Tudo feito logo, logo, para que a presidenta chegue em 2014 com algo nas mãos, além dos previstos aumentos do juro básico e superávit primário; cortes nos gastos públicos; arrocho do salário mínimo; interrupção da reforma agrária; descumprimento da agenda civil nacional etc.

Não há inocência

Não se creia que a manipulação plebiscitária seja iniciativa despida de caráter performativo. As manifestações fluviais redefiniram a correlação social de forças no Brasil, comprovando a capacidade popular de pautar a vida político-social e de arrancar conquistas substanciais às classes dominantes. Entretanto, entraram já no inevitável ciclo regressivo, sobretudo devido à inexistência de pauta programática exequível, por além da conquistada redução do valor das passagens nas grandes e médias metrópoles, e de direção autêntica centralizadora.

Inexistência de pauta programática unificada devido, sobretudo, à paradoxal ausência da classe operária organizada. Ausência para a qual contribuiu substantivamente a ação da venal direção governista da CUT, que reina monopolicamente sobre a grande central, sobretudo após a multiplicação oportunista e interessada de centrais, que registraram na presente conjuntura sua total inoperância social e política – Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central, além de CSP-Conlutas, CSB e CGTB.

Vendo minimizado seu poder de barganha, quando já se chamavam greves gerais pelo facebook, a direção da CUT dispôs-se a ingressar com barulho no coliseu da luta social. Desde que os gladiadores e os leões tivessem se retirado da arena, é claro. Preocupada em não qualificar o movimento popular com o ingresso dos trabalhadores organizados, chamou suas tropas “para dia nacional de luta”, e não para greve geral, marcado para o então distante 11 de julho. Esperam realizar parada prestigiosa e certamente não combativa mobilização para a luta.

Uma aposta cuidadosa, que comporta grandes riscos. Se for demasiadamente tímida e não se aproximar da dimensão das passadas concentrações populares, a demonstração enfatizará a recente marginalização do movimento sindical organizado. Se for grande a adesão de trabalhadores e populares, o “dia nacional de protesto” dará um novo impulso às mobilizações anti-governamentais e antissistema. Ainda mais que a população pode se servir da respeitosa pauta de reivindicação da CUT para armar-se de real programa para a luta social e política.

No seu respeito canino ao governo federal, a burocracia cutista sequer integrou às reivindicações do dia 11 o aumento imediato do miserável salário mínimo, cancelamento das concessões petrolíferas, nacionalização dos bens públicos privatizados e dos meios de transporte. Para não falar da luta pela convocação de Assembléia Nacional Constituinte, ampla, geral e irrestrita, com direito democrático de eleição dos constituintes, que entregue à população nacional enfarada com as atuais instituições elitistas o direito soberano de decidir seus destinos ­– pagamento da dívida, nacionalização do petróleo, estatização do transporte etc.

Novo período

Vivemos em junho as mais poderosas mobilizações jamais conhecidas no Brasil. Por sua autonomia e seu caráter combativo e antissistema, superam qualitativamente as marchas pelas Diretas Já, de 1983-84, sob o total controle dos partidos oposicionistas, ou as de Fora Collor, de 1992, dirigidas pelos partidos e, sobretudo, pela grande mídia, com destaque para a pentida Rede Globo, em momento em que o impeachment era inevitável. Essas jornadas registram importantes modificações na consciência da população brasileira concentrada nas grandes metrópoles, ensejadas pela ampliação do assalariamento e instrução.

Fortaleceu-se enormemente o movimento social, que depois de décadas pautou novamente as classes dominantes, obrigando a mídia conservadora a contorções verdadeiramente indecorosas. Fortaleceu-se também a capacidade de intervenção e manipulação conservadora, através principalmente das redes sociais e de segmentos sociais médios. O que permitiu que o petismo e o governismo iniciassem a velha gritaria de “Socorro! Olha o lobo”, sobre possível golpe direitista. Algo talvez compreensível, já que habituados a manter o grosso da direita brasileira, legal ou ilegalmente, como aliados assalariados de sua base parlamentar. Proliferaram as propostas de frente, de aliança e de pactos de esquerda contra a direita fascista, procurando desviar os golpes do governo do capital de turno.

