quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ministério Público poderá mover ação demolitória contra o Templo de Salomão; Igreja Universal teria burlado leis

O Ministério Público tem acompanhado investigações da prefeitura de São Paulo sobre possíveis irregularidades na construção do Templo de Salomão da Igreja Universal do Reino de Deus, e não descarta a possibilidade de mover uma ação demolitória na Justiça contra o megatemplo.

Para erguer sua nova sede, a Universal adquiriu uma série de imóveis num dos quarteirões da avenida Celso Garcia, no bairro do Brás. Entre os imóveis adquiridos estava uma antiga fábrica, que ocupava boa parte do terreno onde o Templo de Salomão foi erguido.

Infográfico do jornal Folha de S. Paulo sobre o caso

De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, em 2006, quando solicitou à prefeitura autorização para reformar os imóveis, incluindo a fábrica, a Igreja Universal afirmou que havia adquirido o espaço “com toda edificação aprovada e existente no local”, e que apenas parte havia sido demolida por questões de segurança apontadas por um dos engenheiros contratados. “Decidimos, então, pela demolição parcial em face dos riscos apontados”, afirma a denominação em um documento de defesa enviado à prefeitura.

O pedido de reforma, e não de demolição para construção de um novo edifício, se deu por conta da legislação municipal, que aponta o bairro como uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), o que obrigaria a Universal a destinar 40% do espaço a moradias populares.

No entanto, fotos aéreas feitas pela prefeitura em 2003 e 2004 mostram que a fábrica já havia sido demolida, e que possivelmente, a denominação do bispo Edir Macedo teria burlado a administração municipal com informações falsas, que levaram a Câmara Técnica de Legislação Urbanística (CTLU) a aprovar a obra que resultou no megatemplo que será inaugurado hoje.

O promotor Maurício Ribeiro Lopes afirmou que o fato de a CTLU ter aprovado a reforma não afasta a ilegalidade da obra, e que se for comprovado que a Igreja Universal se valeu de informações falsas, o Ministério Público irá pedir na Justiça a demolição do Templo de Salomão que custou R$ 680 milhões.
Universal nega irregularidades

Em seu site oficial, a denominação do bispo Edir Macedo afirmou que tomou conhecimento do “procedimento investigatório do Ministério Público de São Paulo, acerca da aprovação das obras do Templo de Salomão” e que até o momento “não foi ouvida ou sequer informada das irregularidades supostamente praticadas”.

“É no mínimo prematuro afirmar que tenha havido ‘fraude’ em qualquer etapa da construção do Templo de Salomão, que transcorreu ao longo de quatro anos sob intensa fiscalização e grande transparência”, diz trecho do comunicado.


Em sua conclusão, a igreja alega que há preconceito contra a denominação e que cumpre as leis: “Reiteramos que a Universal preza pelo rigoroso cumprimento das leis e pelo acatamento às autoridades constituídas no Brasil e nos mais de cem países onde atua. Mas exigiremos sempre respeito e não preconceito contra nossa fé”.

A inauguração do Templo de Salomão acontece hoje, apesar da falta do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) que a instituição emite para o funcionamento de novas edificações.
 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

RELEMBRANDO O TEMPO DA DITADURA ?!



Ivan Valente


Foi noticiado hoje que o Centro de Informações do Exército (CIE) vai reforçar suas áreas de inteligência e contra-inteligencia, inclusive com a convocação de oficiais da reserva para treinar novos quadros. De acordo com matéria publicada na UOL, o principal objetivo de tal reestruturação é o monitoramento de movimentos sociais (http://zip.net/bnn8Yj).


No fechar das cortinas de 2013, o governo Dilma, através do Ministério da Defesa, publicou documento que estabelecia diretrizes para a atuação das Forças Armadas em operações de segurança pública. Trata-se da Portaria Garantia da Lei, que
rotula os movimentos sociais como forças oponentes e tem o objetivo de constranger a população a não se manifestar.

Na ocasião, em conjunto com a bancada do Psol, ingressamos com um Projeto de Decreto Legislativo para sustar a Portaria Lei e Ordem, por violação a ordem democrática e aos princípios constitucionais (http://zip.net/bmm2x5). Também protocolamos requerimento de informações cobrando explicações do ministro da Defesa, Celso Amorim, sobre a atuação das Forças Armadas em manifestações populares. No documento, questionamos a se há treinamento específico, inclusive formação em direitos humanos, por parte das Forças Armadas, qual o número de militares, qual o tipo de armamento letal e não letal, entre outras questões, que seria utilizado pelas Forças Armadas nessas operações (http://zip.net/bpn9hT).

Sobre a nova tentativa do Exercito brasileiro em intervir as manifestações populares, na próxima semana ingressaremos com Requerimento de Informações ao Ministério da Defesa para obter maiores esclarecimentos sobre o monitoramento das manifestações sociais pelo Exército. O requerimento de informações é instrumento constitucional que possibilita ao parlamentar obter informações de Ministros de Estado, no prazo de 30 dias, importando em crime de responsabilidade a recusa ou não prestação de informações

É inaceitável que as Forças Armadas relembrem as práticas da ditadura militar e intimide os movimentos sociais. Não é democrático e nem é o papel que a Constituição Federal atribui ao Exercito investigar legítimos movimentos da sociedade civil. Para averiguar questões que atentam contra a ordem democrática já existe previsão constitucional para que as polícias o façam, respeitando o devido processo legal, o Direito de defesa e os postulados do Estado Democrático de Direito.

