Fabricante de aviões brasileira é uma das interessadas na empresa de manutenção que a TAP detém no Brasil e que é cronicamente deficitária, com 50,2 milhões de euros em prejuízo no ano passado. Contrapartida seria investir mais em Portugal.
A Embraer está a estudar, em conjunto com o Governo brasileiro, a compra da TAP Manutenção & Engenharia, a unidade que a transportadora detém no Brasil desde 2005 e que desde então tem dado sempre prejuízo, escreve hoje o “Público”. O Executivo quer desfazer-se desta unidade para poder avançar novamente para a privatização da transportadora. Com a Embraer seria possível negociar, como contrapartida, um maior investimento da empresa em Portugal, que já despendeu 117 milhões em duas fábricas em Évora.
A M&E Brasil foi adquirida pela TAP à Varig, companhia aérea brasileira que faliu, em 2005. De lá para cá deu sempre prejuízo, apesar de ter vindo a suavizar as perdas: se em 2011 perdeu 62,7 milhões de euros, no ano passado “apenas” registou um prejuízo de 50,2 milhões de euros. É esta unidade que mais pesa no resultado negativo do grupo TAP em 2012, que teve um prejuízo de 42,2 milhões de euros.
As ofertas preliminares para comprar a subsidiária deverão ser apresentadas ao Governo este mês. Já houve pelo menos seis abordagens à TAP para comprar a Manutenção & Engenharia. A Embraer surge como um investidor aliciante para o Governo porque permite contrapartidas para Portugal no negócio.
Brasil prejudicou primeira tentativa de privatização
É que não há perspectivas de encaixar dinheiro na venda deste negócio tão deficitário e o Executivo estará mesmo convencido que tem de pagar para vender esta unidade de negócio, se não encontrar um parceiro com quem possa negociar contrapartidas, como a Embraer.
Na primeira tentativa de privatizar a TAP, o facto de o pacote de venda incluir a unidade de manutenção brasileira afastou alguns candidatos – o grupo IAG, que resulta da fusão entre a British Airways e a Iberia, desistiu do negócio por causa da subsidiária brasileira, que tem fábricas no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. A empresa tem cerca de dois mil funcionários.
FONTE: jornaldenegocios
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