sexta-feira, 31 de maio de 2013

Cientistas da Nasa encontram novos indícios da existência de água em Marte

Dados coletados pelo jipe-robô Curiosity mostram que rochas são semelhantes às vistas em leitos de rios terrestres

Divulgação/Nasa

O robô Curiosity, da Nasa (agência espacial norte-americana), descobriu mais indícios da existência de água em Marte. O dispositivo, que chegou na superfície de Marte em agosto de 2012, fez uma série de fotografias de várias áreas. Também foram examinadas 515 pedras. Algumas tinham a superfície redonda e lisa como se viessem de leitos de rios.

O estudo completo está publicado na revista Science. "Os pedregulhos oferecem novas pistas sobre o passado de Marte", segundo Morten Bo Madsen, diretor do grupo de pesquisa sobre o planeta vermelho no Instituto Niels Bohr.

“Completamos uma quantificação mais rigorosa dos afloramentos para caracterizar a distribuição de tamanho e a redondeza dos pedregulhos e da areia que formam esses conglomerados”, afirmou a autora do estudo Rebecca Williams, pesquisadora do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, no Arizona. “Esses conglomerados são incrivelmente parecidos com os depósitos de leitos de rios da Terra”, completou a especialista.

O diretor do grupo de investigação sobre o planeta vermelho no Instituto Niels Bohr, Morten Bo Madsen, disse que as descobertas oferecem mais pistas sobre o passado de Marte. Se atualmente o planeta é árido, os cientistas encontraram provas de que a água fluiu na sua superfície há milhões de anos. Os robôs Spirit e Opportunity, ambos da Nasa, tinham encontrado sinais da existência passada de água em Marte.

Em março, a agência espacial informou que a análise de uma amostra de rocha recolhida pelo Curiosity revelou que Marte teve condições para abrigar vida em forma de micróbios. Os cientistas identificaram enxofre, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, fósforo e carbono, que são alguns dos elementos essenciais para a vida.

Super Tucano na MAPLE FLAG




Os A-29B da FAC poderão mostrar todas as suas qualidades já comprovadas em combate de ataque ao solo. (Imagem: FAC)

Começou em 27 de maio a missão MAPLE FLAG para a força aérea colombiana.



O exercício operacional, com a participação de mais de 30 aeronaves, entre F-16, F-18, C-130, KC-130, KC- 767, AWACS e A-29B pertencentes às nações da Bélgica, Canadá, Reino Unido e Colômbia, que fazem parte da primeira fase do exercício que acontece 26 de maio a 7 de junho.

A FAC participa com um KC-767, um C-130 Hércules e seis A-29B Super Tucano.

Uma vez que todos os participantes nesta primeira missão, 32 aeronaves das quatro nações, foram coordenados para realizar a missão. Todas as unidades estão prontas na hora marcada, cada aeronave tem um tempo de take-off para este exercício. Desta vez, o KC-767 da Força Aérea Colombiana, foi responsável por transferir 20.000 libras de combustível a quatro caças CF-18, de acordo com o plano, cumprindo o objetivo do exercício combinado. Quatro aeronaves de ataque colombiana, A-29B Super Tucano, atacaramalvos terrestres selecionados pelas agências de inteligência, escoltados por caças F-16, belgas e canadenses em patrulhas de combate aéreo

As tripulações da Força Aérea Colombiana demonstraram um elevado grau de profissionalismo no desempenho da missão atribuída, realizando um treinamento em um dos ambientes mais agressivos, com diferentes tipos de ameaças e estratégias implementadas, conseguindo um excelente trabalho em equipe com diferentes equipes que compõem a coligação.



FONTE: Fuerza Aerea Colombiana – TRADUÇÃO: CAVOK

Petrobras concede à japonesa Toyo construção de usina de hidrogênio no RJ

A Petrobras concedeu a Toyo-Setal, filial da empresa Toyo Engineering, a construção de uma usina de hidrogênio que será erguida na cidade de Itaboraí, no Rio de Janeiro, anunciou a companhia japonesa nesta quinta-feira em comunicado.


O projeto, avaliado em cerca de R$ 1,2 bilhão, deverá ser finalizado somente em meados de 2016 e fará parte do complexo petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), atualmente em construção.

Sob o acordo, a Toyo-Setal anunciou que se encarregará do desenho do projeto, do equipamento, dos materiais, da instalação da usina de hidrogênio.

O complexo COMPERJ é um dos projetos mais importantes da Petrobras e está destinado a cobrir a crescente demanda de produtos petroquímicos e óleos ligeiros, detalhou o comunicado.

O complexo petroquímico também terá duas refinarias com capacidade para gerar até 165 mil barris diários, enquanto a usina de hidrogênio japonesa terá capacidade de 250 mil metros cúbicos por hora.

Durante os últimos 15 anos, a Toyo participou de 30 projetos no Brasil, tanto em alto-mar como em continente, relacionados com a construção de usinas energéticas ou de tratamento de água. 


Fonte: UOL

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Caças da FAB treinam interceptação de aeronave no Rio de Janeiro



(Imagem: FAB / Ten. Enilton)

Dois caças F-5EM de alta performance da Força Aérea Brasileira (FAB) simularam a interceptação de um avião C-97 Brasília que sobrevoava o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

O treinamento realizado nesta quarta-feira (29/05) é uma demonstração das ações de defesa aérea que podem acontecer caso uma aeronave descumpra as regras estabelecidas para voo em zona nas áreas restritas durante a Copa das Confederações.


Dado o Alerta, um caça parte para cumprir sua missão. (Imagem: FAB/Ten. Enilton)

As zonas de exclusão aérea (classificadas como reservada, restrita e proibida) estarão vigentes uma hora antes e quatro horas após o início do jogo. As medidas fazem parte do esquema de defesa elaborado pela FAB para grandes eventos como a Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo e Olimpíadas.

Um F-5M intercepta o “avião suspeito”. (Imagem: FAB / Ten. Enilton)

No exercício, o C-97 decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Ao sobrevoar o estádio do Maracanã, caças F-5 realizam a interceptação, seguindo um protocolo de segurança. A aeronave interceptada desvia o trajeto e é escoltada pelos caças até pousar, neste caso na Base Aérea de Santa Cruz, também na capital fluminense.

Assim que o avião pousa, entram em ação os militares da infantaria. O grupo de 14 homens e uma mulher do Batalhão de Infantaria Especial da Base Aérea dos Afonsos (BINFAE-AF) realizam as medidas de controle de solo. Um cão farejador também é utilizado na busca de explosivos.

Além dos caças supersônicos, serão empregadas aeronaves A-29 Super Tucano, helicópteros, aviões-radar, rebastecedores e aeronaves remotamente pilotadas para realizar a defesa do espaço aéreo nas cidades-sede.

FONTE: Agência Força Aérea via cavok 

Assad afirma que Síria já recebeu primeiro lote dos S-300 russos

O presidente da Síria, Bashar al Assad, afirmou que seu país já recebeu um primeiro lote de mísseis provenientes da Rússia, em entrevista que será transmitida na noite desta quinta-feira pela televisão libanesa "Al-Manar" e que teve trechos divulgados hoje pelo jornal "Al Ajbar". 
"A Síria recebeu o primeiro lote de mísseis russos S-300 e em breve receberá o resto", disse Al-Assad ao jornal, voz do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do regime de Damasco. 
O líder assegurou que "Síria e o Hezbollah estão no mesmo próprio campo" e citou conquistas do regime contra os rebeldes e os países que os apoiam. 
"O Exército sírio está realizando batalhas contra grupos armados e continuará até a eliminação dos terroristas", disse Assad, para quem a balança no terreno militar está inclinada a favor das Forças Armadas. 
Além disso, criticou os líderes da oposição no exterior e a Turquia, Arábia Saudita e Catar por apoiar e financiar os grupos armados, o que, na sua opinião, permitiu que mais de 100.000 combatentes árabes e estrangeiros entrassem em território sírio. 
Assad afirmou ainda que o regime participará da Conferência de Genebra, prevista para junho, na qual se buscará uma saída política ao conflito. 
Por outro lado, advertiu Israel de que o Exército sírio responderá a qualquer agressão em seu território. 
"O governo não se oporá a nenhum grupo que queira participar da guerra para libertar o Golã", disse. 
Há dois dias, a Rússia explicou que os mísseis antiaéreos S-300 que Moscou fornece ao regime sírio são um fator de contenção contra uma possível ingerência externa no país árabe. 
"Consideramos que tais passos são em grande medida um fator de contenção para impedir que algumas cabeças quentes deem a este conflito um caráter internacional com participação de forças externas", afirmou Sergei Riabkov, vice-ministro das Relações Exteriores.