Ivan Valente


Nota Editor: Qual a função das Forças armadas Brasileiras? vigiar a fronteira pra evitar trafico de mercadorias, drogas e pessoas? fazer a proteção das fronteiras? garantir a soberania do povo brasileiro? não né? até que em parte sim, porem, a grande função das FA brasileiras é servir de cão de guarda para os interesses e o lucro dos politicos e grandes empresarios, e manter a ordem corrupta que so a esses favorece, não importa os meios necessarios para isso, nem que seja necessario um golpe de estado como o de 1964, que nas favelas e periferias das grandes cidades, nunca chegou ao fim.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Brasil anuncia que Mercosul negocia antecipar fim de tarifas comerciais com Chile, Colômbia e Peru

Os países do Mercosul negociam a antecipação dos prazos de eliminação das tarifas comerciais do bloco com Chile, Colômbia e Peru. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28/07) pelo ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, na véspera da cúpula presidencial que será realizada amanhã.

”Da nossa parte já está muito avançado”, disse Figueiredo, afirmando que há boa vontade no Mercosul de adiantar os prazos, idealizados inicialmente para 2019. “Agora o que é necessário é uma conversa com Chile, Colômbia e Peru para combinar essa desgravação, essa antecipação dos prazos”, explicou brevemente a jornalistas brasileiros.

Figueiredo disse que no caso do comércio com o Chile, no final do ano já se deve chegar à “tarifa zero” em quase todas as linhas tarifárias. “A ideia é ampliar nosso comércio com os demais países da região, e isso faz sentido porque o Mercosul não é exclusivista, ele é uma plataforma para que se comercie com outras regiões do mundo.”

Agência Efe

Além das travas comerciais, reunião de chanceleres também abordou problemas econômicos da Argentina


Ainda de acordo com o ministro, o benefício para o Brasil seria grande: “A liberalização comercial garante fluxos mais equilibrados, colocação dos nossos produtos em novos mercados. Enfim, essa diversificação do comércio internacional é fundamental para nós”, expressou.

Durante a reunião de chanceleres, o ministro sugeriu uma reflexão sobre os rumos e prioridades da agenda externa do bloco, correspondendo às expectativas dos interesses produtivos. “O Brasil sempre viu no Mercosul uma plataforma fundamental para a projeção dos interesses da região e em particular para a negociação comercial com outros países”, disse.

Sobre as negociações entre o Mercosul e a União Europeia, Figueiredo afirmou que o Brasil “mantém firme seu interesse na conclusão de um acordo”. “Sobre isso todos os sócios já alcançaram, ao longo de nossas negociações intra-Mercosul, ofertas compatíveis com os compromissos assumidos pelos chefes de Estado no relançamento das negociações”.

O chanceler da Argentina, Héctor Timerman, por sua vez, disse que é necessário impulsionar o diálogo com outros blocos da região.  “Ainda que cada um tenha seu próprio enfoque, está claro que todos coincidem com o objetivo único de aprofundar o integracionismo econômico, político e social entre seus membros”.

Fundos Abutres

Sobre o problema de seu país, que entrará em estado de default (calote técnico) se não fizer um pagamento até a próxima quarta-feira (30/07) aos “fundos abutres”, credores que não aceitaram reestruturar a dívida arrastada e ampliada desde 2001, Timerman qualificou como uma “grave situação” e agradeceu o respaldo do bloco. Soube-se que o assunto foi discutido na reunião fechada dos chanceleres, mas não seus possíveis efeitos.

O chanceler argentino afirmou ser fundamental que o bloco assuma “conjuntamente a liderança necessária para impulsionar” uma reforma no sistema financeiro internacional. Segundo ele, o sistema atual responde a regras que não cabem no objetivo de desenvolvimento econômico com inclusão social.

“Essa ação dos fundos abutres deve nos mobilizar a todos para trabalhar de maneira decidida, conjunta e coordenada numa profunda reforma. (...) Necessitamos promover regras mais justas e equitativas para que os processos de reestruturação de dívidas soberanas impeçam a ação dos fundos abutres”, disse Timerman.

O paraguaio Eladio Loizaga, por sua vez, lembrou que o tema da reforma no sistema financeiro internacional vem sendo discutido na ONU. “Acreditamos que uma minoria não pode gerar esse tipo de descalabro em um esquema já acordado com os maiores detentores de bônus. Logicamente o Mercosul está dentro de um esquema muito menor, mas quer sobretudo que haja um respeito e acompanhamos a Argentina, que está pagando sua dívida e explicou que vai continuar fazendo isso dentro dos marcos legais”, explicou.


Quando questionando sobre um possível “default”, disse que a Argentina depositou o dinheiro equivalente aos pagamentos e que isso deveria ser levado em conta pela Justiça norte-americana. “Não deveriam sofrer essas consequências”, acredita.

Sobre a Venezuela passar a presidência pro-tempore do bloco para a Argentina – em vez de ser transmitida ao Paraguai, como um gesto político que chegou a se cogitar -, o chanceler afirmou que seu país quer “que o Mercosul seja institucional” e, por isso, defendue que a ordem de precedência alfabética seja respeitada.