Não há qualquer perigo de golpe de Estado. Como Lula da Silva, Dilma Rousseff foi escolhida como representante da ditadura democrática do capital no Brasil, e permanece como tal. Que proporia o novo governo direitista: a privatização do petróleo; o pagamento disciplinado do capital financeiro; a proteção canina do agronegócio? O descontrole do petismo sobre as grandes massas urbanas abre, isto sim, espaço para que partidos da direita tradicional proponham-se como melhores defensores do capital e da propriedade. Como permite que eventualmente se expandam as exigências de facções do capital para manter seu apoio ao governo, como já ocorre.

O novo período fortalece também propostas concorrentes ao petismo, como a ensaiada pela Rede, de Marina da Silva, sob o patrocínio do capitalismo verde, ou de cunho populista-autoritário, como eventual composição eleitoral organizada em torno do histriônico Joaquim Barbosa, pela grande mídia burguesa. Ou seja, um Collor bis. Esta última menos provável, mas não impossível, no contexto de eventual perda de controle do capital da política nacional.

As manifestações apresentaram fortes lições para as organizações que se reivindicam da esquerda revolucionária. Naufragam espetacularmente as alimentadas ilusões da autoproclamada vanguarda de conquistar, apoiada em consignas e programas iluminados, a direção das massas em marcha. As populações apoiam-se nas lideranças, organização e consciência que possuem, ao iniciarem sua marcha. Quem não conquistar representação substantiva do movimento social, antes de ele pôr-se em movimento, será mantido à sua margem ou arrasado por seu impulso.

Acima de tudo, milhões e milhões de brasileiros foram atraídos para a política, mesmo quando a desqualificavam, ao participarem direta e indiretamente nas mobilizações de junho. Rompeu-se poderosamente o comodismo, a descrença, o individualismo, a despolitização, a alienação, cultivados carinhosamente pelas classes dominantes através de seus administradores, parlamentares, partidos, universidades e grandes meios de divulgação. Não estamos na véspera ou antevéspera da revolução social. Mas abre-se diante de nós um campo fertilíssimo para o cultivo do futuro.

Mário Maestri, 65, é historiador e professor do Programa de Pós-Graduação em História da UPF. E-mail: maestri@via-rs..net

domingo, 7 de julho de 2013

Tijolaço protesta contra a bandidagem eletrônica dos Estados Unidos: Somos ratos?



Somos um país ou somos ratos?


A revelação de que os Estados Unidos violam, em escala gigante, o sigilo das telecomunicações no Brasil não admite vacilações ao nosso país.

Não pode ser tratada com descaso, usando argumentos pueris como “todo mundo sabe que os EUA tem capacidade tecnológica para vigiarem o que quiserem”.

Poder para fazer não é a mesma coisa que fazer, assim como é muito diferente ter a bomba atômica e explodir uma delas.

Chegamos ao intolerável paradoxo de vermos que o país que se diz modelo da democracia violar, em plano mundial, a privacidade das comunicações telefônicas e cibernéticas dos cidadão de todo o planeta – inclusive e especialmente os brasileiros – num inacreditável volume de bilhões de ligações mensais.

Até agora, se sabia que faziam isso com seus próprios cidadãos, com as pessoas que vivem sob seu controle militar no Oriente Médio e, depois, com uma Europa ajoelhada moralmente, ao ponto de querer ocultar sua covardia negando pouso ao avião presidencial da Bolívia, talvez porque nada possa um índio como aqueles que, no colonialismo, massacrou aos milhões.

A partir da tarde de ontem, porém, é conosco.