Fonte: UOL

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Nova incursão de navios chineses em ilhas disputadas com o Japão





Três navios do governo chinês entraram neste domingo nas águas do arquipélago Senkaku/Diaoyu, cuja soberania é disputada pelo Japão e a China no Mar da China Oriental, informou a Guarda Costeira japonesa.

Os navios de vigilância marítima entraram às 10h00 (22h00 de sábado no horário de Brasília) na área de 12 milhas náuticas (pouco mais de 22 km) que cerca o arquipélago, reivindicado como Senkaku pelo Japão e Diaoyu pela China.
As embarcações deixaram a área algumas horas depois, de acordo com a mesma fonte.

A última incursão desse tipo ocorreu em 23 de maio. No final de abril, navios do governo chinês também cruzaram várias vezes todo o arquipélago, forçando o Japão a convocar o embaixador chinês em sinal de protesto.

A China envia regularmente navios e aviões para a área, desde que o governo japonês nacionalizou três das cinco ilhas do arquipélago em setembro passado ao comprá-las de seu proprietário privado japonês.

Esta decisão provocou uma semana de manifestações anti-japonesas, algumas violentas, em muitas cidades na China.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe declarou em abril que o Japão impediria "pela força" o desembarque chinês nas ilhas.


Corridas às armas





Gabriela Freire Valente


A Rússia reagiu prontamente à decisão da União Europeia (UE) de abrir caminho para a entrega de armas aos rebeldes na Síria: ontem, no dia seguinte à suspensão do embargo pelos chanceleres da UE, Moscou anunciou que fornecerá mísseis antiaéreos S-300 ao regime de Bashar Al-Assad. O governo russo, que divide com os Estados Unidos a convocação de uma conferência internacional destinada a promover negociações de paz sobre o conflito sírio, acusou os europeus de “jogar gasolina no incêndio”, e justificou a ajuda bélica a Damasco como um “fator de estabilização”. “Acreditamos que medidas desse tipo dissuadem alguns espíritos acalorados de contemplar cenários que impliquem internacionalizar o conflito, mediante a participação de forças estrangeiras”, declarou o vice-chanceler Sergei Ryabkov. Israel, porém, não deixou passar em branco o reforço a um vizinho com o qual está tecnicamente em guerra, e afirmou “saberá o que fazer” caso o equipamento russo chegue às forças de Assad.

Os chanceleres da UE anunciaram a suspensão do embargo em Bruxelas, ao fim de horas de reunião. Analistas acreditam que a medida pode acirrar o conflito, embora porta-vozes da UE tenham descartado qualquer remessa de armas aos rebeldes sírios antes da conferência internacional, que deve reunir-se no mês que vem, em Genebra. A Rússia, no entanto, considera que os preparativos para o encontro já foram comprometidos, como ressaltou o vice-chanceler Ryabkov.

Para David Patel, especialista em Oriente Médio da Universidade Cornell, em Nova York, a reação russa, ao oferecer armamento ao regime sírio, seu aliado, não é diferente da decisão dos líderes europeus, e dará uma vantagem para Assad à mesa de negociações. “Isso aumenta seu poder de barganha e a chances ao regime de conseguir concessões por parte dos rebeldes e de seus aliados”, observa Patel. No entanto, o especialista duvida que um eventual acordo seja cumprido, devido à divisão interna dos rebeldes sírios. “Não se sabe se haverá alguém falando pela maioria dos insurgentes. Se o governo sírio fechar um acordo com apenas parte dos opositores, não é certo que todos venham a acatá-lo”, pondera.

A Coalizão Nacional da oposição Síria considerou a suspensão do embargo pela UE uma medida tardia. “É um passo positivo, mas tememos que seja insuficiente e que tenha sido dado tarde demais”, declarou à agência de notícias France-Presse Louay Safi, porta-voz da organização. O opositor relata que o povo sírio está “decepcionado” e precisa de proteção. “As armas são um elemento para isso, mas também gostaríamos que a União Europeia adotasse uma posição mais firme”, queixou-se.

Israel em guarda

O ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon, respondeu ao anúncio de Moscou sobre os mísseis antiéreos pronta e duramente. “As entregas não foram feitas e espero que não venham a ser. Mas, se os S-300 chegarem à Síria, saberemos o que fazer”, afirmou. A possibilidade de uma resposta militar israelense torna ainda mais complexa a situação na região. “O medo de Israel é que armas de alta tecnologia ou armas químicas cheguem às mãos de seus inimigos diretos, como o Hezbollah”, pondera Patel. Apesar de ter feito alertas sobre o repasse de equipamento a grupos que considera “terroristas”, o governo israelense tem tentado manter-se do conflito sírio. “É uma situação sem saída para eles, especialmente quando mais armas estão chegando para o Hezbollah”, avalia Ranen Omer-Sherman, especialista no conflito árabe-israelense da Universidade de Miami.

O possível envolvimento de Israel na crise síria diz respeito também a sua rivalidade com o Irã, que apoia o regime de Assad e fornece ajuda militar ao Hezbollah. Omer-Sherman acredita que, caso isso se torne inevitável, as forças israelenses optarão por ações pontuais. Apesar do risco de o conflito contagiar também os palestinos, o estudioso sustenta que levará algum tempo antes que os ecos da Síria cheguem à Cisjordânia e à Faixa de Gaza: “No passado, o Hamas, que controla Gaza, não se mostrou ansioso por uma aliança com o Hezbollah, e não acho que seja o caso desta vez”. O especialista também afirma que os divididos insurgentes sírios não estariam inclinados a enfrentar Israel, mas ressalta que a situação é “certamente explosiva”, e ameaça se alastrar pela região.



FONTE: Correio Braziliense via Resenha do Exército

terça-feira, 28 de maio de 2013

Brasil recupera Urutus do Suriname

Parceria prevê também apoio brasileiro à revitalização de dois blindados Cascavel



Desembarcam em meados de junho, no Suriname, os dois primeiros carros de combate revitalizados pelo Brasil para serem utilizados pelas Forças Armadas daquele país. A iniciativa, resultado do fortalecimento das relações bilaterais estabelecidas com os vizinhos de continente, é parte do compromisso assumido pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, em visita ao contraparte surinamês, Lamuré Latour, em setembro do ano passado, na capital Paramaribo.

Na viagem, Amorim sublinhou o interesse brasileiro em ampliar as oportunidades de cooperação militar com os países do cone norte, que classificou como parceiros importantes na construção de uma comunidade de segurança na América do Sul.

As viaturas brasileiras Urutu, fabricadas pela extinta Engesa, foram inteiramente recuperadas por empresa privada, sob supervisão da Diretoria de Material do Exército. Os veículos serão transportados ao país de destino por navio da Marinha do Brasil – mesma embarcação que realiza viagens de apoio logístico às tropas da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

Além da modernização, a parceria prevê o apoio brasileiro à revitalização de dois blindados Cascavel surinameses, também produzidos pela Engesa, e capacitação para a autossuficiência do país vizinho em sustentabilidade logística. No caso dos Cascavel, a revitalização acontece no Parque Regional de Manutenção da 1ª Região Militar, no Rio de Janeiro.

A modernização dos carros de combate (Urutu e Cascavel) tem um custo aproximado de R$ 2 milhões e é uma das ações com as quais o Brasil busca estimular a participação do Suriname no processo de integração em defesa na América do Sul.