Operamundi

Destruição da Líbia é alerta a Egito, Síria e Ucrânia

Aeroporto Internacional de Trípoli em 14/7/2014



A Líbia está considerando um deslocamento de força internacional para restabelecer a segurança, agora que a violência recomeçou em Trípoli, e dúzias de foguetes destruíram quase toda a frota de aviação civil naquele aeroporto internacional.
O governo analisa a possibilidade de solicitar que forças internacionais sejam enviadas para atuar em solo, restabelecer a segurança, e ajudar o governo a impor sua autoridade” – disse porta-voz do governo na Líbia, Ahmed Lamine, em declaração. A seguir vídeo de 14/7/2014, gravado em Trípoli:


O “amanhã democrático” prometido pela OTAN em 2011 aconteceu, vale lembrar –, na forma de eleições previsivelmente fraudulentas, rejeitadas pelo país inteiro, que produziram um vácuo de poder, que foi preenchido, como se viu, por conflito armado crescentemente violento.

O mais irônico disso tudo talvez seja que esses conflitos são já verdadeiras guerras travadas entre vários grupos que a própria OTAN estimulou, armou e usou para fazer a guerra de solo na Líbia, enquanto a própria OTAN só agia de longe, do céu, bombardeando o país durante praticamente todo o ano de 2011.

Os fantoches da OTAN canibalizam-se entre eles

Em maio de 2014, a luta na cidade de Benghazi no leste da Líbia já deixara incontáveis mortos, muitos e muitos feridos e legiões de moradores obrigados a abandonar as próprias casas para não morrer, quando um “general renegado” fazia guerra contra “militantes islamistas” dentro da cidade. Em artigo intitulado Famílias evacuam Benghazi, e general renegado ameaça com novos ataques, a agência Reuters escreveu, dia 18/5/2014:

O autodeclarado Exército Nacional Líbio, liderado por um general renegado, disse a civis no sábado que abandonassem bairros de Benghazi antes de ele iniciar ali mais um ataque contra militantes islamistas, um dia depois de ter havido ali dúzias de mortos, nos mais violentos confrontos na cidade em meses.

Terroristas (milícias) pesadamente armados circulam livremente em Benghazi (maio/2014
O general renegado é Khalifa Haftar (às vezes também escrito “Hifter”), que morou durante anos nos EUA, nos arredores de Langley Virginia, ao que se crê sendo treinado pela CIA, até que retornou à Líbia em 2011 para comandar as forças da OTAN em solo no ataque do ocidente contra aquele país.

Em artigo de 2011, o Business Insider perguntava: O general Khalifa Hifter é o homem da CIA na Líbia?”:

Desde que chegou aos EUA, no início dos anos 1990s, Hifter morou no subúrbio de Virginia, próximo de Washington, DC. Badr disse que nunca entendeu exatamente o que Hifter fazia para viver, e que a principal preocupação de Hifter sempre fora ajudar sua grande família.

Quer dizer: trata-se de ex-general de Gaddafi, que muda de lado e passa a trabalhar assumidamente para os EUA, instala-se em Virginia nos arredores de Washington, D.C. e consegue apoiar a própria grande família na Líbia, de modo que alguém que o conheceu ao longo de toda a vida diz que ‘nunca entendeu exatamente’? Hmm.

É altíssima a probabilidade de que Hifter tenha sido comprado para trabalhar a favor dos EUA. Assim como figuras como Ahmed Chalabi foram ‘cultivadas’ para um Iraque pós-Saddam, Hifter pode perfeitamente ter desempenhado papel semelhante como ativo da inteligência dos EUA, à espera de um momento para agir na Líbia.

Terrorista típico em Benghazi (14/7/2014)
A ironia desse “arranjo” é que muitos dos militantes sectários contra os quais Hafter está em luta em Benghazi são os mesmos militantes contra os quais Muammar Gaddafi se opôs ao longo de décadas como líder da Líbia; e são os mesmos militantes que a OTAN armou e organizou, com Hafter, para induzir a queda de Gaddafi em 2011.

Sobre sua própria guerra em Benghazi, Hafter disse que ela continuará “até que não reste nenhum terrorista em Benghazi”; e que “começamos essa batalha, que prosseguirá até alcançarmos nossos objetivos. A rua e o povo líbio estão do nosso lado”.

Os sentimentos de Hafter fazem perfeito eco ao que dizia Muammar Gaddafi em 2011. De diferente, só, que a imprensa-empresa ocidental negou, ao longo de décadas, que houvesse qualquer terrorista em Benghazi; e sempre apresentou as operações de Gaddafi em Trípoli como “massacre” de “pacíficos manifestantes pró-democracia”.

A OTAN destruiu a Líbia

As mesmas atrocidades que a OTAN listou, de início, como ‘causa’ para sua “intervenção humanitária” na Líbia, imediatamente passaram a aparecer como práticas da própria OTAN e das forças que a OTAN ou mantém ou acoberta. Cidades inteiras foram cercadas, deixadas sem comida e água, e bombardeadas por ar, até capitularem. Em outras cidades, populações inteiras foram, ou executadas, ou expulsas ou, em alguns casos, ‘empurradas’ para fora das fronteiras líbias. A cidade de Tawarga, onde viviam cerca de 10 mil líbios, foi totalmente destruída, a ponto de o London Telegraph referir-se a ela hoje como cidade fantasma.

Líbia: casas destruídas - herança dos EUA-OTAN
Desde a queda de Trípoli, Sirte e de outras cidades líbias que resistiram contra a invasão pelos terroristas da OTAN, praticamente nada se viu de qualquer estabilidade básica, muito menos da “revolução democrática” que a OTAN e seus terroristas-colaboradores prometiam para a Líbia. O governo em Trípoli continua em caos eterno; as forças de segurança divididas combatem entre elas mesmas; e agora há também um “general renegado” que a CIA introduziu na Síria, e que comanda operação militar em grande escala contra Benghazi, usando também força aérea e, aparentemente, sem a aprovação do governo em Trípoli.

