Na Alemanha, Patriota defende multilateralismo para enfrentar crises globais
Chanceler brasileiro afirmou que experiências no Iraque e no Afeganistão já mostraram falência de modelo unilateral
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, defendeu neste sábado (02/02) aplicar o multilateralismo para resolver as atuais crises globais na Síria e no Mali, após o fracasso do unilateralismo no Iraque e no Afeganistão.
O chanceler discursou durante a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, que conta com a participação de 70 ministros das Relações Exteriores e de Defesa e deve discutir questões estratégicas globais, como as guerras no Mali e na Síria, e o programa nuclear iraniano.
O ministro argumentou que a comunidade internacional "não respondeu adequadamente em matéria de segurança e paz" e disse que o "unilateralismo" não produziu "os resultados desejados" em casos como os de Iraque e Afeganistão.
Patriota ressaltou que as intervenções militares têm uma capacidade "limitada" de produzir resultados. Por isso, aposta em "melhorar a cooperação internacional" em matéria de defesa e a "governança global em segurança", já que este tipo de aproximação "não só beneficia os poderes emergentes, mas também os estabelecidos".
Neste sentido, o cancheler afirmou estar convencido de que uma cooperação global reforçada e o multilateralismo contribuirão para "um mundo mais pacífico e estável", capaz de enfrentar de forma coordenada problemas globais além da estrita segurança, como as lutas contra a mudança climática e a pobreza.
O ministro brasileiro discursou em uma mesa-redonda denominada "Os poderes emergentes e a governança global", da qual também participaram o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Song Tao, o assessor de Segurança Nacional da Índia, Shivshankar Menon, e o ministro da Defesa de Cingapura, Ng Eng Hen.
No total, participaram do encontro em Munique 90 delegações nacionais, mais de dez chefes de Estado e Governo, 70 ministros das Relações Exteriores e da Defesa, e 60 diretores executivos de grandes empresas.
FONTE: Opera Mundi
Nenhum comentário:
Postar um comentário