FONTE/FOTOS: Assessoria de Comunicação Social MD/Exército Brasileiro

Pontas de lança da “Otan” sobre a Amazônia


O amadorismo do ministro da defesa em assuntos estratégicos ficou novamente evidenciado na medida em que, sem avaliação dos “contras”, muito mais pesados que dos “prós”, este aventa do Brasil vir a modernizar, com o suporte da indústria e das organizações militares do País, as forças armadas da Guiana e do Suriname.
Acontece que a composição do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS) urge ser repensada. Criado para estabelecer política de defesa e estruturar sistema correlato para o subcontinente, a “inclusão Guiana/Suriname” é por si só inquietante, exigindo justificativa que, no mínimo, indique lógica palatável para o paradoxo: o primeiro país, embora autônomo, integra a Commonwealt, associação solidamente vinculada, é arriscado, à Grã-Bretanha; o segundo, mesmo independente, tem laços fortes com a Holanda que integra, como o Reino Unido, a União Européia. Seus habitantes, sem elos com os de origem luso-espanhola, não afiançarão lealdade à união sul-americana se ameaçados os cantões amazônicos daqueles. Além disso, se nem o “portunhol” falam, não são “hermanos”. Alerta! A marinha de sua majestade vai aportar no setentrião sul-americano lançando âncoras na Guiana. Quem mapear aqueles territórios vai se aperceber das avantajadas cabeças de ponte para o bote na Amazônia. Seria apenas para inglês ver? As tropas daquelas monarquias de quando em vez se adestram em suas ex-colônias.
Atenção! Precedem a admissão esdrúxula desses autênticos “estranhos no ninho” as declarações de mandatários de potências ostensivamente contestadoras da brasilidade amazônica. Na Inglaterra, pára-brisas de veículos ostentam a mensagem “salvem a Amazônia queimando um brasileiro”. Só estas inclusões comprometem o órgão desconexo, prematuro, criado na esteira de uma UNASUL que atropela o processo claudicante de estruturação do MERCOSUL. Governo, parlamentares, a sociedade enfim ainda não se flagrou do absurdo admitido. Os chefes de estado sul-americanos, mal assessorados por uma diplomacia carente de conhecimentos comezinhos sobre geopolítica, aliam à sua miopia estratégica anacrônica a falta de visão prospectiva para o cenário de ameaças descortinado face ao ecúmeno amazônico comum e aos recursos energéticos submersos de suas faixas oceânicas.
Nosso poder de dissuasão, que deve ser definitivo, precisa ser alcançado antes para só depois se pretender capitanear a estruturação de macro-organismos defensivos, e isto sem a participação de “cavalos de tróia”. Iniciativas do gênero, se antecedem este desiderato vital, são inconsistentes como castelos de areia erigidos por sobre nações que, para reciclarem material bélico, ainda negociam com os “mercadores da morte” dos próprios membros permanentes do Conselho de Segurança/ONU.



Autor: Paulo Ricardo da Rocha Paiva _ Coronel de Infantaria e Estado-Maior

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Rússia mira novos mercados para exportação de armas


A Rússia ocupa a segunda colocação mundial em exportação de armas, perdendo apenas para os EUA. Moscou fornece armas e equipamentos militares a 66 países, assinou contratos de cooperação técnica e militar com 85 e sua lista de encomendas de produtos relacionados à defesa atualmente atinge a marca de R$ 94,4 bilhões. A exportação mundial de armas russas chegou a R$ 31 bilhões em 2012, um aumento de 12% em relação ao ano anterior.

No entanto, para garantir o crescimento estável das exportações, a Rússia está de olho em oportunidades fora dos seus tradicionais parceiros, como a Índia, e busca novas parcerias sobretudo na América Latina.

“De acordo com as estimativas de nossos especialistas, o volume do mercado de armas latino-americano atingirá aproximadamente R$ 102 bilhões nos próximos dez anos. Se nós concentrarmos nossos esforços nisto, poderemos assinar contratos à altura”, disse Serguêi Goreslavski, representante da Russian Technologies (Rostec), empresa estatal de alta tecnologia. Ele acrescentou que Venezuela, Peru, Brasil, Argentina e México assinalaram interesse em comprar helicópteros e sistemas de defesa aéreos.

Grigóri Kozlov, chefe do departamento de Exportação de Helicópteros da Rosoboronexport, a única exportadora autorizada de armas e equipamentos militares da Rússia, disse que há um bom potencial para a cooperação com praticamente todos os países da região, especialmente com o Brasil, onde helicópteros Mi-35M são usados ​​com sucesso.

O principal parceiro na região continua sendo a Venezuela, que é atualmente o segundo maior comprador de armas russas, depois da Índia. O Centro de Análises do Comércio Mundial de Armas estima que o valor dos equipamentos adquiridos por Caracas junto à indústria de defesa russa seja de R$ 9 bilhões. Isso inclui 24 caças Su-30MK2V, 100 mil metralhadoras AK-103, mais de 40 helicópteros multiuso Mi-17V-5, 10 helicópteros de ataque Mi-35M2, três helicópteros de transporte pesado Mi-26T2 e 5 mil rifles de sniper SVD.

Futuras parcerias na América Latina incluem ainda acordos com o Peru para atualizar a frota de caças Mikoyan MiG-29 Fulcrum, além da venda de 100 tanques T-90S, 700 caminhões Kamaz e um novo lote de helicópteros Mi-8/17.

Índia: número 1

A Índia continua sendo o maior cliente da Rússia para aquisição de armas, respondendo por 80% do seu equipamento militar de Moscou. O país comprou 350 tanques T-90S e encomendou outros 1500. O INS Sindhurakshak, um submarino diesel-elétrico da Marinha da Índia que passou por uma revisão e uma modernização no estaleiro russo Zvezdochka, localizado em Severodvinsk, finalmente chegou ao porto de Mumbai em 29 de abril. O INS Vikramaditya foi submetido a uma operação complexa no estaleiro russo Sevmash antes da fase final de testes e entrega à Marinha da Índia ainda este ano.

Os produtores de aeronaves russos também procuram oportunidades para fortalecer as ligações com seus parceiros indianos. A fabricante de aviões Sukhoi está construindo uma aeronave de quinta geração em conjunto com parceiros indianos. A Índia também está operando atualmente 150 modernos caças multifunção Su-30MKI. A Rosoboronexport está participando de um concurso para tornar-se fornecedora dos helicópteros de vigilância e reconhecimento Ka-226T, disse Grigóri Kozlov recentemente.

Serguêi Korotkov, diretor executivo da Russian Aircraft Corporation (RSK) MIG, adianta que suas expectativas estão relacionadas principalmente com o MiG-35. “Eu gostaria de ver o MiG-35 permanecer em destaque no contexto da nossa história em comum e nossa parceria de 50 anos. Esperamos que a Índia celebre um contrato para o fornecimento do MiG-35, nós estamos aptos para atender à demanda”, diz Korotkov.

Além disso, Rússia e Índia desenvolvem em conjunto, o míssil de cruzeiro supersônico BrahMos. Em 22 de maio, de acordo com relatos da mídia local, a Índia testou com sucesso o míssil de cruzeiro supersônico BrahMos, com alcance de 290 km, que foi guiado desde a mais nova fragata INS Tarkash na costa de Goa.

Turquia: exportação estável

Durante 20 anos, Moscou tentou repetidamente atrair os militares turcos com sua tecnologia avançada. Uma nova tentativa foi feita na IDEF 2013 (Feira Internacional da Indústria de Defesa), quando Rússia apresentou seu helicóptero Ka-52 Aligator, uma melhoria do Ka-50, e o Mi-28NE Night Hunter. Os projetos apresentados incluíram o tanque T-90S, o veículo para suporte de combate Terminator e os sistemas de mísseis antitanque Kornet-E e Metis M1, entre outros. Apesar de a Turquia ter sido o primeiro país-membro da Otan a estabelecer laços técnicos e militares com Moscou, o diretor-geral da Rosoboronexport, Anatóli Isáikin, advertiu que não se deve esperar um grande aumento da exportação de armas russas para a Turquia.

Com materiais da Rosoboronexport, RIA Nóvosti, ITAR-TASS e The Times of India

domingo, 26 de maio de 2013

Índia testa com sucesso o novo míssil BrahMos



Segundo informou o Ministério da Defesa da Índia, este país testou com sucesso a versão naval do míssil de cruzeiro BrahMos.


O míssil tem a capacidade para atingir alvos a uma distância de 290 km, incluindo alvos terrestres a 10 m da superfície do solo. O BrahMos já equipa as forças terrestres indianas e navios de superfície da Marinha de Guerra da Índia. Em março foi realizado pela primeira vez com sucesso a versão para submarinos do míssil de cruzeiro BrahMos. Ao longo do ano deverão ser realizados os testes do míssil de baseamento aéreo.