Anos depois da conclusão da dita “revolução”, a Líbia continua sua trajetória forçada na direção do mais completo atraso. As grandes realizações do governo de Muammar Gaddafi já foram desmontadas há muito tempo e é pouco provável que venham a ser restauradas – e de serem ampliadas, então, disso, nem se cogita! – em futuro previsível. 

Na Líbia, a OTAN efetivamente desorganizou e destruiu uma nação inteira. A ação da OTAN na Líbia reduziu o país a pilhas de ruínas fumegantes, para que empresas ocidentais possam, não só pilhar os recursos nacionais, mas, também, usar o “modelo líbio” com o padrão para futura ação extraterritorial na Síria, Egito, Ucrânia e agora novamente no Iraque.

Egito, Síria, Ucrânia: atenção ao “modelo líbio”

Assim como foi feito na Líbia, também se tentou fazer “revoluções” assemelhadas no Egito, na Síria e na Ucrânia. As mesmas narrativas, palavra a palavra, inventadas nos think-tanks políticos; nas redações da imprensa-empresa; e nas “análises” dos especialistas acadêmicos ocidentais, para a Líbia, estão sendo agora requentadas para o Egito, Síria e Ucrânia.

As mesmas ONGs estão sendo usadas como meio para fazer chegar dinheiro, equipamento e outras modalidades de apoio aos grupos de oposição, em cada um desses países. Termos como “democracia”, “progresso”, “liberdade” e “luta contra a ditadura” são frequentes. Não houve protesto que não tenha sido inflado por militantes armados e, sempre, apoiados pelo Ocidente.

Al-Qaeda, armada pelos EUA-OTAN, na Síria
Na Síria, os protestos foram instrumentalizados e vendidos no ocidente como ação de “combatentes da liberdade”. De fato, a imprensa-empresa ocidental consome grande parte de seu tempo e de seus recursos tentando “explicar por que” a OTAN e seus parceiros regionais entregam armas e dinheiro a militantes sectários, inclusive à Al Qaeda, para que tentem derrubar o governo sírio.

No Egito, ainda há alguma ambiguidade, como houve também em 2011 no caso da Síria, sobre quem realmente são os manifestantes, o que realmente dizem e de que lado estão “as simpatias” do ocidente. Mas análise atenta mostra que, assim como a Fraternidade Muçulmana foi usada na Síria para montar o cenário para a guerra devastadadora que se seguiu, a Fraternidade Muçulmana no Egito também está sendo usada, praticamente do mesmo modo, contra o Cairo.

Finalmente, na Ucrânia, os manifestantes apresentados no ocidente como “pró-democracia”, “pró-União Europeia”, “pró-Euromaidan” já foram revelados como neonazistas, de ultra direita, nacionalistas conhecidos por recorrer regularmente à violência e à intimidação política. Exatamente como se viu na Síria em 2011 e no Egito agora, confrontos armados de baixa intensidade são cada dia mais frequentes, e a intensidade cresce regularmente, já configurando o que pode vir a ser mais uma guerra norte-americana guerreada por terceiros “nomeados”:  dessa vez, é a OTAN contra a Rússia, na Europa Oriental.

Desfile de neonazistas em Maidan (14/3/2014)
Esses três países e os envolvidos dos dois lados dessa guerra devem, isso sim, examinar detidamente o estado a que a Líbia foi reduzida. As tais “revoluções” só podem ter uma conclusão lógica e previsível: a destruição, a demolição, a divisão de cada uma das nações-alvo, antes de serem incorporadas, já em estado de cadáver, à sempre crescente “ordem supranacional” de Wall Street e Londres, para serem infinitamente saqueadas até serem reduzidas à miséria. E boa parte dos EUA, do Reino Unido e da União Europeia também já estão reduzidos a miséria, hoje.

Quem se preocupe com o que será feito de Egito, Síria ou Ucrânia no caso de a OTAN conseguir fincar as garras nesses países, que examine o caso da Líbia. E os que apoiaram a tal “revolução” na Líbia, que se perguntem a eles mesmos se estão satisfeitos com o resultado final. Querem ver o mesmo resultado também no Egito, na Síria e na Ucrânia? Ou, talvez, imaginam que os planos da OTAN para cada um desses países levarão a resultados muito diferentes do que os que se veem hoje na Líbia? Por quê? 
 
De: Tony Cartalucci, New Eastern Outlook Traduzido por: vila vudu 
via: Redecastorphoto  

Hackers chinês conseguem informações sobre o sistema Iron Dome em Israel



© REUTERS BAZ RATNER

Hackers chineses foram capazes de obter informações relacionadas com o sistema de defesa antimísseis israelense Iron Dome, e poderia se infiltrar bases de dados de alguns outros projetos de defesa de Israel, de acordo com relatórios.

Além de obter informações sobre Iron Dome, os hackers também foram capazes de capturar os planos em relação a outros projetos, inclusive relacionados com os veículos aéreos não tripulados e mísseis balísticos e "esquemas e especificações detalhadas" para o míssil interceptor Arrow III, relatórios especializada Krebs No blog de ​​Segurança.

Foi revelado que a infiltração no sistema militar israelense foi produzido entre 2011 e 2012, e foi conduzido por Comment Crew, um grupo de hackers ligados ao Exército Popular de Libertação da China.

