quinta-feira, 28 de março de 2013

Sinaval apura R$ 8,7 bi de investimento em 9 estaleiros



Os investimentos nos nove estaleiros em construção no Brasil somam R$ 8,7 bilhões, segundo expôs o Sindicato da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) em seminário promovido no Rio.

O secretário-geral do Sinaval, Sergio Leal, reconhece que alguns dos estaleiros estão com o cronograma atrasado, mas diz acreditar que a indústria vai conseguir atender às demandas do setor.

O diretor de engenharia naval da Marinha, Almirante Francisco Deiana, reclamou de dificuldades para conseguir abrir licitações, dado o alto número de encomendas para o setor de petróleo. A Marinha, diz, tem demanda por embarcações menores, mas com tecnologia avançada, como no caso de navios-patrulha.

“A indústria naval está com carteira lotada até 2017, sem capacidade de absorver essas (demandas) de alto valor agregado”, disse. “Não conseguimos espaço para colocar nossas encomendas”.

O almirante, responsável pela área de licitações, também fala da dificuldade de estaleiros estrangeiros fazerem parcerias com brasileiros para transferência de tecnologia.

Leal, do Sinaval, reconhece que há um atraso nesta área, mas que o sindicato está estudando o plano de reaparelhamento da Marinha e espera apresentar melhora no próximo ano.

O secretário executivo informa que há cerca de duas semanas foi assinado o contrato de terraplenagem do novo estaleiro EBR, que será construído na pequena São José do Norte (RS). Hoje a cidade produz cebolas e pescado. “Uma cidade que praticamente parou no século XIX e agora vai mudar sua vocação”, disse.

A empresa Estaleiros do Brasil (EBR) e a Technip/Techint venceram a concorrência da Petrobras para integração das plataformas P-74 e P-76, programadas para a área da cessão onerosa.

O estaleiro tinha início de construção esperado para janeiro ou início de fevereiro, de forma a cumprir o cronograma de início de construção dos primeiros módulos em outubro.

Emprego

O Sinaval também informou que o número de empregos gerados pela indústria naval caiu quase 10% no primeiro trimestre deste ano, de 62 mil postos até dezembro de 2012, para 54 mil postos em março de 2013.

Sergio Leal disse que a redução é considerada normal, já que o setor apresenta oscilações naturais. “Não há como o número ser constante”, disse no seminário.

A previsão do sindicato é de que o emprego vai aumentar para 100 mil postos até 2017, considerando-se os nove estaleiros virtuais em implantação no Brasil (24,7 mil postos) e a demanda nos estaleiros já em operação (15,3 mil).


FOTO: Agência T1

Nenhum comentário:

Postar um comentário