Não somos melhores que ninguém, mas temos de cuidar de nós mesmos, se nos pretendemos um país adulto e soberano.

Está acima de ideologias. Nem o mais radical neoliberal diria que a regra do mundo deveria, ao lado do laissez faire, laissez passer, incluir um laissez écouter.

É um atentado às nossas leis e- mais grave – às mínimas regras de convivência entre as nações.

O Governo brasileiro jamais colocou ou colocaria obstáculos a qualquer investigação sobre ramificações terroristas antiamericanas em nosso país.

Mas nem o mais americanófilo brasileiro, civil ou militar, aceitaria que todas as comunicações feitas neste país fossem monitoradas por uma agência de espionagem.

Muito menos que as empresas – ainda que de origem estrangeira, operando sob as leis brasileiras – cedam gentilmente, sabedoras ou não, o acesso a seus (e nossos) registros de telefonemas, e-mail e todo o tipo de mensagem eletrônica, inclusive as redes sociais, a um Big Brother Sam na base de um é ir chegando e grampeando.

Que o Governo Obama tenha perdido o senso e os limites nessa questão, que queira transformar o homem que revelou seu esquema global de espionagem em um fantasma perambulando pelos desvãos do mundo, que tenha chegado ao ponto de usar seis vezes um Espionage Act de 1917 que, em 90 anos e uma Guerra Mundial no meio, só três vezes antes havia sido invocado, problema dele.

Que espione nossas telecomunicações, problema nosso.

A reação diplomática do Brasil deve ser a mais dura e clara.

Teremos a solidariedade de todo o mundo, enojado com essa monstruosidade e chocados de ver a reação pusilânime de governos nacionais que, eleitos por seus povos, prestam a mais rasteira vassalagem a quem viola a privacidade de seus cidadãos.

Não somos um Rato que Ruge, como no conhecido filme de Peter Sellers, em que um pequeno país se insurge contra os Estados Unidos.

Mas certamente não podemos nos comportar como ratos diante do grande e gordo gato.

PS do Viomundo: CPI para saber quais empresas permitiram espionagem de suas redes no Brasil e para perguntar ao Paulo Bernardo se ele autorizou.


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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Para que quer a China informações falsas?

Nos últimos tempos, na mídia chinesa e na Internet tem surgido uma série de informações não-fidedignas relativamente a um possível fornecimento de caças russos Su-35S à China.


Foi divulgado, nomeadamente, que no showaéreo de Le Bourget foi assinado um contrato de fornecimento à China de 100 desses caças. Depois foi publicado um desmentido em que essa informação foi explicada como tendo tido origem num erro técnico. Uma fonte bem informada e bastante conhecedora dos problemas da cooperação técnico-militar entre a Rússia e a China comentou a situação em exclusivo para a Voz da Rússia.

Nas várias horas que decorreram desde o momento da publicação na mídia chinesa da informação acerca do fornecimento à China de cem Su-35 até ao desmentido, uma grande agitação se apoderou de muitos diplomatas e militares norte-americanos e orientais: o fornecimento de cem aparelhos Su-35 iria alterar significativamente o equilíbrio de forças no Extremo Oriente. A defesa de Taiwan poderia, nesse caso, se tornar impossível.

Contudo, segundo explicou a fonte, o próprio fato de a Rússia ter assinado com a China um memorando de intenções para o fornecimento desse avião é conhecido já desde 2012 e é reconhecido oficialmente. Foi comunicado formalmente que em causa estava o fornecimento de apenas 24 aviões. A realização de um fornecimento de cem aviões num prazo curto seria impossível para uma indústria russa já sobrecarregada, explicou o perito. Também deve ser tido em consideração que a China nunca compra grandes lotes de armamento estrangeiro de uma só vez. Inicialmente, são sempre adquiridos relativamente poucos exemplares para estudo e testes.