Em declarações ao "Business Insider", o pesquisador da Universidade da Califórnia, Jon Lindsay disse que tal invasão pode ser um sinal de que os "chineses estão interessados ​​em aprender mais sobre a defesa antimísseis", e também poderia ser uma extensão da prática de espionagem cibernética de Pequim, afirmou.

Washington tem acusado repetidamente Pequim e hackers que operam a partir de ataques China sobre as indústrias e as Forças Armadas dos EUA, e roubo de segredos comerciais e material protegido por leis de propriedade intelectual. 
 
 via: Actualidad tradução GeD

Piloto ucraniano confirma ter derrubado boeing malaio


Wahrheit fuer Deutschland publicou em seu site um artigo escandaloso em que o piloto ucraniano de um Su-25 diz o que aconteceu no céu sobre o acidente com o Boeing da Malasya Air lines.


Jornal alemão escreveu que o piloto admitiu que a arma foi disparado de um caça. Em imagens tiradas por satélites e apresentados em uma coletiva de Estado-Maior General da Rússia. A publicação desta informação é chamado de "pequena vitória para Putin."

Especialistas da OSCE anteriores estudaram os destroços do avião na área do desastre e fizeram suas primeiras conclusões, mais uma vez confirmando que precede.

Os danos provocados na parte traseira do boeing provavelmente foram provocados por uma arma que supostamente derrubou o avião. Com uma importante declaração sobre o assunto feita pelo representante da OSCE na Ucrânia Michael Bochurkiv.
- Talvez até mesmo para um leigo, é óbvio que os buracos eram quase como aqueles que permanecem após ser atingido com uma metralhadora. E se ainda especular com esse fato, então tal dano não foi observado em nenhuma outra parte do avião - citado pelo secretário da missão da OSCE na Ucrânia imprensa.

Ucraniano Su-25, que, segundo o Ministério da Defesa russo foi visto ao lado do "Boeing", assim equipado, não só com mísseis, mas também embutido arma de cano duplo de 30 milimitrovoy. Munição - 250 rodadas.

Fonte: Russia Times tradução e adaptação GeD

Nota do Editor: A presença confirmada por imagens de satelites russos, de sistemas Buk sob controle do governo ucraniano na região do acidente, que havia negado, e a estranha escolta de avião militar a um voo comercial, o caça acompanhava a aeronave a pouco mais de 3 KM de distância, e que subtamente alterou sua altitude para similar(10 mil KM) a do Boeing, pouco antes deste ser abatido, Joga por terra todo e qualquer argumento que venha a ser utilizada pelo governo neonazista de Kiev e por Washington para colocar a opinião publica mundial contra a Federação Russa no caso do avião Malaio, e tambem contra os Federalistas de Donbas e Donetsk que de maneira alguma possuiam sistemas anti-aereos ou capacidade para opera-los.

China testa armas antissatélite

                                                        Colagem: Voz da Rússia


A China testa ativamente armas antissatélite mas ainda é cedo para falar de um salto tecnológico nesta esfera: estas armas são capazes de abater satélites de um virtual inimigo mas não engenhos colocados em órbita geoestacionária.


Foi assim que vários peritos russos comentaram as conclusões do antigo analista da Força Aérea dos EUA Brian Weeden. Ele considera que o lançamento do míssil chinês em maio de 2013 foi um teste de uma arma ultramoderna destinada a eliminar satélites.

O perito americano acompanhou o teste chinês com ajuda de numerosas fotografias, feitas do Espaço, e chegou à conclusão de que em órbita tinha sido colocado um interceptor cinético, isto é, um engenho destinado a destruir os alvos à custa do embate, sem detonar uma carga. Se esta suposição estiver certa, a China conseguiu realmente um importante avanço no desenvolvimento de armas antissatélite, supõe Brian Weeden. Mas o cientista político Pavel Zolotarev é da outra opinião:

“Não creio que os chineses tivessem criado algo totalmente novo. Creio que repetiram as soluções técnicas que existiam já há mais de duas ou três décadas, em particular, na União Soviética. O princípio de funcionamento de uma arma antissatélite do tipo cinético é bastante simples. Basta dispersar em órbita esferas de chumbo, que cedo ou tarde irão colidir com o satélite inimigo e pô-lo fora de combate. Mas a destruição do engenho inimigo não é a variante mais eficiente. O modo mais eficaz é a supressão radioeletrónica".

É possível que a China construa sistemas capazes de neutralizar os satélites do virtual inimigo com lasers ou com dispositivos miniaturizados, que “ofuscam” o satélite. Eis o comentário do analista Vladimir Evseev:

“Seria mais correto afirmar que a China tem incrementado diversas opções não somente de destruição técnica direta de satélites mas também do seu ofuscamento, o que pode ser feito, em particular, mediante a colocação de microsatélites junto do engenho do provável inimigo. Esta opção é mais viável. Em todo o caso, a China prepara-se ativamente para a possibilidade de luta no espaço cósmico”.

Vladimir Evseev considera que, se a China lançou mesmo para o Espaço um interceptor cósmico, o que conseguiu foi apenas colocá-lo em órbita circunterrestre e não em órbita geoestacionária, como o afirma o perito americano:

“Ainda é cedo para afirmar que a China possui sistemas perfeitos de armas antissatélite. Pode-se dizer apenas que pode abater satélites que se encontram na órbita circunterrestre. Isto foi confirmado ainda em 2007 quando ela destruiu um satélite meteorológico próprio que se encontrava à altitude de cerca de mil quilômetros. Quanto à informação de que a China talvez tenha a possibilidade de eliminar satélites geoestacionários, esta, a julgar por tudo, não corresponde à realidade. Agora a China não dispõe de semelhantes possibilidades”.