Os testes da versão naval foram realizados no âmbito do conjunto de testes do armamento instalado na fragata Tarkash, construída na Rússia. Os navios do projeto 11356, que incluem a Tarkash, se destinam a combate autônomo em áreas marítimas e oceânicas ou em esquadras na qualidade de navios de escolta. As suas capacidades de combate permitem realizar missões de deteção e destruição de submarinos inimigos, de defesa antinavio, antiaérea e antissubmarino de navios de guerra ou comerciais em alto mar, de apoio a operações militares terrestres e realizar apoio a operações de desembarque.

Os mísseis BrahMos irão equipar as três fragatas que a Rússia construiu para a Índia: a Tarkash, a Teg e a Trikand. Os primeiros dois navios já foram incorporados na Marinha de Guerra indiana. A chegada da Trikand, que virá de Kaliningrado, é esperada para breve. O seu aparecimento na Marinha da Índia se destina a aumentar significativamente o seu poder de ataque. Os mísseis BrahMos deverão também equipar outros navios de combate da Marinha indiana. Isso inclui o porta-aviões Vikramaditya construído na Rússia, e que vai ser entregue à Marinha indiana durante o corrente ano, referiu o antigo chefe do Estado-Maior das Forças de Mísseis Estratégicos da Rússia, Viktor Yesin:

“O míssil de cruzeiro BrahMos é um dos projetos conjuntos de sucesso entre a Rússia e a Índia, o que até se refletiu no seu nome. A empresa mista BrahMos Aerospace Limited foi batizada em honra de dois rios, o Brahmaputra e o rio Moscou. A empresa fabricante do míssil BrahMos tem a sua sede na Índia. O míssil é fabricado com o esforço conjunto dos engenheiros russos e indianos, mas o papel principal foi atribuído aos especialistas indianos, em conformidade com o acordo assinado. Como base para a criação desse míssil foi tomado um míssil supersônico análogo russo, porém, o míssil fabricado na Índia já é, graças aos especialistas russos e indianos, a sua versão aperfeiçoada.

O míssil BrahMos tem uma elevada compatibilidade tecnológica. Ele é também largamente utilizado pelas forças terrestres indianas, nomeadamente as tropas de fronteira de Arunachal Pradesh e de outras regiões fronteiriças que já estão equipadas com esse míssil. Quanto á Força Aérea Indiana, ela também está a trabalhar intensamente. O míssil irá equipar os caças Su-30MKI e MiG-29.

O míssil BrahMos começou a ser introduzido nas Forças Armadas da Índia em 2005. Segundo as análises dos especialistas, no mundo ainda não existem mísseis idênticos a este, que tenham uma velocidade supersônica tão elevada. Comparando com os mísseis da mesma classe, que estão hoje no ativo, o BrahMos possui as vantagens de ter o triplo da velocidade e um tempo de reação 3-4 vezes melhor. O míssil é pouco visível nos radares. Contudo, para não violar os acordos internacionais sobre não-proliferação de tecnologias de mísseis, o seu alcance foi limitado para 290 quilômetros.

O voo do míssil, cujo peso é de 3 t na sua versão de base, se realiza em altitudes entre os 10 e os 14 mil metros em trajetória variável. O míssil pode contornar facilmente os obstáculos que encontra, montanhas, colinas e outros, atingindo os alvos que se encontram protegidos por eles. Com esse míssil funciona na prática o princípio “dispara e esquece”: ele próprio vai à procura do alvo.



Voz da Rússia

“No Haiti, o Brasil é só um fantoche”, afirma senador haitiano


Márcio Zonta do Brasil de Fato – Divulgamos entrevista com senador haitiano, publicada no jornal Brasil de Fato, que denuncia os interesses imperialista que estão por trás da Missão da ONU no país e todas as consequências catastróficas para o povo haitiano dessa ocupação militar encabeçada pelo Brasil.

A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) completará nove anos em junho. Criada em 2004 pelo Conselho de Segurança da ONU, determinou a ação de tropas estrangeiras no país após o golpe contra o então presidente Bertrand Aristide. Ele foi sequestrado e deposto por forças estadunidenses, sendo obrigado a se exilar na África.

Desde então, o Brasil lidera as tropas, que atualmente contam com mais de nove mil soldados de 49 países.

Passados nove anos da ocupação militar, o Haiti segue sendo o país mais pobre das Américas: 70% de desemprego e salário médio de 3 dólares/dia. Em contrapartida, a previsão de gastos para manutenção do efetivo militar para o próximo biênio é de 900 milhões de dólares.

Em visita oficial ao Brasil, o senador haitiano Jean Charles Moises, autor de um projeto de lei que pede a saída gradativa das tropas estrangeiras de seu país, fez uma série de denúncias referentes à atuação da Minustah na repressão ao movimento popular e sindical. “Uma das ações das tropas é dispersar manifestações populares e acabar com qualquer forma de protesto do povo haitiano”, denuncia.

Ademais, a Minustah é acusada pelo senador de atos de violência contra jovens e mulheres (no âmbito sexual neste caso) por todo o país, além de contribuir com a proliferação de epidemias. “Ajudou a agravar a epidemia de cólera no Haiti, doença trazida pelo batalhão do Nepal, que já matou 8 mil e contaminou 700 mil haitianos” descreve.

Para Jean, o papel das tropas estrangeiras no Haiti é assegurar o domínio político e econômico de outros países por intermédio da intervenção militar. “Quem ocupou realmente o Haiti foram os Estados Unidos, França e Canadá. O Brasil é só um fantoche. Por isso estamos em campanha para sensibilizar os dirigentes latino-americanos para que ajudem incidir sobre a situação da retirada das tropas no país”, explica.

No encontro que teve com diversos políticos brasileiros em Brasília, Jean tentou alertar sobre a estratégia estadunidense de usar a imagem do Brasil para apaziguar a presença da Minustah no Haiti. “Nesse sentido, os estadunidenses foram muito estratégicos, pois, se fosse uma invasão apenas de homens dos Estados Unidos, o povo haitiano se sentiria provocado, mas como existe o exército brasileiro no comando é diferente, porque culturalmente é mais aceitável. Por isso, os Estados Unidos incentivaram o governo brasileiro a enviar tropas para o Haiti”, elucida.

Ao Brasil de Fato, o senador ainda comenta sobre o alto grau de corrupção no naquele país, da aliança do presidente Michel Martelly com os Estados Unidos, e os motivos que retardam a aprovação de seu projeto de lei para retirada da Minustah do país.

Brasil de Fato – Como está a tramitação do projeto de lei de sua autoria, que pede a saída gradativa da Minustah do Haiti?

Jean Charles Moises –O projeto foi aprovado no Senado, mas não foi sancionado pelo presidente, que parece querer a continuação das tropas estrangeiras no Haiti.

Qual o interesse do presidente haitiano na continuidade da Minustah no país?

O presidente Michel Martelly é aliado dos Estados Unidos e quer as tropas no país para assegurar o saqueio estadunidense sobre nossos recursos naturais. Por exemplo, o ouro, que existe em grande proporção no norte haitiano, está sendo explorado pelas empresas estadunidenses. Nos últimos anos, a expulsão dos camponeses pela Minustah em áreas de incidência mineral tem sido constante.

A população tem protestado contra o atual governo e a presença das tropas estrangeiras?

A população tem retomado algumas formas de manifestação, principalmente diante da postura extremamente direitista do governo de Martelly. Mas uma das ações da tropa é dispersar manifestações populares e acabar com qualquer forma de protesto do povo haitiano. Ainda falta forjarmos um movimento camponês que seja, de fato, revolucionário, e que tenha força para lutar contra as políticas neoliberais que ainda imperam no país.

O Haiti segue sendo o país mais pobre das Américas, com índice de 70% de desemprego e salário médio de 3 dólares/dia. A presença da Minustah perpetua essa situação?

Sim, porque colabora com a interferência do governo estadunidense no país, que quer fazer do Haiti um grande mercado aberto, além de contribuir ainda mais com a corrupção.

Recentemente tivemos um exemplo emblemático de corrupção no país. Conseguimos aprovar um projeto no Senado onde a Petrocaribe [aliança entre países caribenhos com a Venezuela] destinou 30 milhões de dólares para infraestrutura de irrigação e sementes, que benefi ciaria os camponeses, mas essa verba foi repassada ilegalmente ao setor privado pelo governo, e a justiça haitiana nada fez.