A fonte acrescentou em seguida que, apesar dos órgãos competentes dos dois países informarem periodicamente a opinião pública acerca de contratos importantes de cooperação técnico-militar, na Internet chinesa surgem frequentemente publicações fantasiosas sobre a cooperação técnico-militar russo-chinesa, que se espalham como um vírus.

Por vezes, elas se referem a projetos de fornecimento de armamentos que seriam, por princípio, impossíveis de concretizar. Por vezes, são repetidos, de forma exagerada e deturpada, dados há muito conhecidos de todos os que se dedicam às questões da cooperação russo-chinesa. Em alguns casos, supõe o perito, se pode tratar de operações de informação propositadas dos serviços secretos que, dessa forma, desviam as atenções dos temas realmente importantes. Por outro lado, a divulgação desse tipo de boatos permite à China esclarecer a verdadeira atitude dos outros países relativamente aos programas de rearmamento da Força Aérea do Exército Popular de Libertação da China.

Anteriormente, já tinha sido publicada da mesma forma estranha uma informação sensacionalista sobre uma alegada venda à China de bombardeiros estratégicos Tu-22M3 num total de 36 aparelhos. Esse contrato seria impossível por princípio: a cadeia de montagem desses aviões foi encerrada no início dos anos 90. O Tu-22M3 mais novo tem agora 20 anos e é irrealista reiniciar o seu fabrico.

Mas é evidente que a concentração das atenções sobre os esforços alegadamente empreendidos pela China para a compra desse velho avião cria uma excelente diversão em relação aos programas de desenvolvimento da aviação de longo alcance que estão a ser realmente executados pelos chineses. Se trata, em primeiro lugar, do fabrico em série dos novos bombardeiros H-6K, equipados com mísseis de cruzeiro e capazes de transportar outras armas de alta precisão, assim como do desenvolvimento pela China de um novo bombardeiro de longo alcance com base em tecnologia furtiva.

Atualmente, a cooperação técnico-militar russo-chinesa está de novo a se desenvolver. Mas quaisquer dados não-oficiais acerca de novos projetos devem ser encarados com



Voz da Rússia

Rússia aumenta despesas militares


A Rússia vem aumentando as despesas militares enquanto os EUA e a Europa as vão diminuindo. Nos próximos quatro anos, o financiamento do ramo militar russo será incrementado anualmente em cerca de 20%, podendo atingir a fasquia-recorde de 104 bilhões em 2016 versus 64 bilhões em 2013.


Ao todo, no programa estatal de armamentos até 2020 serão investidos 770 bilhões de dólares. O observador militar, Vladimir Shuriguin, comenta:

“O dinheiro será destinado para a compra de armamentos e equipamentos novos que não foram adquiridos ao longo dos últimos 20 anos. A parte de leão dos recursos será gasta a projeção de novas armas. Isto permitirá aumentar em 50 % a quantidade de armas e equipamentos ao serviço das Forças Armadas do país.”

O programa estratégico de modernização militar deverá ser concretizado até 2020. Em 2014, na Rússia será criado um centro estatal de veículos não tripulados e, mais tarde, tais centros serão instituídos em cada uma das 4 circunscrições militares. Em 2015, será projetado um novo carro de combate T-99, em 2016 – o sistema de mísseis antiaéreos S-500. Em 2013, as Forças Armadas serão dotadas de sistemas super-modernos Pantsir-S1, capazes de efetuar um rastreio simultâneo de 20 alvos aéreos. Em breve, será lançada ainda a produção em série de um míssil sem análogos no mundo que poderá abater tanto os drones, como os caças F-22 Raptor. Os avultados meios serão investidos ainda na melhoria das condições do serviço militar. Segundo o novo programa, nas casernas, para além de cabines de duche, serão instaladas 20 mil máquinas de lavar e aspiradores de pó. No parecer do general Alexander Vladimirov, o Estado deverá revelar um cuidado especial em relação ao pessoal.