Os peritos reconhecem que o exagero mútuo do poderio militar acompanha a competição das grandes potências desde o seu início. As conclusões de Brian Weeden expostas no inquérito publicado no site da revista Space Review, também pecam pelo exagero do potencial militar da China, afirma Pavel Zolotarev:

“Os EUA observam com o máximo de atenção a China em vista do crescimento impetuoso deste país. Na sua opinião, a política da China é difícil de ser prognosticada. É preciso levar em consideração também os interesses dos EUA no tocante à concentração de forças no Círculo do Pacífico. É possível, portanto, que eles tenham exagerado um pouco a ameaça por parte da China”.

Todavia, os EUA estão realmente preocupados com o fato de que a China pode privá-los da possibilidade de utilizar o Espaço de uma forma eficiente para comandar o exército ou, pelo menos, suspender este processo. Neste caso, será possível falar da grande diminuição do potencial militar dos EUA, afirma Vladimir Evseev.

O perito afirma também que, por enquanto, a China não está pronta para tamanha envergadura de emprego de armas cósmicas. Mas em princípio, é possível que futuramente seja possível falar do bloqueio do sistema de satélites dos EUA. É uma tarefa que pode ser resolvida, assevera o perito.


Programas de vigilância dos EUA ameaçam liberdade de imprensa, diz relatório












Os programas de vigilância dos Estados Unidos estão tornando mais difícil para funcionários do governo falarem com a imprensa sob anonimato, disseram dois grupos de defesa dos direitos humanos nesta segunda-feira.

A vigilância em larga escala, como parte da repressão do governo do presidente Barack Obama aos vazamentos de assuntos de segurança nacional, ameaça a liberdade de imprensa e o direito à assistência jurídica, afirmaram o Human Rights Watch e a União das Liberdades Civis Americana (Aclu, na sigla em inglês), em um relatório conjunto. Os programas de vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA), que incluem a obtenção de “metadados” de telefones, aumentaram as preocupações dos funcionários do governo em contatar a mídia já que “qualquer interação – qualquer e-mail, qualquer telefonema – tem o risco de deixar um rastro digital que pode ser posteriormente usado contra eles”, diz o relatório.

Os grupos entrevistaram mais de 90 jornalistas, advogados e altos funcionários do governo dos Estados Unidos, atuais ou antigos, para o relatório. “Os jornalistas disseram que as autoridades estão substancialmente menos dispostas a manter contato com a imprensa, mesmo em relação a questões sem sigilo ou opiniões pessoais, do que estavam alguns anos atrás”, assinala o relatório.

A administração Obama tem sido mais agressiva do que seus recentes antecessores para silenciar potenciais vazadores. Há oito pessoas indiciadas sob a Lei de Espionagem, sob suspeita de vazamento de informações. Na esteira das revelações do ex-agente da NSA Edward Snowden, o governo vem intensificando os esforços para detectar “ameaças internas” de funcionários do governo que possam querer vazar informações.

Muitos programas atuais de vigilância dos Estados Unidos vão bem além do que é necessário para garantir a segurança nacional, disse o relatório. “Os Estados Unidos se apresentam como um modelo de liberdade e democracia, mas os seus próprios programas de vigilância estão ameaçando os valores que dizem representar”, disse o autor do relatório, Alex Sinha, em um comunicado.

O documento pede ao presidente Barack Obama e ao Congresso que reavaliem as políticas de vigilância do país, reduzam o sigilo e aumentem a proteção aos denunciantes. A Câmara dos Estados Unidos aprovou uma lei em maio para acabar com coleta em grande escala de dados de telefone pelo NSA. A lei está sob análise no Senado.

FONTE: Reuters  Via Forças Terrestres

F-35: Pulverizando os recursos?





O F-35 não é apenas o avião de guerra mais caro da história dos EUA, é o programa de armas mais caro de sempre. Mas para descobrir exatamente o quanto custa um único F-35, foram analisados os dados mais recentes liberado pelas autoridades.

Um único F-35A da USAF custa gritantes US$ 148 milhões. Um F-35B dos Marine Corps custa inacreditáveis US$ 251 milhões. Um único F-35C da USN custa astronômicos US$ 337 milhões. Calcular a média dos três modelos juntos, e um “modelo genérico” do F-35 custa, US$ 178 milhões.

E fica ainda pior. Estes são apenas os custos de produção. Despesas adicionais para a pesquisa, desenvolvimento, teste e avaliação não estão incluídas. Esta informação acaba de ser lançada pelo Comitê de Apropriações do Senado, em seu relatório para dotações de conta do Pentágono para 2015.

A metodologia para o cálculo dos custos unitários é simples desses F-35 são simples. Tanto o orçamento da presidência e cada um dos quatro comitês de defesa do Congresso publica os valores a serem autorizadas ou apropriados para cada modelo do F-35, incluindo o número de aeronaves a serem compradas. O resto é aritmética simples: dividir o total de dólares para cada modelo pela quantidade.

O preço de compra

Há apenas duas coisas no F-35 que os observadores precisam ter cuidado: Primeiro, é necessário adicionar o financiamento do ato de dotação do ano anterior, para os recursos (dinheiro) das compras governamentais alocadas para 2015. Esta é uma “aquisição antecipada” para os gastos de 2015, e paga por componentes tipo “long lead” (materiais que levam tempo para serem entregues, produzidos ou suscetíveis a flutuações do mercado, como o cobre e o chumbo) que levam mais tempo para adquirir.