Então a presença militar serve para garantir esse domínio diante de um povo que pode se revoltar a qualquer momento, motivado pelas condições de vida às quais está submetido?

A presença estrangeira de tropas militares é justamente para garantir o domínio econômico e político no país. Nesse sentido, os estadunidenses foram muito estratégicos, pois, se fosse uma invasão apenas de homens dos Estados Unidos, o povo haitiano se sentiria provocado. Mas como existe o exército brasileiro no comando é diferente, porque culturalmente é mais aceitável. Por isso, os Estados Unidos incentivaram o governo brasileiro a enviar tropas para o Haiti.

Mas, de fato, o comando das tropas é brasileiro?

Logicamente que não, quem ocupou realmente o Haiti foram os Estados Unidos, França e Canadá. O Brasil é só um fantoche. Por isso estamos em campanha para sensibilizar os dirigentes latino-americanos para que ajudem incidir sobre a situação da retirada das tropas no país.

Na viagem ao Brasil você visitou Brasília e se encontrou com diversos políticos brasileiros, qual a opinião deles sobre os soldados brasileiros no Haiti?

A grande maioria de políticos que conversei é favorável à invasão militar estrangeira no país, porque realmente não sabem o que ocorre no Haiti. Eles desconhecem a situação miserável que vive o povo em função dos domínios econômico, político e militar. Inclusive Eduardo Suplicy, com quem conversei também se dizia favorável, mas eu consegui convencê-lo e o mesmo disse que quer ajudar na retirada das tropas.

Quantos soldados existem hoje no Haiti a serviço da Minustah e qual o montante de dinheiro gasto com a operação do efetivo?

Hoje ocupam o Haiti 9.292 mil soldados de 49 países. Os gastos referentes a 2011-2012 chegaram a 648.394 milhões de dólares, e estima-se que para o próximo biênio chegará a 900 milhões de dólares.

Quanto o governo haitiano gastaria para manter um exército próprio?

Com 10% desse dinheiro gasto hoje, faríamos nosso próprio contingente de soldados que garantiriam a segurança do país. Poderíamos empregar essa verba destinada à Minustah para resolver os problemas de saúde, educação, infraestrutura e emprego do país; o que realmente precisamos.

Além do papel de dominação da Minustah sobre o povo haitiano, existem outras denúncias contra a tropa?

A Minustah é acusada de atos violentos contra jovens e violação sexual infringidas a mulheres por todo o país. Também ajudou a agravar a epidemia de cólera no Haiti, doença trazida pelo batalhão do Nepal, que já matou 8 mil e contaminou 700 mil haitianos.




G&D:  Alguma surpresa? Todos os Brasileiros minimamente informados estão cientes do que ocorre no Haiti, e sabemos também que o governo Lula aceitou ocupar o Haiti como uma forma de mostrar capacidade militar para obter uma cadeira permanente do Conselho de segurança da ONU. A participação Brasileira na Minustah e um fracasso total, o governo brasileiro deu "um tiro no pé" ao aceitar ter a imagem vinculada ao comando desta operação.

sábado, 25 de maio de 2013

Na Etiópia, Dilma defende padrão Sul-Sul de cooperação com a África

Em Adis Abeba, presidente fechou acordos nas áreas de desenvolvimento agrícola, transferência de renda, serviços aéreos, educação, ciência e tecnologia


Após encontro com o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, a presidenta Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (24/05) que o Brasil tem interesse em ampliar para além das relações comerciais a cooperação com o Continente Africano. Dilma está em Adis Abeba, capital etíope, para participar das comemorações dos 50 anos da União Africana.

Dilma chegou à Etiópia por volta das 9h30 (15h30 no horário local) e, em seguida, fechou quatro acordos com o país nas áreas de desenvolvimento agrícola, transferência de renda, serviços aéreos, educação, ciência e tecnologia.

“O Brasil quer, não só estabelecer relações comerciais, investir aqui, vender para o país, mas também uma cooperação no padrão Sul-Sul. O que é o padrão Sul-Sul de cooperação? É uma cooperação que não seja opressiva, que seja baseada em vantagens mútuas e valores compartilhados”, disse a presidenta, em rápida entrevista na entrada do hotel em que está hospedada.

Segundo Dilma, é “uma deferência” o fato de o Brasil ser convidado de honra do Jubileu de Ouro da União Africana, que reúne 54 países. Neste sábado (25/05), durante a cerimônia de comemoração do jubileu, Dilma deverá discursar representando a América Latina.

“Eu acho uma deferência o Brasil ter sido convidado para falar em nome da nossa região neste Jubileu de Ouro. Acho que [isso] reflete o fato e o reconhecimento da importância que o Brasil atribui à África. Eu estive, há pouco, com o primeiro-ministro Hailemariam Desalegn, e isso fica claro também nas relações bilaterais entre o Brasil e a Etiópia”, disse ela.

Criada em maio de 1963, a União Africana assumiu a função de buscar soluções internas para conflitos entre os países membros do bloco, bem como de incentivar o processo de democratização e fortalecimento institucional da região. O intercâmbio comercial entre Brasil e África cresceu cinco vezes nos últimos dez anos, evoluindo de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 26,5 bilhões, em 2012.

Dilma destaca autonomia do continente africano durante reunião na Etiópia

Perdão de dívidas e acordos em agricultura marcaram visita da presidente na comemoração da União Africana

Em discurso na comemoração do aniversário de 50 anos da União Africana, a presidente Dilma Rousseff destacou a importância da autonomia tanto do continente africano quanto da América Latina, assim como a importância da cooperação entre ambos.

Reprodução/Agência Brasil
Presidente Dilma Rousseff durante comemoração dos 50 anos da União Africana

"Os avanços da União Africana, como os da Unasul [União de Nações Sul-Americanas] encerram um ensinamento fundamental: quem deve resolver os problemas das nossas regiões somos nós mesmos, respeitando sempre as diferenças que porventura existem entre nós", disse.

Dilma Rousseff representa a América Latina no encontro da União Africana em Adis Abeba, capital da Etiópia. No discurso, disse que o Brasil tem muitas semelhanças com o continente africano, "O Brasil vê o continente africano como um irmão e vizinho próximo". "Mais da metade dos quase 200 milhões de brasileiros tem ascendência africana", continuou a presidente, que qualificou essa circunstância como motivo de "riqueza da nação".


Dilma destacou que o Brasil tem um genuíno interesse nas relações com a África e citou como exemplo a representação diplomática que o país tem no continente africano, com 37 embaixadas para 54 países, e projetos de cooperação técnica em 40. Brasília se tornou a capital da América Latina com o maior número de embaixadas de países africanos, que hoje somam 18."Nossos interesses comuns são amplos: buscamos o desenvolvimento, o que exige a promoção da inclusão da nossa população aos ganhos e riquezas de nosso país".

A presidenta reforçou também o interesse em ampliar para além das relações comerciais a cooperação com o Continente Africano, em uma cooperação Sul-Sul. A intenção é garantir "avanços e lucros mútuos para ambas as partes".

Ela finalizou o discurso com uma metáfora: "Chegou a hora de o leão africano escrever sua história, assim como a onça brasileira escrever a sua". Na manhã deste sábado, participou de encontros bilaterais com os presidentes da Guiné, do Gabão, Quênia e Congo, após a comemoração do jubileu.

Perdão da dívida

Dilma também anunciou o perdão e a reestruturação de dívida externa de 12 países africanos no valor de US$ 840 milhões, afirmou à Agência Efe o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann.

Segundo ele, a medida ajudará a construir uma estratégia mais ampla para impulsionar os laços entre o país e o continente africano, que conta com algumas das economias de maior crescimento do mundo.

"Não é a primeira vez que o Brasil cancela dívida com países africanos. Fizemos antes, e esta vez é uma continuação da nossa cooperação com a África", afirmou Traumann.

O Brasil mantém com dezenas de países africanos amplos programas de cooperação em diversas áreas, com ênfase em desenvolvimento agrário, saúde, biocombustíveis, petróleo e gás, meio ambiente, comércio e educação, entre outras.

Na última década, também foram aumentados os vínculos políticos, e o Brasil abriu embaixadas em 19 países da África, chegando a um total de 37 missões diplomáticas nesse continente. Nesses mesmos dez anos, Brasília se tornou a capital da América Latina com o maior número de embaixadas de países africanos, 19.

