Bolívia nacionaliza empresas espanholas de distribuição de eletricidade
O presidente boliviano, Evo Morales, decretou no sábado a nacionalização de duas empresas de distribuição de eletricidade da espanhola Iberdrola por causa da diferença de preços cobrados entre a zona urbana e a rural. Mais de 700 policiais e militares guardam as instalações da Electropaz e da Elfeo, da espanhola Iberdrola, nas filiais nas regiões de La Paz e Oruro.
"Nos vimos obrigados a tomar essa medida para que as tarifas de serviço elétrico sejam equitativas nos departamentos de La Paz e Oruro e a qualidade do serviço elétrico seja uniforme na área rural e na urbana", afirmou Morales. Acompanhando do vice-presidente Álvaro García Linera e do ministro de Hidrocarbonesto e Energia, Juan José Sosa, o presidente bolivianos disse que a decisão "garante o direito humanitario (à eletricidade) aos cidadãos que vivem na área rural".
O presidente citou o caso de La Paz, onde a tarifa elétrica urbana em média é de 0,63 boliviano (US$ 0,09) por quilowatts/hora, enquanto na área rural é de 1,59 boliviano (US$ 0,23).
As empresas desapropriadas são duas das principais distribuidoras de eletricidade do país - Electropaz, em La Paz, e Elfeo, em Oruro -, a firma de serviços Edeser e a gestora de investimentos Compañía Administradora de Empresas. A Iberdrola, através de sua filial Iberbolivia, possui 89,5% das ações na Electropaz e 92,8% na Elfeo. Segundo o decreto, a estatal ENDE (Empresa Nacional de Electricidad) assumirá o controle das quatro empresas.
La Paz garantiu uma justa remuneração. "Não vamos atuar de maneira arbitrária", afirmou García Linera, ao tomar posse acompanhado pela polícia, de um dos escritórios da Electropaz, a filial da Iberdrola em La Paz. O vice-presidente sustentou que é um "direito soberano" da Bolívia nacionalizar os serviços básicos, visando uma distribuição igualitária.
De acordo com ele, a estatal ALI (Empresa Nacional de Eletricidade) contratará uma empresa independente para analisar "o patrimônio, as dívidas, os ativos" das filiais desapropriadas, e que a partir desses dados será negociada a compensação. "Confiamos que nos próximos meses, mediante o diálogo e mediante relatórios técnicos precisos e de caráter independente, encontremos uma saída negociada com a antiga dona da Electropaz", comentou.
FONTE: ABI e Agência Efe
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