Em Istambul, as ruas ao redor do escritório do primeiro-ministro turco foram isoladas pela polícia
A Turquia entrou no quarto dia de protestos contra o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan nesta segunda-feira (03/06). As manifestações se espalharam de Istambul para a capital Ancara e para a terceira maior cidade, Izmir. Os protestos começaram na sexta-feira (31/05) devido a um projeto de renovação da praça Taksim de Istambul, que envolvia o corte de centenas de árvores e que desencadeou reções contrárias ao governo em várias cidades do país.
Efe
Manifestantes usam retroescavadeira para enfrentar polícia durante protesto em Istambul, na Turquia
Em Istambul, as ruas ao redor do escritório do primeiro-ministro foram isoladas pela polícia, que usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Os manifestantes haviam construído barricadas com abrigos de ônibus, pedras de pavimentação e placas de rua, bloqueando uma avenida perto do Estreito de Bósforo. Em Ancara, a polícia invadiu um complexo comercial onde manifestantes estavam abrigados, e deteve centenas de pessoas.
Erdogan, no poder desde 2002, afirmou que não desistirá dos planos urbanísticos no centro de Istambul e acusou a oposição de ser responsável pelos protestos. "Não podemos ficar olhando quando alguns agressores na praça Taksim provocam o povo", advertiu. "Quem pagará pelas vitrines quebradas? O que isto tem a ver com a democracia e a luta pelos direitos?", perguntou. O primeiro-ministro disse ainda que não levava "a ditadura no sangue" e era um "servidor do povo".
Enquanto o Ministério do Interior turco fala de 58 civis e 115 polícias feridos em 235 manifestações ocorridas desde a semana passada, a Anistia Internacional afirma que houve duas mortes. Teriam sido detidos, ainda segundo o Executivo, mais de 1.700 manifestantes. Sindicatos, setores profissionais e advogados reuniram-se durante a noite em Ancara para a preparação de uma declaração conjunta para pedir o fim da violência e exigir o julgamento dos polícias. Em Istambul, um sindicato de professores decretou uma greve até terça-feira (04/06).
* Com informações da Agência Efe, AFP, Reuters e Al Jazeera via Opera Mundo
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