Em segundo lugar, temos de acrescentar o custo das modificações da Marinha e da Força Aérea. Para o F-35, estes custos são para corrigir erros já encontrados no processo de testes. Com a aeronave ainda em testes iniciais, os custos de modificação para aeronaves existentes são muito baixos. Mas os montantes para modificações em 2015 são inseridos para o cálculo futuro, sendo apenas uma estimativa.



X-35. O “X” era uma premonição dos custos vindouros?

O Comitê de Apropriações do Senado enviou o seu relatório para a imprensa no dia 17 de julho, com dados informados pelo último parecer do Pentágono. O Pentágono também é dada a oportunidade de apelar para alterar os dados e recomendações. Assim, dos quatro comitês de defesa do Congresso, os números do Comitê de Apropriações do Senado são os mais atualizados. Para a maior parte, estes números também são os mais baixos.

Os dados de todos os quatro comitês de defesa, pedido de orçamento do Pentágono e demais dotações no final de 2014 para o programa F-35 estão na tabela no final deste artigo. Estes dados são os empíricos. Os custos reais são para comprar, mas não para testar ou desenvolver um F-35 em 2015.

Eles devem ser entendidos como o preço de compra real para 2015, ou seja, o que o Pentágono terá que pagar para ter um F-35.

A Aviation Week informou em 22 de julho que o F-35A custaria ao contribuinte US$ 98 milhões em 2013. A realidade é que estão pagando US$ 188 milhões.

Alguns desses números são apenas para a fuselagem ou custos “flyaway”, mas na verdade, esses aviões são incapazes de voar de forma ‘operatória’, como um F-16, F-15 ou F-5. Eles não têm as ferramentas especializadas, simuladores, computadores, logística e muito, muito mais, para tornar o avião utilizável. Nem o combustível desenvolvido especialmente para eles.

Aumento dos custos

Aqui está um outro fato curioso. Os custos unitários do modelo de decolagem e pouso vertical dos fuzileiros navais e o modelo C para uso em porta-aviões da Marinha estão crescendo.

O custo de um F-35B cresceu de US$ 232 milhões em 2014 para US$ 251milhões em 2015. O custo do F35C cresceu de US$ 273 milhões em 2014 para inacreditáveis US$ 337 milhões em 2015.



Os números de quantidade para o F-35B não mudaram, permanecendo em seis por ano. O número de F-35C a serem produzidos caiu de quatro para dois, mas certamente os processos de aprendizagem na linha do F-35 não foram suficientes para explicar um aumento de 23% no custo unitário.

Outra coisa que está acontecendo.

Isso é algo que só poderia ser na linha de F-35A. Note-se a queda de 15 por cento no preço unitário do F-35 a partir de 2014: de US$ 174 milhões para US$ 148 milhões. As unidades produzidas aumentaram de 19 a 26, que repetidamente trará reduções de custos devido à “economia de escala”.

No entanto, o que realmente está ocorrendo na linha do F-35A, enquanto os custos do F-35B e C estão inflacionando? Não deveria alguns dos benefícios do F-35A na eficiência da produção, também refletirem no B e C? A Lockheed constrói todos os três na mesma linha de montagem em Fort Worth.

Pode ser que o F-35B e F-35C estejam arcando com outros custos do F-35A. Como explicar que um F-35B, que tem uma taxa de produção estável, sofreu um aumento de US$ 19 milhões por unidade? E de que outra forma poderia o custo para construir uma linha de produção do F-35C aumentar US$ 64 milhões por unidade?

Mesmo os grupos pró e contra tem um consenso de que o programa precisa de uma solução global, de uma auditoria totalmente independente.

Certamente, uma auditoria vai ajudar o Congresso e a liderança do Pentágono a entender melhor por que os preços do F-35B e do F-35C estão subindo quando eles deveriam estar baixando para garantir que não há nada nocivo acontecendo em qualquer parte do programa.

O mundo de defesa está cheio de golpes nos preços*, cada um deles devidamente projetado como resposta certa para quem está perguntando.





FONTE: medium.com

Colaborou: LaMarca
 

Primeira Guerra Mundial acelerou modernização das Forças Armadas no Brasil



Há exatos 100 anos, teve início um conflito militar global sem precedentes, com um nível de destruição e mortandade desconhecido até então. A declaração de guerra do Império Austro-Húngaro à Sérvia, por suposta colaboração do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono, deflagrou um dos conflitos mais sangrentos e dramáticos da história: a I Guerra Mundial. O embate transformou o mundo e acelerou, por efeitos inesperados, o processo de modernização e profissionalização das Forças Armadas do Brasil. 




Antes mesmo de a “Grande Guerra” eclodir, o Brasil já estava atento às inovações que surgiam nos países europeus, buscando formas de expandir seus meios de defesa para assegurar a soberania nacional. Prova disso foi o envio de turmas de oficiais brasileiros à Alemanha, em meados de 1910 (quatro anos antes da Guerra), para ações de treinamento e intercâmbio militar.

Após o início do conflito, o Brasil foi o único país da América do Sul a ingressar na guerra, em 1917, o que impulsionou o protagonismo internacional brasileiro e rendeu ao país participação de grande relevância nas tratativas que levaram à criação da Liga das Nações – instância que, anos depois, daria lugar à Organização das Nações Unidas (ONU).

No pós-guerra, o Brasil passou a investir de forma cada vez mais estratégica na composição de suas Forças Armadas e na criação de escolas preparatórias. 