Agricultura

O investimento em agricultura, democracia participativa, construção de infraestruturas, aumento das capacidades humanas e tecnológicas e em uma maior participação do Estado na economia são fundamentais para a transformação econômica da África, segundo o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn.

Esses são os pontos básicos para a evolução econômica africana, enumerados durante a abertura do debate "Panafricanismo e Renascimento Africano”. Para Desalegn, o primeiro passo é investir em desenvolvimento agrícola, o que ajudaria a transformar as economias africanas de baixo para cima e tiraria milhões de pessoas da pobreza.

"É uma lição que podemos tomar de outras sociedades que se transformaram com sucesso", assegurou o líder etíope, também presidente rotativo da UA.

Segundo Desalegn, o aumento de capacidades humanas e tecnológicas acelerará o crescimento, enquanto o investimento em massa em infraestruturas servirá para canalizar o potencial econômico do continente.

Além disso, o primeiro-ministro etíope apostou em que o Estado se envolva na economia nacional de forma mais empreendedora, mas sem deslocar o importante setor privado.

Em relação à educação democrática, participação popular e repartição igualitária de riquezas, Desalegn considerou que criarão um ambiente sem o qual não é possível conseguir a paz nem o desenvolvimento.

Por sua parte, a presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma, disse que "a África tem que confiar em si mesma, em sua capacidade de ser a dona de seu destino", para conseguir seus objetivos de paz e prosperidade no próximo meio século.

Entre os participantes do debate estava a presidente Dilma Rousseff; o vice-primeiro-ministro chinês, Wang Yang; e o secretário de Estado americano, John Kerry, junto com 50 líderes africanos e estrangeiros.

Dilma viajou acompanhada por uma comitiva de ministros, como Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Luiza Bairros (Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial) e Aloizio Mercadante (Educação), além do porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, empresários e assessores.

Criada em maio de 1963, a União Africana (que reúne 54 países) assumiu a função de buscar soluções internas para os conflitos envolvendo as distintas nações, assim como o processo de progressiva democratização e fortalecimento institucional. O intercâmbio comercial entre Brasil e África cresceu cinco vezes nos últimos dez anos, evoluindo de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 26,5 bilhões, em 2012.

Agência Brasil

Saúde à venda: tratamento de pneumonia custa até US$ 38 mil nos EUA

Valores abusivos são encontrados em todo país; pessoas chegam pagar 300 dólares apenas para ser atendido

Em um hospital em Dallas, nos EUA, o tratamento para pneumonia custa, em média, 14 mil dólares. Na mesma cidade, porém, o valor cobrado pelo mesmo serviço pode chegar a 38 mil dólares.



Na Flórida, o atendimento médico mais barato para qualquer problema cardíaco gira em torno de oito mil dólares. O mais caro, 75 mil. Já em Nova Jersey, um centro médico cobra 101.945 dólares (cerca de 200 mil reais) para implantar um marcapasso no coração (o hospital Albert Einstein, em São Paulo, por exemplo, cobra cerca de 10 mil reais pelo serviço).

Entre outros exemplos, o governo dos EUA revelou no começo de maio uma tabela com a diferença de preços em diversos hospitais do país. Pela primeira vez na história, os norte-americanos tiveram acesso a um plano detalhado de quanto é cobrado pelos serviços hospitalares. O resultado foi chocante.

[No vídeo abaixo, norte-americanos revelam abusos e detalhes sobre o sistema de saúde nos EUA em entrevista a Opera Mundi]




Como não existe regulamentação para o setor, os prestadores de serviço cobram sem preço de tabela. Alguns hospitais na Califórnia, por exemplo, “pedem 300 dólares apenas para receber o paciente e perguntar qual é o problema”, afirma o estudante Marcus Murakami em entrevista a Opera Mundi.

Em nota oficial, Washington afirma que as variações podem ocorrer em função da gravidade do paciente ou a duração do tratamento. A qualidade do serviço, no entanto, não é o motivo para a diferença dos preços, argumenta o governo.

Especialistas atribuem a disparidade no sistema de saúde ao fato dos pacientes não se mobilizarem contra os preços abusivos ou, na maioria das vezes, sequer terem acesso aos valores cobrados.

A conta do hospital vai geralmente para os planos de saúde, que arcam em média com 90% das despesas. Para as camadas populares, o governo oferece subsídio - planos de saúde federais pagam pelo atendimento. Nos EUA não existe um sistema público de saúde – todos os hospitais são pagos.

“Os pacientes não se preocupam com o valor da conta do hospital, pois eles sabem que não vão pagar de qualquer forma. É o plano de saúde ou o governo que irá pagar. Como não existe essa preocupação, os hospitais podem cobrar até 900 dólares por uma aspirina”, analisa o professor de administração Garrett Taylor a Opera Mundi.





Os que mais sofrem com os preços abusivos dos hospitais são os estrangeiros, sem cobertura oficial, e os norte-americanos que não têm dinheiro para pagar o plano de saúde e, ao mesmo tempo, a renda familiar não se enquadra em “pobre” – grupo de pessoas que o governo oferece subsídio. Segundo informações do Center for Disease Control and Prevention, o número de norte-americanos sem seguro de saúde nos EUA é de 45 milhões de pessoas.

“Não é verdade que a população não se importa com o valor da cobrança. Para os que não têm seguro, eles precisam pagar a conta no valor integral. Então, o preço do serviço importa, sim”, afirma professora de medicina da Universidade de São Francisco, Renee Hsia, em entrevista ao Washington Post.

Ao divulgar a tabela com os preços nos hospitais no país, o governo procura fechar o cerco contra os opositores do Medicare de Obama – projeto que cria um sistema único de saúde ao país, similar ao SUS no Brasil – e ganhar respaldo frente à população. 

A diferença entre os valores cobrados pelos planos de saúde e os hospitais chegam a ser de 10 a 20 vezes mais caros que o administração federal propõe com Medicare. 

* Com colaboração de Gabriel Colombo

Voou o primeiro jato AF-1 Skyhawk da Marinha do Brasil modernizado pela Embraer



Ontem radioamadores de Confins-MG, ouviram o primeiro caça AF-1 Falcão (A-4KU Skyhawk II) da Marinha do Brasil já modernizado pela Embraer fazendo procedimentos sobre a área de Confins.

A aeronave decolou de Gavião Peixoto para Confins, em seu primeiro voo na nova configuração.
Modernização

No dia 11 de maio de 2011, a Marinha do Brasil (MB) aprovou a implementação de melhorias no programa de modernização das aeronaves AF-1/1A que irão alterar a concepção das novas aeronaves AF-1B/C.

O Programa de Modernização das aeronaves AF-1/1A encontra-se em andamento, tendo sido o contrato, de duração aproximada de 5 anos, celebrado com a Embraer em abril de 2009.

Naquela época, a Empresa não possuía condições técnicas e nem conhecimento da aeronave AF-1/1A para precificar, dentro do prazo disponível, algumas melhorias na interface entre os sistemas modernizados e os que permaneceriam na aeronave.


Com o passar do tempo, a Embraer foi adquirindo experiência no projeto e, submeteu a arquitetura aviônica da aeronave modernizada à MB.

