terça-feira, 29 de julho de 2014

China testa armas antissatélite

                                                        Colagem: Voz da Rússia


A China testa ativamente armas antissatélite mas ainda é cedo para falar de um salto tecnológico nesta esfera: estas armas são capazes de abater satélites de um virtual inimigo mas não engenhos colocados em órbita geoestacionária.


Foi assim que vários peritos russos comentaram as conclusões do antigo analista da Força Aérea dos EUA Brian Weeden. Ele considera que o lançamento do míssil chinês em maio de 2013 foi um teste de uma arma ultramoderna destinada a eliminar satélites.

O perito americano acompanhou o teste chinês com ajuda de numerosas fotografias, feitas do Espaço, e chegou à conclusão de que em órbita tinha sido colocado um interceptor cinético, isto é, um engenho destinado a destruir os alvos à custa do embate, sem detonar uma carga. Se esta suposição estiver certa, a China conseguiu realmente um importante avanço no desenvolvimento de armas antissatélite, supõe Brian Weeden. Mas o cientista político Pavel Zolotarev é da outra opinião:

“Não creio que os chineses tivessem criado algo totalmente novo. Creio que repetiram as soluções técnicas que existiam já há mais de duas ou três décadas, em particular, na União Soviética. O princípio de funcionamento de uma arma antissatélite do tipo cinético é bastante simples. Basta dispersar em órbita esferas de chumbo, que cedo ou tarde irão colidir com o satélite inimigo e pô-lo fora de combate. Mas a destruição do engenho inimigo não é a variante mais eficiente. O modo mais eficaz é a supressão radioeletrónica".

É possível que a China construa sistemas capazes de neutralizar os satélites do virtual inimigo com lasers ou com dispositivos miniaturizados, que “ofuscam” o satélite. Eis o comentário do analista Vladimir Evseev:

“Seria mais correto afirmar que a China tem incrementado diversas opções não somente de destruição técnica direta de satélites mas também do seu ofuscamento, o que pode ser feito, em particular, mediante a colocação de microsatélites junto do engenho do provável inimigo. Esta opção é mais viável. Em todo o caso, a China prepara-se ativamente para a possibilidade de luta no espaço cósmico”.

Vladimir Evseev considera que, se a China lançou mesmo para o Espaço um interceptor cósmico, o que conseguiu foi apenas colocá-lo em órbita circunterrestre e não em órbita geoestacionária, como o afirma o perito americano:

“Ainda é cedo para afirmar que a China possui sistemas perfeitos de armas antissatélite. Pode-se dizer apenas que pode abater satélites que se encontram na órbita circunterrestre. Isto foi confirmado ainda em 2007 quando ela destruiu um satélite meteorológico próprio que se encontrava à altitude de cerca de mil quilômetros. Quanto à informação de que a China talvez tenha a possibilidade de eliminar satélites geoestacionários, esta, a julgar por tudo, não corresponde à realidade. Agora a China não dispõe de semelhantes possibilidades”.

Os peritos reconhecem que o exagero mútuo do poderio militar acompanha a competição das grandes potências desde o seu início. As conclusões de Brian Weeden expostas no inquérito publicado no site da revista Space Review, também pecam pelo exagero do potencial militar da China, afirma Pavel Zolotarev:

“Os EUA observam com o máximo de atenção a China em vista do crescimento impetuoso deste país. Na sua opinião, a política da China é difícil de ser prognosticada. É preciso levar em consideração também os interesses dos EUA no tocante à concentração de forças no Círculo do Pacífico. É possível, portanto, que eles tenham exagerado um pouco a ameaça por parte da China”.

Todavia, os EUA estão realmente preocupados com o fato de que a China pode privá-los da possibilidade de utilizar o Espaço de uma forma eficiente para comandar o exército ou, pelo menos, suspender este processo. Neste caso, será possível falar da grande diminuição do potencial militar dos EUA, afirma Vladimir Evseev.

O perito afirma também que, por enquanto, a China não está pronta para tamanha envergadura de emprego de armas cósmicas. Mas em princípio, é possível que futuramente seja possível falar do bloqueio do sistema de satélites dos EUA. É uma tarefa que pode ser resolvida, assevera o perito.


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