“A história do Exército começou a mudar com na virada do século XX, quando começamos a mandar oficiais para fazerem cursos na Alemanha. Foi um resultado muito interessante para a organização, especialmente na formação”, afirma o diretor de Patrimônio Histórico do Exército, general Marcio Roland Heise.

Missão Francesa

O Brasil contratou uma Missão Militar Francesa, o que permitiu a modernização das Forças e a incorporação da aviação militar na Marinha e no Exército. No período, começaram a ser utilizados no país os veículos blindados. Ocorreu também a reformulação do ensino do Exército, além da introdução do emprego de armas químicas, entre outros avanços.

“A missão francesa nos auxiliou nessa modernização. Com ela, fomos alçados à condição de um Exército moderno e mais profissional”, explica o general Heise.

Apesar de sua postura não beligerante e neutra em relação à I Guerra, o governo brasileiro se viu sem opções quando, no fim de 1917, navios brasileiros sofreram ataques de submarinos das forças alemãs sob a alegação de que as embarcações nacionais navegavam em áreas restritas. Após o afundamento de três navios mercantes, sendo o último deles o vapor Macau, que transportava café para a França, o então presidente do Brasil, Wenceslau Brás, decidiu decretar estado de guerra, no qual o país entrava como aliado da Tríplice Entente (França, Reino Unido, Rússia).

“O Brasil já vinha reforçando o interesse em modernizar suas Forças. Depois de ter sido envolvido na guerra, cresceu a necessidade de o país ter uma capacidade robusta de autodefesa e de proteção para dissuadir ameaças”, avalia o professor de Relações Internacionais, Antônio Ramalho, diretor do Instituto Pandiá Calógeras – órgão ligado ao Ministério da Defesa. Segundo informações da Academia Brasileira de História Militar (AHIMTB), no período da I Guerra, o Exército Brasileiro criou a Comissão de Estudos de Operações e de Aquisição de Material na França, que, sob a chefia do general Napoleão Felipe Aché, buscava absorver a maior quantidade de conhecimentos da Doutrina Militar Francesa e adquirir o material necessário à sua implantação no Brasil. Além disso, foram enviados soldados da Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG) que iriam se juntar aos aliados na África. Infelizmente, no caminho, o grupo foi atingido pela gripe espanhola e quase todos morreram antes de chegar ao destino final.



O Brasil também teve participação na I Guerra com o envio de uma Missão Médica do Exército à França, chefiada por Nabuco de Gouveia. Essa missão montou um hospital e organizou o atendimento a centenas de feridos aliados. Quando acabou a guerra, o hospital foi doado pelo Brasil à França e até hoje pode ser visto no 15e arrondissement em Paris, onde funciona com o nome de “Hospital Vaugirard”. O local, apesar disso, ainda exibe a antiga placa de bronze nome “Hôpital Brésilien” (Hospital Brasileiro).

De acordo com o presidente da AHIMTB, coronel Cláudio Moreira Bento, o tenente José Pessoa, que foi para a França lutar com os aliados e chegou a comandar um esquadrão de soldados turcos, foi o grande destaque do Brasil na I Guerra. “Era um homem empreendedor, além do excelente trabalho como combatente, trouxe novos conhecimentos ao Brasil, tendo sido o idealizador da AMAN”, explica o coronel lembrando ainda que, na época, José Pessoa recebeu inúmeros elogios de seus comandantes franceses.

A Grande Guerra

Em 28 de julho de 1914, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, por suspeitar do envolvimento do governo eslavo no assassinato do herdeiro do trono, arquiduque Francisco Ferdinando. Era o início do maior conflito visto até então pela humanidade. Na época, o mundo vivia uma aparente situação de paz, mas a política de alianças secretas entre as principais potências europeias no final do século XIX levou a uma corrida armamentista.




“As alianças contraditórias entre os países europeus eram insustentáveis e acabaram culminando nessa guerra que todos acharam que seria uma guerra curta, mas acabou se tornando uma das mais dramáticas da historia mundial”, avalia Antônio Ramalho. Além disso, a Alemanha e a Itália queriam expandir sua zona de influência para ter maior acesso a matérias-primas e mercados, enquanto eslavos e árabes lutavam para sair do jugo dos Impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano, respectivamente. Por essa razão, para muitos historiadores, o assassinato de Francisco Ferdinando foi apenas um pretexto para o início do conflito.

A guerra, inicialmente concentrada na Europa, acabou envolvendo o mundo inteiro, já que a intolerância geral imperava e forçava os países neutros a assumiram uma posição contra ou a favor da Alemanha. O conflito se deu, sobretudo, em trincheiras, nas quais os soldados, em condições insalubres, chegavam a ficar meses de prontidão. “Inicialmente, a expectativa era de ser uma guerra curta, especialmente por causa da expansão das inovações tecnológicas no mundo, como carros blindado, submarinos, aviões sendo usados como equipamento militar e armas químicas. Mas, o que se viu foi uma guerra longa e sofrida, especialmente no período das trincheiras”, diz o professor de História Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB) Thiago Tremonte.

“A guerra de trincheiras é o que mais marca esse tenebroso confronto. Além das condições absurdas em que os soldados ficavam ali, o espaço que separava os dois inimigos era terra de ninguém: o inimigo poderia estar a poucos metros de distância sem ser visto, o que gerava uma sensação de pavor constante”, conclui o historiador da UnB.
 
Assessoria de Comunicação do MD via Forças Terrestres