O Setor Operativo, com a corroboração do Setor de Material, solicitou a incorporação de equipamentos novos e modificações em alguns sistemas, a fim de aumentar a capacidade operativa das aeronaves AF-1/1A e, com isso, viabilizar o seu emprego em operações combinadas.
Novo painel do AF-1

Os principais pontos do Programa de Modernização:
Revisão Geral das aeronaves (PMGA);
Novo radar com inúmeras capacidades (Elta 2032);

Sistema OBOGS (On Board Oxygen Generation System), que gerará o oxigênio proveniente da atmosfera para os tripulantes, sem a necessidade de abastecimento das atuais garrafas de oxigênio;
Novo sistema de geração de energia, com a substituição dos atuais geradores e conversores;
Novos rádios para realizar, automaticamente, comunicação criptografada e que permitirá no futuro a transmissão de dados via data-link;
Sistema inercial (EGI) de última geração;
HOTAS (Hand On Throttle and Stick), mão sempre no manche;
Novo HUD (Head Up Display), que permitirá aos pilotos manter sua atenção para fora do cockpit.
Dois display tático 5”x7”, Color Multi-Function Display (CMFD) , que apresentará ao piloto as informações de missão através das “páginas” selecionadas;
Computador principal que executará todo cálculo de navegação e balístico, para o piloto poder empregar os armamentos (bombas, metralhadora e futuramente o míssil MAA-1B)
Revisão Geral dos motores.
Instalação do Radar Warning Receiver (RWR): possibilita à aeronave detectar e se evadir de ameaças, como mísseis e caças inimigos, o que aumenta a capacidade de sobrevivência da aeronave e a probabilidade de sucesso nas missões;
Instalação do 3º Rádio VHF: capacita a aeronave a operar seus dois rádios ROHDE SCHWARZ na transmissão de dados via data-link, enquanto permanece com a escuta dos órgãos ATC (Air Traffic Controler);
Revitalização do Piloto Automático: possibilita ao piloto gerenciar seus sistemas, permitindo maior concentração na missão imposta;
Integração do Radar Altímetro e do TACAN: facilita ao piloto focar a sua atenção em apenas um instrumento (a tela do CMFD que concentrará todas estas informações), aumentando assim sua consciência situacional quando operando do porta-aviões e quando voando em condições de voo por instrumento;
Integração dos instrumentos do motor: possibilita ao piloto receber os avisos aurais dos limites de funcionamento do motor, concentração das informações em uma única tela e melhor visualização das informações dos indicadores; e
Estações de briefing e debriefing: possibilita ao piloto condições de preparar melhor a missão, garantindo assim um maior aproveitamento, economia de utilização dos equipamentos aviônicos, melhor disposição das informações geradas em vôo para treinamento das equipagens e avaliação das missões.

A modernização atingiu uma maturidade que proporcionará à MB a oportunidade de operar um vetor aéreo no estado da arte, quanto à aviônica e sistemas embarcados, qualificando-a a empregar suas aeronaves em operações aeronavais e aéreas, nacionais e internacionais, o que aumentará significativamente a operacionalidade da Aviação Naval da Marinha.





China aspira à liderança na produção de drones

Recentemente foram publicadas fotos de um protótipo do novo veículo não tripulado chinês Lijian, semelhante ao drone norte-americano de assalto X-47. O fato demonstra que, pela escala de programas nesse domínio, a China pode ser equiparada aos EUA.

Sabe-se ainda que, a par do engenho Lijian, em fase de testes, se encontra mais um avião Xianglong, análogo do veículo norte-americano não tripulado de reconhecimento Global Hawk.

O único país que está efetuando simultaneamente diversos programas de larga escala nesta área são os EUA. A Rússia está atrasada: apesar de os projetos de diversos drones terem sido elaborados durante vários anos, nenhum deles foi levado a bom termo. Tudo indica que o primeiro drone de assalto russo será produzido em meados da década corrente.

Como se sabe, na China estão sendo realizadas, em paralelo, dezenas de projetos similares. No Salão Aeroespacial em Zhuhai, decorrido em novembro de 2012, foram apresentadas algumas dezenas de drones de todos os tipos e tamanhos. Foram igualmente exibidos modelos específicos de armas de elevada precisão usadas por drones. Por exemplo, as bombas compactas com um peso de 20 kg.

Ainda antes disso, a China organizara a produção de um análogo do drone israelense Harpy, que Israel lhe tinha fornecido na década de 90. Na etapa presente, os chineses estão produzindo um modelo aperfeiçoado deste engenho. O Harpy pode efetuar voos sobre campos de batalha, detetar a irradiação de radares e, aproximando-se deles, embater e explodir.

A China acaba de projetar o seu drone de reconhecimento Pterodactyl, da classe MALE que efetua voos em alturas médias e possui elevada autonomia de voo. Durante a operação de captura do famigerado narcotraficante Naw Kham, de Myanmar (Birmânia), acusado de assassinato de marinheiros chineses em 2011, as autoridade chinesas encararam a possibilidade de seu aniquilamento através do recurso a drones, como os EUA o costumam fazer ultimamente.

É sabido ainda que, para além do Exército, também os órgãos de segurança têm programas de compras de drones. Por exemplo, estes são utilizados pelos destacamentos da polícia popular chinesa, pelos serviços de monitoramento marítimo da Direção Oceanográfica da China, pela inspeção das pescas, pelos corpos de bombeiros, etc.

Como no caso de outros programas ambiciosos na esfera de armamentos, não podemos ter a certeza que os projetos chineses em causa assentem numa base produtiva e científica potente. Num veículo não tripulado, os componentes aéreos típicos, como o planador e o motor, desempenham um papel secundário. As capacidades do engenho dependem, em primeiro lugar, das potencialidades do canal de comunicação com o operador e, em segundo lugar, da qualidade e características dos meios de reconhecimento e observação. Caso contrário, o drone poderá perder as suas vantagens.

Sabemos que a China é capaz de produzir veículos não tripulados de qualidade relativamente alta, para missões de reconhecimento militar. Não podemos dizer o mesmo em relação aos projetos de drones pesados e estratégicos. O empregode drones norte-americanos se baseia numa infraestrutura potente, inclusive na rede de satélites de telecomunicação. O comando via satélite permite ao operador, que se encontra no território dos EUA, guiar um drone de assalto a voar algures no Afeganistão.

Quanto à China, ela planeja utilizar drones em regiões periféricas de difícil acesso de Xinjiang e do Tibete, bem como na realização de missões de reconhecimento militar em zonas marítimas em disputa.

Voz da Rússia

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Indicador defasado 'esconde' 22 milhões de miseráveis do país

O número de miseráveis reconhecidos em cadastro pelo governo subiria de zero para ao menos 22,3 milhões caso a renda usada oficialmente para definir a indigência fosse corrigida pela inflação.

É o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido da Folha, com base noCadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários de programas sociais.

A reportagem é de João Carlos Magalhães e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 19-05-2013.

Desde ao menos junho de 2011 o governo usa o valor de R$ 70 como "linha de miséria" -ganho mensal per capita abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre.

Ele foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal parâmetro da iniciativa de Dilma para cumprir sua maior promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando tentará a reeleição.

Mesmo criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do aumento da inflação. Desde o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em média 10,8% -2,5% só em 2013, de acordo com o índice de inflação oficial, o IPCA.

Corrigidos, os R$ 70 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje. No Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e as transferências do Estado (como o Bolsa Família), têm menos do que esse valor à disposição a cada mês, calculou o governo após pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.

Esse número corresponde a mais de 10% da população brasileira e é praticamente a mesma quantidade de pessoas que tinham menos de R$ 70 mensais antes de Dilma se tornar presidente e que ela, com seis mudanças no Bolsa Família, fez com que ganhassem acima desse valor.

Os dados possibilitam outras duas conclusões. Primeiro, que um reajuste da linha anularia todo o esforço feito pelo governo até aqui para cumprir sua promessa, do ponto de vista monetário.

Segundo, que os "resgatados" da miséria que ganhavam no limiar de R$ 70 obtiveram, na quase totalidade, no máximo R$ 7,5 a mais por mês -e mesmo assim foram considerados fora da extrema pobreza.

Além do problema do reajuste, o próprio governo estima haver cerca de 700 mil famílias vivendo abaixo da linha da miséria e que estão hoje fora dos cadastros oficiais.

Futuro da artilharia russa


© YouTube


Na Rússia foram efetuados testes do obus de 152 mm Koalitsiya SV em que se utiliza um novo método de lançamento de projéteis. A Rússia pretende desenvolver um sistema de artilharia absolutamente novo, que permitirá eliminar o atraso qualitativo da artilharia russa, que se delineou no limiar dos séculos.


As armas termoeletroquímicas utilizam em vez de pólvora comum explosivos especiais de densidade elevada que se detonam com a ajuda de carga elétrica. Como se afirma, o projétil impulsionado no cano da arma é influenciado não apenas pela energia de gases em expansão, mas também por um impulso eletromagnético. Em resultado, é possível aumentar em 1,5 vezes o raio de alcance de uma peça de artilharia.

A Koalitsiya carateriza-se por um alto nível de automatização, o que permite reduzir consideravelmente a tripulação (possivelmente, para duas pessoas). Ao mesmo tempo, a torre com armas será dividida completamente da seção com a tripulação. A instalação dos tripulantes numa cápsula blindada separada permitirá elevar sua segurança. Como se espera, o sistema terá uma alta capacidade de tiro rápido e uma distância de atingir o alvo de até 70 quilômetros. Provavelmente, a variante de caterpílar seja baseada no chassis pesado prometedor russo do projeto Armata.