“Agora é muito importante criar um sistema moderno de formação de oficiais que seja adequado aos principais requisitos da condução de operações militares. É necessário educar oficiais, capazes de tomar a iniciativa, tomar decisões oportunas, saber realizá-las e responsabilizar-se por seus resultados. Para tal também precisamos de dinheiro para que a Pátria não esqueça que, para além de tanques e equipamentos, o mais importante é o espírito!.”

Um dos problemas atuais passa pela composição das Forças Armadas. Os soldados que prestam o serviço sob o contrato estão sendo atraídos por boas condições de hipoteca e por vencimentos mais altos do que o salário médio. Para os futuros oficiais é importante ter acesso ao ensino superior e – após a reforma – assistir aos cursos de reciclagem profissional.



Voz da Rússia

Evgueni Primakov: EUA apresentaram ultimato ao Exército egípcio


© Voz da Rússia

O antigo primeiro-ministro russo Evgueni Primakov, ex-titular da pasta diplomática em 1996-99 e perito em questões do Oriente Médio, concedeu uma entrevista exclusiva à emissora Voz da Rússia.


Não partilho a opinião geral de que no início da Primavera Árabe a direção dos EUA e outros políticos ocidentais estavam eufóricos por esta ocasião. É que a Primavera Árabe levou ao derrubada de uma série de regimes autoritários apoiados pelos EUA e seus aliados. Em resultado disso, a situação começou a mudar.

Um exemplo elucidativo disso são os acontecimentos no Egito onde a Irmandade Muçulmana tomou conta do poder. Esta organização não inspirou as transformações revolucionárias no país, mas sendo uma força bem organizada, se aproveitou da vitória sobre o antigo regime.

Ao chegar ao poder, o presidente Mohamed Mursi, com o tempo, se afastou dos princípios do Estado laico, tendo alargado ao máximo as suas funções sob o pano de fundo da piora econômica.

O que evidencia a larga escala de protestos que acabaram por causar a sua demissão forçada? Os eventos mais recentes vêm evidenciar que a maioria dos crentes que professam a religião islâmica não concorda com a islamização do Estado.

Segundo a mídia, os EUA procuram assumir o controle sobre a crise, concentrando, contudo, a pressão sobre o Exército, Dizem que “no caso de um golpe militar, será suspendida a assistência financeira anual que se estima em 1,3 milhões de dólares”.

As ameaças surgiram no momento em que o Exército declarou não ter intenção de lutar contra o seu povo, procurando encontrar uma saída pacífica para a situação de crise. Os EUA apresentaram um ultimato ao Exército egípcio no momento em que muitos acreditam ser exatamente o Exército a única força capaz de prevenir o derramamento de sangue.

Como se sabe, os EUA tinham estabelecido contatos com a Irmandade Muçulmana, segundo revelou a ex-secretária de Estado, Hillary Clinton. Daí surge a pergunta: se, nesta fase da crise, os EUA tentam apoiar as aspirações democráticas dos egípcios que redundam em largas ações de protesto contra a Irmandade Muçulmana? Acho que não.



Voz da Rússia

US Navy manda navios menores ao Golfo



Outra vez a Marinha americana está movimentando mais navios na região do Golfo Pérsico. Porém, não se trata de mais um porta-aviões ou ema força-tarefa. Na verdade, pode-se pensar até na diminuição de possíveis tensões com o Irã. Em resumo: a US Navy está substituindo navios grandes por outros menores.

Três navios-patrulha da classe Cyclone – USS Tempest (PC-2), USS Squall (PC-7) e USSThunderbolt (PC-12) – foram enviados à região. São embarcações relativamente pequenas, medem 55m de comprimento, deslocam 380 toneladas e acomodam uma tripulação em torno de apenas 28 pessoas. Esse tipo de navio é bem adequado para circular em águas rasas, proteger áreas plataformas de extração de petróleo, e para o trabalho conjunto com as Marinhas modestas das nações árabes aliadas. Mais dois deles, o USS Hurricane (PC-3) e o USSMonsoon (PC-4), também se juntarão ano que vem à 5ª Frota, sediada no Bahrein.

