Manobras militares aumentam tensão entre as duas Coreias
As tropas sul-coreanas e americanas iniciaram nesta segunda-feira as manobras militares anuais, realizadas entre os dois países. As manobras são realizadas apesar da ameaça da Coreia do Norte de iniciar um ataque nuclear. Os norte-coreanos anunciaram, na semana passada, que anulariam o armistício que vigorava entre as duas Coreias, o que eleva a possibilidade de um conflito na região.
O regime norte-coreano diz que o seu vizinho do sul está fazendo exercícios para se preparar a uma invasão apoiada pelos americanos. A Coreia do Sul e os Estados Unidos contam com 28 mil soldados na península. As manobras são, em sua maioria, virtuais, mas elas mobilizam pelo menos 13 mil soldados coreanos e americanos na região.
Esses exercícios militares acontecem após uma semana de forte tensão na península: Pyongyang ameaça anular completamente o armistício da Guerra da Coreia, ocorrida entre 1950 e 1953. O líder Kim Jong-Un diz que o seu exército está pronto para um conflito total. Além disso, a Coreia do Norte alerta que os dois países estão à beira do que chamaram de “guerra termonuclear” e que os Estados Unidos, se expõem a um ataque “nuclear preventivo”. A linha de comunicação que mantinha o contato entre os dois vizinhos foi desligada pelos coreanos do norte na semana passada. Os dois países fazem testes com esta linha diariamente, mas o Norte não respondeu aos chamados nesta segunda-feira.
Na sexta-feira(8), o Conselho de Segurança da ONU votou novas sanções contra a Coreia do Norte, depois que o país realizou um teste nuclear em fevereiro e lançou, em dezembro, um foguete, considerado por Seul como um míssil.
Ameaças e demonstrações de força se tornaram comuns entre as duas Coreias nos últimos 50 anos. Mas, observadores julgam que a situação é tensa a tal ponto, que um simples incidente diplomático nos próximos dias pode ter graves consequências para os dois países.
Segundo o ministro sul-coreano da Defesa, o Norte prepara-se para realizar manobras internas ainda esta semana. Os quartéis situados nas ilhas norte-coreanas, próximas à fronteira marítima com o Sul, instalaram canhões em posição de ataque. A China, tradicional aliada da Coreia do Norte, pediu calma aos dois países e exortou os vizinhos à renunciarem a todo ato suscetível de agravar as tensões. A presidente sul-coreana Park Geun-Hye, que tomou posse há duas semanas, disse que a situação é muito grave e prometeu responder energicamente a qualquer provocação do Norte. Ela deve reunir o seus ministros ainda nesta segunda-feira, pela primeira vez, desde o início do seu mandato.
Rádio França Internacional via Resenha do Exército
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