sábado, 16 de fevereiro de 2013

Brasileira Mectron negocia venda de radares para equipar caças russos


Brasileira Mectron negocia venda de radares para equipar caças russos

O avião russo de ataque e treinamento avançado Yak-13o A pode receber o radar brasileiro Scipio-01, produzido pela Mectron, subsidiária da Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT). O dispositivo já equipa o principal caça supersônico da Força Aérea Brasileira, o F-5M – a versão de tecnologias revitalizadas produzida pela Embraer e pela israelense Elbit ,e o caça-bombardeiro de precisão A-1 AMX.

A negociação está no contexto do acordo entre Moscou e Brasília firmado em dezembro, na Rússia, pela presidente Dilma Rousseff. O termo principal envolve o fornecimento, pela Rússia, de três baterias do sistema de defesa antiaérea Pantsir S1, mais duas do míssil de porte individual Igla 4/9K38 e a criação de uma “joint-venture” que produzirá essa arma no Brasil, envolvendo uma associação entre Avibras, Embraer e Odebrecht.

A decisão final deve ser anunciada na próxima semana, durante a visita do presidente Dimitri Medvedev ao Brasil. Na mesma ofensiva, a agência russa de exportação de material militar oferece o pequeno Yak-130 para a FAB como avião de transição entre o turboélice Super Tucano e os caças principais da Força.

A presidente Dilma, que procura driblar a agenda das formalidades diplomáticas, receberá o visitante. Todavia, parte do programa será cumprida pelo vice, Michel Temer, cada vez mais envolvido nas questões da Defesa.

O radar Scipio-01, interessa à Irkut, fabricante do Yak-13oA, porque combina duas características próprias: é compacto e opera de modo variado – busca, rastreamento, localização de avião tanque, procura sobre o mar, mapeamento, telemetria e, ao menos, de quatro diferentes maneiras de atividade de combate. Na prática, significa que pode identificar um mínimo de 4 objetivos (e, talvez, no máximo 8) simultaneamente. Alvos aéreos de 5 m2 podem ser encontrados a 32 km de distância, e terrestres de 100 m2, a até 80 km.

Os russos usariam o equipamento em uma de suas mais novas máquinas de guerra, o jato de ataque leve e treinamento avançado, o Yak-130, Mitten (um tipo de luva) na classificação da Organização do Tratado do Atlântico Norte. A versão A, mais desenvolvida, fez o primeiro voo em 2004 e foi logo em seguida contratado pela aviação militar russa, que encomendou 72 unidades. Em 2011, a Irkut recebeu um pedido adicional de mais 65 jatos. Cada aeronave custa cerca de US$ 15,3 milhões – 40 foram entregues.

Até dezembro, além da Rússia, quatro países operavam 37 aeronaves-Argélia, Bangladesh, Bielo-Russia, e Mongólia. A SÍria esperava 36 dos Yak-130, compra embargada por Medvedev em conseqüência do conflito entre o regime de Bashar Assad e os rebeldes dentro do país. O Uruguai e a Sérvia estudam a aquisições de um esquadrão cada.

De certa forma, o jato assemelha-se ao AMX da Embraer. A configuração padrão é de dois pilotos, a velocidade máxima subsônica fica em 1.050 km/hora e o alcance bate em 2,5 mil quilômetros – a carga de armamento variado (mísseis, bombas guiadas, foguetes) é de 3 toneladas.

Mísseis. Ontem, uma comissão de técnicos russos acertava detalhes da negociação com o míssil Pantsir S1, em São José dos Campos. O valor do negócio ainda está sendo definido. O projeto foi montado pelo general José Carlos De Nardi, Chefe do Estado Maior Conjunto da Defesa, e prevê a aquisição de três baterias do Pantsir S1 – cada bateria usa seis carretas lançadoras, além de veículos de apoio – combinação de mísseis terra-ar com alcance de 20 km, na altitude de 15 km, mais dois canhões duplos, de 30 mm. Cada carreta transporta 12 mísseis 57E6. O radar de detecção atua em um raio de 36,5 km e pode localizar dez alvos por minuto. O sistema eletrônico É redundante, segundo a empresa russa KBP, responsável pelo programa do Pantsir S1. “A melhor parte de todo o processo é que os russos aceitaram a demanda brasileira de que haja transferência de tecnologia”, diz o general De Nardi. Todo o conhecimento original do projeto do equipamento será aberto.

FONTE: Estadão.com, via Resenha Exercito 

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