Com isso, restarão apenas três embarcações do tipo para atuar nos Estados Unidos, em operações contra o tráfico de drogas na costa do estado da Flórida. E ao mesmo tempo em que esses navios menores estão suspendendo, a US Navy está racionando o uso de navios-aeródromos, contratorpedeiros e mesmo caça-minas na região do Golfo.

Mas o fato de os classe Cyclone serem menores não os torna menos operacionais. Cinco dos navios-patrulha que estão no Bahrein tiveram mísseis Griffin incorporados – o mesmo armamento empregado nos controversos LCS – e ano passado, a Marinha americana teve sucesso em testes do Griffin conta embarcações pequenas e rápidas de assalto – as favoritas da Guarda Revolucionária iraniana.

FONTE: Breaking Defense via Naval Open Source Intelligence (tradução e adaptação do Poder Naval a partir de original em inglês)

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Carona para assistir o jogo


Segundo reportagem da Folha, presidente da Câmara dos Deputados usou avião da FAB para levar a noiva e parentes dela ao jogo no Maracanã


O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para levar a noiva, parentes dela, enteados e um filho ao jogo da Seleção Brasileira no Maracanã no último domingo. De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, um jato C-99 da FAB foi buscar a turma em Natal, terra do deputado, e decolou às 19h30 de sexta-feira rumo ao Rio de Janeiro, retornando no domingo, às 23h. Ao solicitar a aeronave, Alves informou que 14 passageiros poderiam viajar. Pegaram carona sete pessoas: a noiva do deputado, Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela – Arturo Arrudo e a mulher Larissa -, além de um filho do presidente da Câmara. Um amigo de Arturo entrou no voo de volta.

O decreto 4244/2002, que disciplina o uso de aviões da FAB por autoridades, diz que os jatos podem ser requisitados quando houver “motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente”. A norma não diz quem pode ou não viajar acompanhando as autoridades. Na agenda de Alves divulgada no site da Câmara não constava nenhum compromisso oficial no fim de semana. O deputado disse, por meio da assessoria, que “solicitou” o avião porque tinha encontro com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) no sábado. “Como havia disponibilidade de espaço na aeronave, familiares acompanharam o presidente em seu deslocamento”, informou. A agenda oficial de Paes também não trazia o encontro com Alves. No sábado, os dois almoçaram em um restaurante junto com Aécio Neves (PSDB-MG).

FONTE: Terra via Poder Aereo


Comando Militar do Norte é ativado


No dia 26 de junho, o General de Exército Oswaldo de Jesus Ferreira assumiu o cargo de Comandante Militar do Norte.

Criado pela Portaria nº 142, de 13 de março de 2013, do Comandante do Exército, o Comando Militar do Norte é o oitavo Comando Militar de Área do Exército e abrange os Estados do Amapá, do Maranhão e do Pará.

Com este novo comando, a Força Terrestre ampliará a presença militar na Amazônia Oriental, criando melhores condições para as ações de planejamento, gestão e execução das atividades de defesa, segurança e proteção.


Estiveram presentes à cerimônia, o Governador do Pará, Senhor Simão Robison Oliveira Jatene, o Comandante do Exército, General de Exército Enzo Martins Peri, oficiais-generais do Alto-Comando do Exército, oficiais-generais e convidados civis e militares.

FONTE: EB via Forças Terrestres

Incidente com avião de Evo Morales na Europa gera crise diplomática




O governo boliviano qualificou nesta quarta-feira como um ato de “arrogância imperial” a atitude de vários países europeus de fechar seu espaço aéreo para o avião do presidente Evo Morales, devido às suspeitas de que o ex-técnico da CIA Edward Snowden estaria a bordo da aeronave.