O projeto Koalitsiya SV é conhecido por várias caraterísticas, inclusive pelo novo princípio de lançamento de projéteis. Uma das anteriores variantes da Koalitsiyatinha dois canos de 152 mm. O sistema de dois canos de grande calibre deveria permitir à Koalitsiya atingir uma velocidade de tiro inédita e realizar o regime de tiro simultâneo de uma peça. Com este regime de tiro, projéteis lançados rapidamente um a um de uma peça e movendo-se por diferentes trajetórias, aproximam-se simultaneamente de um alvo e destroem-no.

Segundo comunicados ulteriores, foi decidido renunciar a dois canos, embora a exigência de garantir a capacidade de tiro rápido fosse mantida.

A Rússia pretende desenvolver um sistema de artilharia absolutamente novo, que permitirá eliminar o atraso qualitativo da artilharia russa, que se delineou após a desintegração da União Soviética. Os armamentos atuais do exército russo cedem tanto aos melhores sistemas ocidentais, como às peças chinesas.

Os obuses contemporâneos chineses de 155 mm automóveis, tais como os PLZ-05, foram desenvolvidos com a utilização de tecnologias obtidas em resultado da cooperação com a companhia americana Space Research nos anos 80. Na altura, a Space Research era pioneira na construção de obuses pesados com canos prolongados e alta distância de tiro. A experiência de desenvolvimento de sistemas de artilharia foi acompanhada de êxitos na elaboração de chassis médios de caterpílar de nova geração, assim como de realizações bem-sucedidas na projeção de sistemas de comando automatizados do fogo de artilharia. Finalmente, para obuses automóveis chineses foi copiado o sistema automatizado russo de carregamento de peças de artilharia, utilizado nos obuses russos Msta-S.

Em resultado, os novos sistemas de artilharia chineses ultrapassam os análogos russos pelo grau de automatização e a distância de tiro. Pelas suas caraterísticas, os novos sistemas de artilharia chineses podem ser comparados com as melhores peças ocidentais, o que foi demostrado nos anos 2000, quando a China conseguiu vender grandes lotes de seus obuses aos Emiratos Árabes Unidos e à Arábia Saudita. Para além disso, os sistemas chineses podem utilizar projéteis de artilharia guiados russos Krasnopol, produzidos por licença. Deste modo, a Rússia tem que envidar agora esforços significativos para recuperar suas posições no mercado de armamentos de artilharia.



Voz da Rússia

Quatro aviões turcos invadem espaço aéreo da Grécia


© Flickr.com/Peng Chen/cc-by-sa 3.0


“Quatro caças turcos, dois RF-4 e dois F-16, entraram na zona de responsabilidade de Atenas, perto da ilha de Samos Meridional”, diz-se numa informação do Estado-Maior General da Grécia.


Segundo ele “às 08h43, dois aparelhos RF-4 sobrevoaram a ilha de Agathonisi, a 8.000 pés de altitude. Os caças abandonaram o espaço aéreo grego às 09h23, a leste de Rodes”

A Grécia acusa sistematicamente a Turquia de violações de seu espaço aéreo e mar territorial. Desta vez, os aviões turcos permaneceram no espaço aéreo da Grécia 40 minutos.



Voz da Rússia

Brasil leiloará em outubro sua maior descoberta de petróleo


O governo separou a área de Libra, a maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil, para leiloar na primeira rodada de licitações de direitos de exploração na camada pré-sal, em outubro, informou nesta quinta-feira o órgão regulador do setor.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) ainda elevou nesta quinta-feira as estimativas das reservas recuperáveis no prospecto de Libra, na bacia de Santos, que poderão atingir entre 8 e 12 bilhões de barris. Tal volume superaria Tupi, com jazidas que foram estimadas em 2007 entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente.

"É realmente algo grandioso... Nossa percepção é que vamos atrair todas as grandes empresas de petróleo do mundo, independentemente de serem estatal ou não... É coisa para gente grande", declarou a jornalistas a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, comentando as perspectivas para o leilão.

Em abril, Chambriard havia indicado que Libra teria volumes menores, entre 4 e 5 bilhões de barris recuperáveis. Segundo ela, uma nova sísmica na região, com dados mais avançados, levou ao aumento da estimativa da ANP, que apontou ainda volumes in situ de cerca de 26 bilhões a 42 bilhões de barris de petróleo.

Foi a revisão das estimativas, para volumes bem maiores, que motivou o governo a escolher somente este prospecto para a licitação, em uma reunião com a presidente da República, Dilma Rousseff.

"Passamos a ver Libra de forma diferente... Com os dados que temos atualmente, percebemos que estamos mais perto de 42 bilhões do que de 26 bilhões de barris", afirmou a diretora-geral da agência.

O leilão, que ocorrerá sob o regime de partilha de produção, ocorrerá um mês antes do previsto, na segunda quinzena de outubro. E o de blocos de gás em terra, a 12a rodada de licitações, está previsto para novembro.

"Face ao deslumbramento de todos, também decidimos trocar a data, licitar o pré-sal em outubro e o gás em novembro", disse a chefe da agência.

A ANP vem aperfeiçoando suas estimativas de reservas do pré-sal, destacou Chambriard. Foram realizadas até então três estimativas para a área de Libra, com a primeira apontando para um volume de 16 bilhões a 52 bilhões de barris em 2010. "Essa grande variação mostra que a incerteza era grande", disse ela, lembrando que a estimativa inicial não contava com nenhum poço perfurado na área.

Na segunda estimativa, divulgada em abril deste ano, a ANP já contava com um poço perfurado em Libra, mas possuía ainda uma sísmica defasada, do tipo 2D. "Fomos extremamente cautelosos na ocasião."

"Agora, neste momento, temos a sísmica 3D e o resultado já diz as condições de óleo e água e as condições dessa rocha. Com dados que temos, a melhor estimativa é essa", concluiu.

A área de Libra que será alvo do leilão foi definida na resolução publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira como a que "se localiza na Bacia de Santos e foi descoberta pelo poço 2-ANP-0002A-RJS". Será ofertada uma área de 1,5 mil quilômetros quadrados, segundo a agência.

A licitação do pré-sal terá regras diferentes dos tradicionais leilões da ANP, realizados sob o regime de concessão.

Para o país ficar com uma maior parte da riqueza, o leilão do pré-sal será feito sob o regime de partilha, segundo o qual a União é a proprietária do óleo e remunera as empresas com parte da produção. Vence a licitação o grupo que conferir a maior participação no volume de petróleo produzido em favor do Estado.

O regime diz ainda que cabe ao contratante explorar e extrair o petróleo, às suas custas. As reservas não extraídas permanecem propriedade do Estado.

Além disso, pelas regras aprovadas, a Petrobras será a operadora única e sócia de todos os campos, com no mínimo 30 por cento de participação.

A lei diz também que será criada uma estatal para cuidar das áreas do pré-sal, mas, enquanto não ficar pronta, caberá à ANP a função.

Para lançar o edital, daqui a cerca de 15 dias, segundo a diretora, falta o retorno à agência de alguns órgãos ambientais e parecer do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).

A reguladora vai fixar bônus de assinatura, programa exploratório mínimo, conteúdo local mínimo e volume de petróleo mínimo a ser ofertado pelos competidores ao governo.

NOVA DATA PARA GÁS

O ministro de Minas e Energia disse a jornalistas em Brasília que o leilão de gás, para áreas convencionais e não convencionais (de xisto), que estava originalmente previsto para outubro, foi transferido para novembro.

"Com isso, estamos dando um pouco mais de coerência aos leilões, já que tivemos um de petróleo (11a rodada), faremos outro de petróleo (pré-sal), e por último o de gás", afirmou ele.

A 11a primeira rodada, porém, também incluiu áreas de gás.

(Com reportagem adicional de Leonardo Goy, em Brasília)


Fonte: G1

Nota G&D: Dilma, trair o Brasil, você esta fazendo isso "Serto". não há duvidas, perto da Dilma, o FHC e "fichinha". "o Brasil so tem presidente do bom" não é mesmo? Pelo que me recordo, não era o PT o paladino do "contra privatizações"?