quinta-feira, 25 de abril de 2013

Cuba intensifica contatos com o ramo aeronáutico russo


RIA Novosti


A empresa russa Ilyushin Finance deverá fornecer a Cuba, até ao fim do primeiro semestre, um lote de três aviões russo-ucranianos An-158. A primeira aeronave, nos quadros do respectivo contrato, pousou na Ilha de Liberdade em 23 de abril do ano corrente.


Os peritos qualificam o evento como marcante, já que a companhia aérea Cubana passou a ser o primeiro destinatário deste tipo de avião. O contrato se efetua pelo esquema específico que simplifica as contas entre ambas as partes. Uma forma idêntica de relacionamento será aplicada na comercialização de aeronaves Sukhoi Superjet nos países do Sudeste asiático.

Cumpre notar que o An-158 russo-ucraniano de curto percurso, é um dos projetos mais recentes a cargo da empresa ucraniana Antonov. Os dois terços de seus componentes foram produzidos pelas empresas russas. A responsabilidade por fornecimentos foi assumida pela Ilyushin Finance Co (IFK, sigla russa) que, desde os finais dos anos 90, continua sendo o principal fornecedor de aviões russos para os mercados estrangeiros. Deste modo, a aeronave russo-ucraniana tem beneficiado de um apoio sólido da parte da empresa de exportações. Para realizar a venda foi convidado um intermediário – a empresa panamenha South America Aircraft Leasing (SAAL), o que significa que o contrato deixou de gozar de garantias públicas. A partir daí, os compromissos estarão sob a alçada da SAAL, recordam peritos. Tal mecanismo é conveniente para todos, pelo que Cuba, à semelhança de outros Estados, tinha desistido de garantias do gênero estatais. A companhia russa poderá, através do novo esquema, receber mais depressa o IVA, o que vem otimizando as despesas, disse à Voz da Rússia, o vice-diretor da companhia de investimentos Region, Anatoli Khodorovsky:

“Neste caso a Ilyushin Finance tem revelado uma flexibilidade em relação aos esquemas leasing que permitem superar certas dificuldades. A empresa russa atua como uma companhia de leasing normal, o que simplificará e tornará mais barato a captação de investimentos em negócios como este.”

Como é óbvio, tal mecanismo permitirá à IFK financiar contratos relacionados com outra aeronave – Sukhoi Superjet 100. Em breve será coordenado o contrato de venda de 15 aviões às companhias aéreas da Indonésia e de Laos. A lista de parceiros poderá vir a ser alargada, constata o diretor-geral da empresa de consultaria Informost, Boris Rybak.

“Tal roteiro será concretizado sem falta. Quanto mais potencialidades tiverem clientes, tanto mais será o volume de vendas. O atual esquema é generalizado e eficiente para companhias diversas.”

Se falar da vertente cubana, para a ilha, em 2013, serão fornecidos mais dois An-158, cada um a preço de 30 milhões de dólares. Assim, a soma total do contrato ultrapassa 100 milhões de dólares e, na melhor das hipóteses, Havana poderá comparar mais três aviões. As respectivas conversações poderão ser concluídas já no verão de 2013, visando à aquisição de três aeronaves Il-96, de longo percurso, para além de outros três comprados nos meados dos anos 2000.

A companhia Cubana de Aviación (Cubana) costuma comparar aviões de marcas Iak e Il às empresas russas, outrora soviéticas. Nesta fase, a Cubana tem vindo a modernizar seu parque de máquinas aéreas, mas não pretende desistir de aviões e equipamentos russos. Isto nada tem a ver com as sanções dos EUA. É mais uma questão de hábito e de preço, considera Anatoli Khodorovsky.

“Qualquer dia, as sanções serão anuladas e, na luta concorrencial sobreviverá o mais forte. A Rússia tem efetuado as vendas bonificadas e nós empenhamo-nos no processo de financiamento. Claro que a companhia aérea que usa os nossos aviões terá sempre certos privilégios. Não sabemos se tais preferências possam oferecer a Boing ou a Airbus.”

O primeiro voo interno da aeronave An-158 de fabrico russo-ucraniano terá lugar em maio, no âmbito do horário regular. No futuro, são planejados voos internacionais – para a zona balneária de Cancún e a República Dominicana. Desta forma, os voos serão regulares, o que reforçará as posições de Cuba no mercado de transportes aéreos regionais, salientam peritos.



Voz da Rússia

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