Presidente francês faz viagem de um dia ao país africano, onde mais de 3,5 mil oficiais franceses estão atuando
Intervenção francesa no Mali ajudou presidente François Hollande a melhorar sua popularidade entre franceses
O presidente da França, François Hollande, desembarcou neste sábado (02/02) na cidade de Sevaré para sua primeira visita ao Mali desde que as tropas francesas se uniram à ofensiva do exército malinês contra insurgentes que controlavam a região norte do país africano. Em discurso para oficiais, ele assegurou a continuidade das operações francesas, mas disse que quando for a hora certa, essa missão será assumida pelas autoridades malinesas.
A viagem vem em meio a denúncias de organizações internacionais de direitos humanos de que as tropas do governo malinês, apoiadas por Paris, cometeram execuções e assassinaram civis em suas operações.
Em pouco mais de três semanas de intervenção francesa, as forças aliadas ao governo africano conseguiram garantir o recuo dos grupos armados e avanços significantes para a recuperação do controle territorial do país. Durante essa semana, os oficiais franceses asseguraram a reconquista de redutos importantes para os rebeldes: as cidades de Gao, Timbuktu e Kidal.
Acompanhado dos ministros de Relações Exteriores, Laurent Fabius, Defesa, Jean-Yves Le Drian, e Desenvolvimento, Pascal Canfin, Hollande foi recebido pelo presidente interino do Mali, Dioncunda Traoré, que assumiu o poder depois de um golpe militar. Logo em seguida, a comissão viajou para a histórica cidade de Timbuktu.
“Os combates ainda não terminaram”, assegurou o presidente francês na cidade entre dezenas de espectadores. Apesar da vitória militar nas cidades malinesas, as autoridades preveem reação dos rebeldes com a realização de atentados ou lutas de guerrilha. Hollande afirmou que a França vai continuar no país africano até o governo malinês ter condições para assumir o controle.
“As autoridades malinesas querem recuperar a integridade territorial que lhes foi removida por alguns meses e nós estaremos em seu lado ao continuar essa operação na região norte do país. No entanto, nós não temos a intenção de ficar, porque nossos amigos africanos devem continuar o trabalho que fizemos”, disse o presidente francês citado pela Al Jazeera.
Em declarações prévias à viagem, Hollande explicou que o objetivo da visita era iniciar um diálogo com o governo do país africano sobre a transição política e militar que se seguirá após o fim da intervenção. Segundo ele, o objetivo é que o Mali possa reencontrar a estabilidade depois dessa luta contra “terroristas”.
O presidente lembrou também o apoio fundamental da Afisma (missão de apoio da União Africana) que deve enviar cerca de 6,5 mil soldados para servir no Mali.
Efe (02/02)
Cerca de 3,5 mil oficiais franceses estão atuando na intervenção no país africano, que conta com operações aéreas e terrestres
Grande parte do norte do Mali estava sob o controle de diferentes grupos insurgentes desde junho do ano passado. No início de janeiro, essas organizações armadas iniciaram avanço ao sul, onde está localizado o centro do poder administrativo malinês, e conseguiram conquistar importantes cidades.
Surpreendido pela investida militar, o presidente interino do país africano, Dioncounda Traoré, pediu ajuda da França para controlar essas organizações. O presidente francês, François Hollande, decidiu realizar a intervenção militar no dia 11 de janeiro, depois de acordo com Traoré. A “Operação Serval” já levou 3,5 mil oficiais franceses ao país africano.
Popularidade
“Vou ao Mali para expressar a nossos soldados todo o nosso apoio e orgulho”, explicou Hollande ao público francês nesta sexta-feira (01/02). A viagem do presidente de apenas um dia tem como objetivo mostrar aos franceses que sua decisão arriscada de intervir no país africano teve bons resultados, indicam especialistas.
De fato, a popularidade do presidente aumentou desde o início da intervenção na ex-colônia francesa. Segundo pesquisa da BVA divulgada nesta terça-feira (29/01), a taxa de aprovação de Hollande entre os franceses subiu 4 pontos, atingindo 44%.
“Essa decisão ajudou Hollande resolver suas deficiências de personalidade, sua determinação e autoridade”, explica Celine Bracq do instituto de análise. “A intervenção no Mali recebe o apoio da maior parte dos franceses. Isso está aumentando a sua base de apoio”, acrescentou.
FONTE:Opera mundi
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