A aviação israelense atacou o território sírio em duas ocasiões em 48 horas, informaram as redes de TV americanas e a agência oficial de notícias Sana. Na madrugada deste domingo, mísseis israelenses atingiram um centro de pesquisas científicas em Jamraya, na região de Damasco, sem deixar mortos ou feridos. Em meio à tensão, o Irã afirmou estar disposto a treinar o Exército sírio, se necessário.
A TV síria confirmou o ataque deste domingo afirmando que a “agressão israelense visa a aliviar a pressão sobre os terroristas em Ghuta do Leste”, região do subúrbio de Damasco. Mais cedo, a rede de televisão americana CNN informou que “agências americanas e ocidentais de inteligência obtiveram informações confidenciais indicando que Israel executou um ataque aéreo entre quinta e sexta-feira” contra o território sírio, após aviões de combate deste país sobrevoarem o Líbano.
De acordo com a rede NBC, “o principal alvo de Israel era uma carregamento de armas destinado ao Hezbollah, no Líbano”, referindo-se ao movimento xiita libanês, inimigo de Israel. Um alto funcionário americano indicou que o ataque visava sistemas de lançamento de armas químicas, mas outras autoridades consultadas pela CNN questionaram a informação.
No Líbano, uma fonte diplomática revelou à AFP que o ataque destruiu mísseis terra-ar fornecidos recentemente pela Rússia, que estavam armazenados no aeroporto de Damasco. Na sexta, a agência Sana anunciou o disparo de dois foguetes, por parte dos rebeldes, contra o aeroporto da capital, atingindo um avião e um reservatório de querosene. Um comunicado do Exército libanês indicou vários sobrevoos de caças-bombardeiros israelenses na noite de quinta para sexta-feira.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que Israel tem o direito de se defender da transferência de armas da Síria para o Hezbollah, mas se negou a comentar a informação de que Israel atacou o território sírio. “Não vou fazer comentários sobre o que ocorreu na Síria ontem, mas acredito que os israelenses, de maneira justificada, devem se proteger contra a transferência de armas sofisticadas para organizações terroristas como o Hezbollah”.
Obama afirmou que cabe ao Estado hebreu “confirmar ou negar qualquer medida que tenha adotado” para se defender da ameaça. “Temos uma estreita coordenação com os israelenses e reconhecemos que estão muito próximos da Síria e muito próximos do Líbano”, destacou o presidente. Israel e Hezbollah – um fiel aliado do presidente Bashar al-Assad – se enfrentaram em um sangrento conflito no verão de 2006.
Irã se coloca à disposição da Síria
O Irã se disse hoje pronto para “treinar” o Exército sírio, se necessário. A declaração foi dada pelo general Ahmad-Reza Pourdastan, comandante do Exército. “Estamos ao lado da Síria e, se precisar, estaremos prontos para fornecer treinamento necessário, mas não participaremos ativamente de operações”, disse.
O general destacou que “com a experiência que tem nos confrontos com o regime sionista, a Síria pode se defender e não precisa de ajuda externa”. Ainda neste domingo, o prota-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, condenou “os ataques do regime sionista e pede aos países da região a reagir com sabedoria a essas agressões”. O chanceler ainda acusou Israel de querer “desestabilizar” a região.
rfi via Poder Aéreo
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