Segundo a agência de notícias Reuters, O Brasil está mais perto de escolher o jato da Boeing e o anúncio deverá ser ainda este ano.
Segundo a agência de notícias Reuters, O Brasil está mais perto de escolher o jato da Boeing num dos mais cobiçados contratos de defesa do mundo em desenvolvimento, após o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, elucidar as principais dúvidas do governo, durante uma visita a Brasília
Biden se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira (31/05) e assegurou-lhe que o Congresso dos EUA ‘provavelmente’ irá respeitar o acordo da Boeing de transferir a tecnologia sensível para o Brasil como parte do acordo, conforme três funcionários que estavam presentes e pediram anonimato.
O acordo vai envolver 36 jatos F/A-18 Super Hornet no valor de cerca de US$ 4 bilhões, com prováveis ordens de acompanhamento que aumentariam significativamente o valor do contrato ao longo do tempo. Isso faz com que seja um prêmio para as empresas de defesa no momento em que os Estados Unidos e muitos países da Europa estão apertando e diminuindo os orçamentos militares.
Os outros finalistas são a França com seu Dassault e a sueca Saab.
A presidente não tomou sua decisão final e o calendário para um anúncio ainda não está claro.
Comentários de Dilma para Biden e outros acontecimentos recentes sugerem uma preferência pela Boeing, com uma decisão possível, antes que ela faça uma visita de Estado à Casa Branca em outubro.
“Se der Boeing, Biden vai merecer muito do crédito”, disse um alto funcionário brasileiro.
A principal preocupação de Dilma com a oferta da Boeing tem sido que o Congresso dos EUA poderia bloquear a transferência de tecnologia por causa de preocupações de segurança nacional. O Brasil tem relações cordiais com os Estados Unidos, mas irritou alguns legisladores nos últimos anos por meio de suas interações com o Irã, a Venezuela e outros países que antagonizam Washington.
Rousseff, uma esquerdista pragmática, disse que a tecnologia é ainda mais importante do que os próprios jatos porque o negócio deve impulsionar a própria indústria de defesa brasileira, incluindo a fabricante de aviões Embraer, para valer a pena o preço.
Biden não fez promessas absolutas sobre o Congresso, mas ele citou suas mais de três décadas de experiência no Senado para tratar as preocupações do brasil ponto por ponto, disseram os funcionários ouvidos pela Reuters.
Segundo o relato dos funcionários, Biden explicou que senadores democratas nunca seriam contra Obama sobre as vendas de defesa estratégica, enquanto a maioria dos republicanos, ao assumir a liderança com o senador do Arizona, John McCain, que manifestou apoio ao acordo com o Brasil.
Biden disse que os cortes no orçamento de defesa dos EUA poderiam reduzir a oposição no Congresso para um acordo que poderia ajudar uma empresa dos EUA.
Ele também citou exemplos que mostram aonde o Congresso bloqueou as vendas de defesa, estrategicamente em partes difíceis do mundo, como o Oriente Médio, mas não nas áreas pacíficas e democráticas, como a América do Sul.
Dilma Rousseff agradeceu a Biden por suas respostas e argumentos “fortes” em favor da Boeing, conforme confirmaram dois funcionários.
Confirmando-se a vitória da Boeing, um funcionário da Casa Branca disse: “Nós não vamos comentar sobre conversas privadas, mas, em geral, os Estados Unidos apoiam fortemente a oferta da Boeing”.
O Brasil está fragilizando sobre o negócio dos jatos, pois tem sido difícil, principalmente porque se arrasta há muito tempo.
O Brasil começou a planejar a substituição de seus velhos jatos Mirage IIIE na década de 1990, e o antecessor de Dilma Rousseff, declarou publicamente em 2009 que ele iria escolher o caça da Dassault.
No entanto, para uma variedade de razões, desde restrições orçamentárias aos ciclos eleitorais, sucessivos governos, não finalizaram o processo. Os executivos da empresa, alguns dos quais passaram uma década ou mais perseguindo esse vanda, dizem em tom jocoso que o país não pode tem nenhuma intenção real de comprar os jatos.
Relacionamento de longo prazo
No entanto, existem razões para acreditar que Dilma Rousseff vai anunciar sua decisão antes do final deste ano, e que a Boeing será a vencedora.
Um militar do Brasil disse, em anonimato, que com a retirada de serviço dos Mirages (M2000) vai se tornar muito difícil não tomar nenhuma decisão. Enquanto isso, as sensibilidades de gastar bilhões de dólares durante um período econômico de retração poderia levar Dilma Rousseff a anunciar sua decisão antes de 2014, quando ela enfrentará a reeleição.
Rousseff lançou o acordo como uma parte crucial do alinhamento estratégico do Brasil para as próximas décadas – uma mensagem, ela repetiu a Biden na sexta-feira, disseram os funcionários.
Apesar de desafiar os desejos de Washington sobre questões como a Síria, Dilma tem procurado uma parceria mais estreita com os Estados Unidos. Ela recebeu um fluxo constante de secretários de gabinete e senadores, e aceitou o convite de Obama para uma visita de Estado, a primeira de um líder brasileiro em 20 anos.
Os Estados Unidos, por sua vez, escolheram o jato da Embraer para fornecer à Força Aérea 20 aviões de ataque leve – um negócio que muitos brasileiros viam como uma condição necessária para a compra do F-18SH.
A Boeing também aprofundou a parceria com a Embraer nos últimos meses.
Enquanto isso, o governo tem sido menos feliz com os outros finalistas. Recente acordo da França para a construção de submarinos com o Brasil resultou em menor número de transferências de tecnologia que o esperado, disse um oficial.
França e Suécia, supostamente foram contrárias ao candidato do Brasil para liderar a Organização Mundial do Comércio, que foi eleito ao cargo no mês passado. Os Estados Unidos também favoreceu um candidato diferente, mas foi mais contido em seu apoio, na visão de Brasilia.
“Notamos estas coisas, e eles são todos fatores na decisão (jatos)”, disse um oficial brasileiro. “Isso é muito dinheiro, e queremos escolher o parceiro certo.”
FONTE: Reuters /Reportagem de Dave Gregorio – TRADUÇÃO: CAVOK
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