Presidente também opinou que todos os presidentes do Mercosul deveriam viajar a Assunção para posse de Horacio Cartes
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (12/07), pouco antes de deixar a sede do Mercosul, em Montevidéu, que o combate ao terrorismo não é uma justificativa aceitável para a espionagem praticada pelos Estados Unidos. Recentemente, reportagem do jornal britânico The Guardian revelou que o Brasil é um dos principais alvos de espionagem dos EUA no mundo.
“A cooperação transnacional no combate ao terrorismo e outros crimes não é justificativa para a violação de direitos individuais de qualquer cidadão em qualquer estado”, afirmou Dilma. Ela também reiterou que o Brasil já pediu explicações sobre o caso para os Estados Unidos.
Na declaração final da reunião na capital uruguaia, o Mercosul definiu os programas norte-americanos como a "maior operação de espionagem conhecida no mundo até o momento".
A presidente também disse que todos os presidentes do Mercosul devem viajar a Assunção no próximo dia 15 de agosto para assistir à cerimônia de posse de Horacio Cartes, em uma tentativa de convencer o paraguaio a recuar e aceitar voltar ao bloco sob a liderança venezuelana. “Temos todas as condições de receber o Paraguai de volta ao Mercosul” com a posse de Cartes, salientou.
Vitor Sion/Opera Mundi
Dilma, Mujica e Maduro deixam palco onde foto oficial do evento foi tirada nesta sexta-feira
Com relação ao fechamento do espaço aéreo de quatro países europeus ao avião do presidente boliviano, Evo Morales, na semana passada, Dilma disse que a decisão feriu “a cada um de nós, presidentes do Mercosul, da Unasul [União de Nações Sul-Americanas) e da Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos]”.
Na ocasião, Portugal, Itália, Espanha e França proibiram a aeronave presidencial boliviana de pousar em seus territórios para abastecimento, o que acabou sendo feito em Viena. Na capital austríaca, o avião foi vistoriado para confirmar que o ex-agente da CIA Edward Snowden, responsável pelo vazamento dos programas de espionagem dos Estados Unidos, não estava lá. "Foi uma situação extremamente constrangedora. É algo que nunca foi feito e não tem respaldo em nenhum tratado internacional", argumentou Dilma
Segundo o comunicado do encontro, todos os países do bloco convocarão seus embaixadores em Portugal, Espanha, Itália e França para pedir explicações sobre o veto à aeronave boliviana.
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