“Morales foi sequestrado pelo imperialismo”, disse o vice-presidente da Bolívia, Alvaro Garcia Linera. Diante de todo o gabinete de ministros em La Paz, Linera afirmou que “não pode haver impunidade com esta tentativa de colonialismo” e que Morales “não é nenhum delinquente”.

“Não vamos aceitar chantagens nem nenhum tipo de condicionamento”, disse Linera em referência a “alguns países” que teriam condicionado a passagem do avião presidencial a uma revista. “É uma afronta a todos os bolivianos.”

O governo da Bolívia convocou “os povos e governos progressistas da América Latina a se manifestarem” porque a “América Latina está sendo pisoteada”.

A recusa de vários países europeus em deixar a aeronave do presidente Morales aterrissar ou sobrevoar seus territórios provocou uma crise diplomática diante das suspeitas infundadas, conforme qualificou o governo boliviano, de que Snowden viajava no avião presidencial.

Morales retornava à Bolívia, após uma reunião de cúpula em Moscou, quando seu avião recebeu o aviso de que a França negava a passagem por seu espaço aéreo antes de uma escala para reabastecimento em Portugal. O voo teve então de ser desviado para Viena, na Áustria. Logo depois, a Itália também se juntou a proibição.

De La Paz, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, foi o primeiro a relatar o incidente e enfatizar a indignação de seu governo com o ocorrido, que segundo ele colocou em risco a vida do presidente.

Choquehuanca negou veementemente que Snowden viajasse no avião de Morales. Em Viena, o presidente boliviano também rejeitou que o ex-técnico da CIA estivesse a bordo de seu avião, e disse que não sabia nada sobre o assunto. “Eu nunca o vi (em Moscou), e Snowden não foi objeto de discussões com as autoridades russas”, disse o presidente.

Morales insistiu não ter nada a ver com o assunto e afirmou que até hoje nem sequer sabia direito quem é Snowden, cujo revelações veem constrangendo o governo dos EUA. “Nem sabia seu nome completo. Tinha ouvido dizer que havia um problema com os Estados Unidos”, disse Morales em uma sala VIP no aeroporto de Viena.

Em coletiva de imprensa no aeroporto da capital austríaca, o ministro da Defesa boliviano, Ruben Saavedra, anunciou que o país irá aos fóruns internacionais para denunciar os governos que violaram as regras do tráfego aéreo. Além disso, a Chancelaria boliviana informou que convocará para consultas os embaixadores de França e Portugal em La Paz.

A Bolívia é um dos 21 países que, de acordo com o site WikiLeaks, Snowden teria pedido asilo, embora executivo do país andino tenha dito na terça-feira que não recebeu qualquer pedido. No entanto, em uma entrevista esta semana a um canal de TV russo, Morales disse que estaria aberto a discutir o assunto, caso houvesse um pedido.

Vários países do bloco bolivariano, incluindo Venezuela, Equador e Nicarágua, imediatamente expressaram sua rejeição ao episódio com o avião de Morales. O Equador anunciou que irá pedir uma reunião extraordinária de chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) para analisar “tão grande ofensa”, pedido este ao qual se juntou a Bolívia através de sua ministra da Comunicação, Amanda Davila.

Em uma mensagem em sua conta no Twitter, o presidente do Equador, Rafael Correa, manifestou solidariedade a Morales. O governo da Venezuela descreveu os acontecimentos como uma agressão rude e brutal, enquanto a da Nicarágua falou da barbárie.

Já a Chancelaria cubana afirmou que a atitude de vários governos da Europa de “negar e retirar, com pretextos técnicos”, as permissões de sobrevoo e aterrissagem do avião do presidente boliviano é “uma ofensa para toda a América Latina e o Caribe”.

FONTE: Folha de São Paulo / Agências Internacionais